Huawei recebe mais 90 dias para atualizar celulares e redes nos EUA
Huawei poderá enviar atualizações de segurança para celulares Android e fazer manutenção de rede; prazo pode ser renovado
Huawei poderá enviar atualizações de segurança para celulares Android e fazer manutenção de rede; prazo pode ser renovado
Os EUA ofereceram uma licença temporária para a Huawei continuar alguns de seus negócios com empresas americanas, incluindo manutenção de equipamentos de rede, atualizações de segurança para celulares Android, e contribuições para a tecnologia 5G. A empresa tem um prazo de 90 dias que pode ser renovado no futuro.
Vale notar que a Huawei só tem autorização para oferecer suporte a produtos já vendidos. “Essa licença permitirá que as operações continuem para os usuários de celulares e redes de banda larga rurais existentes da Huawei”, diz o secretário de Comércio Wilbur Ross em comunicado.
A empresa continua basicamente proibida de comprar chips da Qualcomm e Intel, e de obter acesso antecipado ao Android Q do Google. Para reabrir esses contratos, ela teria que solicitar uma nova licença ao governo americano, cuja chance de aprovação é praticamente nula.
A licença temporária dos EUA contempla quatro itens:
A Licença Geral Temporária emitida pelos EUA vale para a Huawei Technologies e suas 68 afiliadas fora dos EUA, incluindo a Huawei do Brasil Telecomunicações sediada em São Paulo. Ela entrou em vigor em 20 de maio e se estenderá até 19 de agosto, podendo ser renovada.
Em nota à imprensa, a Huawei diz que “continuará a fornecer atualizações de segurança e serviços de pós-venda para todos os produtos Huawei, cobrindo todos aqueles que já foram vendidos ou ainda estão em estoque”. A fabricante completa: “continuaremos empenhados em construir um ecossistema de software seguro e sustentável, a fim de fornecer a melhor experiência para todos os nossos usuários globalmente”.
Ren Zhengfei, CEO e fundador da Huawei, disse ao jornal estatal Global Times nesta terça-feira (21) que essa licença temporária não significa muito para a empresa; e que ela está bem-preparada para as sanções dos EUA. Segundo a Bloomberg, a fabricante estocou componentes e peças suficientes para três meses de produção.
“Até onde eu sei, as empresas americanas vêm fazendo esforços para persuadir o governo dos EUA a permitir que elas cooperem com a Huawei”, explica Ren. “Sempre precisamos de chipsets desenvolvidos nos EUA, e não podemos excluir produtos americanos.”
Em entrevista à CCTV, o CEO também diz que as restrições comerciais dos EUA não afetarão o lançamento do 5G ao redor do mundo, pois ninguém deve alcançar a tecnologia da Huawei nos próximos dois a três anos. Ren raramente dá entrevistas.
Supporting #Huawei does not necessarily mean you should buy a #Huawei smartphone. My family members use #Apple for a very long long time: Ren Zhengfei, founder of China’s Huawei Technologies (Photo: Chen Qingqing/GT) pic.twitter.com/5rcrHJx3KR
— Global Times (@globaltimesnews) May 21, 2019
A China vem adotando algumas medidas de retaliação contra os EUA. Canais estatais passaram a transmitir filmes antiamericanos; o governo barrou o último episódio de Game of Thrones no país; e o presidente Xi Jinping visitou nesta semana um local para extração de metais raros usados na fabricação de eletrônicos — o país é o maior exportador do mundo nesse setor.
O instituto de pesquisa ITIF (Information Technology and Innovation Foundation) estima que as restrições dos EUA à exportação de produtos podem custar até 74 mil empregos e US$ 56,3 bilhões em prejuízo para a economia americana, dependendo de sua escala.
Com informações: TechCrunch.