Desmanche do Google Pixel 3a mostra um celular mais fácil de consertar

Maioria dos componentes é modular e parafusos têm formato padrão, revela desmanche do iFixit

Paulo Higa
• Atualizado há 3 anos
Google Pixel 3a

O Pixel 3a e o Pixel 3a XL são os novos celulares intermediários do Google: eles têm câmeras poderosas para ver no escuro, telas OLED de 5,6 ou 6 polegadas, processador octa-core Snapdragon 670 e… são relativamente fáceis de consertar. O iFixit já desmontou os dois aparelhos e constatou que a maioria dos componentes pode ser substituída e não há cola excessiva unindo as peças.

O desmanche revela os detalhes das peças do Pixel 3a: ele tem 64 GB de memória flash eMCP da Micron, módulos de radiofrequência da Qualcomm, 4 GB de memória LPDDR4X, um chip de segurança Google Titan M e uma tela OLED com proteção Dragontrail Glass que, de acordo com o iFixit, tem “inconfundivelmente um painel da Samsung” — rumores antigos apontavam para um display fabricado pela LG.

O processo de desmontar o Pixel 3a é mais simples que o normal. Tudo começa pela tela, mas não é necessário aplicar calor para soltar a cola: há apenas um adesivo esponjoso fácil de separar. O iFixit ressalta que isso é ótimo para reparos, mas não permite uma boa resistência contra água — o Google informa que o aparelho tem proteção contra respingos e chuvas, mas não possui certificação IP68 como o Pixel 3.

Google Pixel 3a

Depois de remover a tela, é possível remover os componentes com uma única chave de fenda Torx. Outro detalhe que facilita os reparos é a localização dos fios: os cabos dourados dos sensores das bordas Active Edge podem ser vistos logo de cara. No Pixel 3, eles passavam escondidos por baixo da bateria e podiam ser danificados por uma pessoa menos atenta.

Google Pixel 3a

Tanto a porta USB-C quanto o conector de fones de ouvido de 3,5 mm, que são componentes de alto desgaste, especialmente porque não há suporte para carregamento wireless, são modulares. Isso significa que você não precisa trocar a placa só porque um deles parou de funcionar, o que pode garantir uns anos de sobrevida (e que está sendo deixado de lado nos novos smartphones).

O veredicto do iFixit é que tanto o Pixel 3a quanto o Pixel 3a XL têm nota 6/10 no índice de reparabilidade (10 é o mais fácil de reparar). Eles ganharam pontos porque a maioria dos componentes é modular, há apenas parafusos padrão Torx e o adesivo que segura a bateria é fácil de remover. No entanto, ainda há muitos cabos finos e compridos que podem ser danificados acidentalmente.

Ambos os celulares ficaram com notas melhores que a do Google Pixel 3 (4/10) e Samsung Galaxy S10 (3/10), e iguais as do iPhone XS e XS Max (6/10).

Leia | O que é um pixel morto?

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.