Google Play Store vai combater propagandas invasivas e apps falsos

Desinformação, monitoramento não autorizado, VPN para rastreamento e assinaturas difíceis de cancelar também ganham novas regras do Google

Giovanni Santa Rosa
Por
App da Google Play Store no Android (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

A Play Store recebe muitas críticas por ter apps falsos e cheios de propaganda. O Google vai tentar melhorar essa situação. A empresa atualizou suas políticas para desenvolvedores e estabeleceu regras mais rígidas para cancelamento de assinaturas, monitoramento e propagandas, entre outros aspectos.

Uma das mudanças deve impactar jogos com propaganda. Agora, os anúncios de tela cheia devem dar a opção de fechar depois de, no máximo, 15 segundos. A exceção é quando o usuário ganha uma recompensa, mas isso tem que ser opcional.

Os jogos também não poderão mais mostrar propagandas durante as partidas, antes de telas de carregamento ou antes de novas fases.

Como nota o Verge, o Google já tem regras contra propagandas abusivas, mas o novo texto define limites mais precisos, como os 15 segundos e o veto a anúncios inesperados.

GIF que mostra anúncio entrando no meio de uma partida de jogo de tabuleiro
Exemplo do que o Google considera um anúncio intrusivo (Imagem: Reprodução / Google)

Essas novas regras para anúncios começam a valer em 30 de setembro de 2022.

Apps falsos e desinformação médica

Os apps falsos também estão na mira do Google. Agora, não será permitido usar emblemas nacionais ou governamentais. Logos e ícones de empresas, artistas ou programas de TV? Só com autorização.

Tabela do Google mostrando que apps que usam ícones de outros apps de forma levemente alterada são proibidos.
Novas regras proíbem uso não autorizado de logos ou ícones de empresas (Imagem: Reprodução / Google)

Aplicativos que dão conselhos de saúde contra o consenso médico serão proibidos. O Google cita como exemplos tratamentos de saúde não aprovados, informações incorretas sobre vacinas e práticas nocivas como terapia de conversão.

Essas regras passam a valer em 31 de agosto de 2022.

VPN

Uma das mudanças pode causar polêmica. O Google vai proibir aplicativos que usam os serviços de VPN do Android para rastrear dados do usuário ou desviar o tráfego para ganhar dinheiro com anúncios.

Aplicativos de VPN idôneos não devem ser atingidos pela medida, mas apps que usam o recurso para bloquear o rastreamento podem ser afetados, como comenta o pesquisador Mishaal Rahman.

Um exemplo é o DuckDuckGo, que usa a VPN para “filtrar” o tráfego do usuário e bloquear rastreadores. A companhia diz não ser o caso da sua ferramenta, mas vai continuar monitorando a situação.

As novas regras de VPN entram em vigor em 31 de agosto de 2022.

Assinaturas e monitoramento

Agora, todos os apps que têm assinaturas precisarão oferecer um jeito fácil de cancelar o serviço dentro do próprio app. Isso passa a valer em 30 de setembro de 2022.

Aplicativos que usam monitoramento (para fins legítimos, obviamente) terão que usar a flag “IsMonitoringTool” e divulgar essa coleta de dados em sua página na Play Store. A exigência entra em vigor em 1º de novembro de 2022.

Com informações: 9to5Google, The Verge, TechCrunch.

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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