Google orienta funcionários a não usarem termos monopolistas
O Google evita termos monopolistas como “participação de mercado”, “efeitos de rede” e “barreiras à entrada”
O Google evita termos monopolistas como “participação de mercado”, “efeitos de rede” e “barreiras à entrada”
O The Markup revelou nesta sexta-feira, 7 de agosto, que funcionários da Alphabet, dona do Google, passam por um treinamento para evitar o uso de algumas palavras e frases monopolistas, consideradas negativas para a imagem da empresa. De acordo com a reportagem, termos como “efeitos de rede”, “barreiras à entrada” e até “mercado” não devem ser usados, e orienta a busca por sinônimos.
O documento “Cinco regras de ouro para comunicações escritas” salienta que “palavras importam, especialmente na lei antitruste”. Outro PPT intitulado de “Comunicação segura” faz orientações com “bom” e “ruim”. Por exemplo, a palavra “mercado” é ruim para o Google, por isso o funcionário deve usar “indústria”, “área”, “espaço” ou mencionar a região.
Outros termos monopolistas a serem evitados estão no relatório. A frase “efeitos de rede” não pode ser usada. Ela tem relação com o poder das redes sociais, quando elas começam a ganhar muitos usuários e, consequentemente, mais valor. A apuração do The Markup mostra que essas regras são válidas para todos os funcionários: estagiários, vendedores, engenheiros, temporários e contratados fixos.
Como mencionado anteriormente, há documentos que mencionam a lei antitruste, que, inclusive, está “sondando” o Google agora. Um dos documentos orienta o uso de dados de terceiros para falar da “posição da pesquisa” do Google. Além disso, os funcionários devem “usar o termo ‘preferência do usuário para a Pesquisa do Google’ e nunca o termo participação de mercado”, orienta.
Julie Tarallo McAlister, porta-voz do Google, disse que “estes são treinamentos de conformidade com as leis da concorrência” e completou: “[é] padrão que a maioria das grandes empresas forneça [isso] a seus funcionários”. “Realizamos esses treinamentos há mais de uma década”, revelou.
O The Verge lembra que há várias investigações antitruste contra o Google em andamento. No ano passado, procuradores-gerais nos EUA iniciaram uma investigação nas empresas de publicidade e pesquisa da gigante das buscas.