iFood tem queda no lucro com refeições e se fortalece em supermercados
iFood se tornou um "player importante no significativo setor de alimentos do Brasil", aponta relatório da Prosus
iFood se tornou um "player importante no significativo setor de alimentos do Brasil", aponta relatório da Prosus
O iFood é um dos principais players do mercado de delivery brasileiro. Ainda assim, a companhia registrou uma queda de 66% no seu lucro com entregas de refeições no ano fiscal de 2022 em relação ao ciclo anterior. É o que mostram os resultados financeiros da Prosus, investidora da plataforma, revelados nesta segunda-feira (27).
Os dados apresentados pela Prosus são voltados para o ano fiscal encerrado em 31 de março de 2022. Segundo a companhia, o lucro operacional com o negócio de delivery de restaurantes foi de US$ 10 milhões. Em relação ao ano fiscal de 2021, quando o serviço alcançou um resultado de US$ 30 milhões, a queda foi de 66%.
Outros indicadores foram revelados na ocasião. Em relação aos gastos na operação, o resultado foi de R$ 206 milhões. A cifra, por outro lado, agrega os investimentos substanciais no setor de entrega de alimentos. O negócio de entrega de restaurantes ainda atingiu o breakeven (ponto de equilíbrio) no segundo semestre do ano.
A receita foi de US$ 991 milhões, um aumento de 29% em relação ao ciclo anterior. A empresa ressaltou que a escalada está relacionada à expansão da seleção de restaurantes e entrada em outras cidades. Já o GMV (Gross Merchandise Value), indicador que fala sobre o volume de transações, teve um crescimento de 41%.
No fim de março, o iFood contava com cerca de 317 mil lojistas registrados em aproximadamente 1.780 cidades brasileiras.
O iFood obteve ganhos significativos com o serviço de entregas de restaurantes na segunda metade do ano fiscal. Este desempenho positivo otimizou os descontos ao consumidor e introduziu novos fluxos de receita à companhia. Mas o cenário está passando por uma alteração.
“A sobreposição significativa entre os clientes de delivery de restaurante e entrega de supermercado e as sinergias operacionais entre os dois negócios tornam a entrega de supermercados um ajuste natural para o ecossistema do iFood”, afirmaram.
O relatório aponta que o negócio de alimentos da plataforma se tornou um “player importante no significativo setor de alimentos do Brasil”. A estimativa, segundo o Euromonitor, é de que as vendas desse segmento alcancem a marca de US$ 55 bilhões em 2022.
“O modelo de mercearia e dark store do iFood já atingiu 4 milhões de pedidos médios mensais e R$ 380 milhões de GMV em pouco mais de um ano, e seu crescimento está superando o restante do mercado”, comentaram.
Apesar da liderança no setor, o iFood demitiu cerca de 1% de sua equipe, formada por 6 mil funcionários, recentemente. De acordo com o portal Layoffs Brasil em 23 de junho, a companhia desligou aproximadamente 80 profissionais nas áreas de marketing, gestão e recrutamento. O número, porém, não foi confirmado.
Ao Globo nesta segunda-feira (27), a plataforma relatou que há uma reestruturação de algumas áreas em curso. “Infelizmente o processo de priorização e de revisão levou ao desligamento de algumas pessoas e à desaceleração de novas contratações”, afirmaram em nota. A ação visa garantir “maior eficiência e foco” ao negócio.
“Se antes o nosso time de recrutamento trazia mais de 200 pessoas por mês para a empresa, hoje esse número caiu pela metade”, concluíram. “Seguimos buscando no mercado profissionais de tecnologia e da área comercial e hoje temos mais de 100 posições em aberto nessas áreas.”
Com informações: Bloomberg Línea e Prosus (Newsroom)
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