Intel e Qualcomm suspendem venda de processadores e chips à Huawei
Huawei não pode comprar componentes da Intel, Qualcomm e Broadcom; AMD e Microsoft terão que cumprir bloqueio dos EUA
Huawei não pode comprar componentes da Intel, Qualcomm e Broadcom; AMD e Microsoft terão que cumprir bloqueio dos EUA
A guerra comercial entre EUA e China atingiu em cheio a Huawei: ela perdeu acesso ao Android Q e a aplicativos do Google para futuros celulares; e não poderá comprar processadores e chips da Intel, Qualcomm, Broadcom e outras fabricantes. A AMD e a Microsoft também são empresas americanas, e terão que cumprir o bloqueio imposto pelo governo Trump.
Intel, Qualcomm, Broadcom e Xilinx disseram a seus funcionários que não fornecerão processadores e chips à Huawei até segunda ordem, segundo a Bloomberg. A Intel é sua principal fonte de chips para servidores; a Qualcomm vende processadores e modems para smartphones; e a Broadcom é fornecedora de chips de comutação, usado em equipamentos de rede móvel.
A ordem dos EUA também afeta os computadores da Huawei, incluindo laptops da linha Matebook. A reportagem da Bloomberg não menciona a AMD, mas ela também tem sede na Califórnia e precisaria cumprir o bloqueio. O mesmo vale para a Microsoft e o Windows.
A Huawei criou alternativas ao Android e ao Windows, já prevendo uma situação como esta. Este ano, o executivo Richard Yu disse ao jornal alemão Die Welt: “estamos fazendo nosso próprio sistema operacional. Se não pudermos mais usar esses sistemas, estaremos preparados. Esse é o nosso plano B. Mas é claro que preferimos trabalhar com os ecossistemas do Google e da Microsoft”.
E acredita-se que a Huawei comprou processadores e outros componentes vitais para manter seus negócios funcionando por pelo menos três meses. Ela vem se preparando dessa forma desde pelo menos meados de 2018, desde que a ZTE levou sanções dos EUA.
O Departamento de Comércio dos EUA colocou a Huawei em sua lista negra na sexta-feira (17), acusando-a de ajudar iniciativas de espionagem da China. Desde o ano passado, funcionários do governo americano estão proibidos de usar tecnologia da Huawei e ZTE, incluindo celulares.
No entanto, o Departamento de Comércio está considerando oferecer uma licença temporária para “impedir a interrupção de operações e equipamentos de rede existentes”, segundo a Reuters. Alguns provedores de internet e telefonia móvel nos EUA dependem de equipamentos de rede da Huawei. O bloqueio ainda continuaria valendo para software e chips de celular e PC.