Intel promete US$ 20 bi em novas fábricas para voltar a ser líder em chips

Novo local da Intel nos EUA terá duas fábricas, mas poderá chegar a oito e se tornar o maior complexo de produção de chips do mundo

Emerson Alecrim
Chip Core de 12ª geração para desktops (imagem: divulgação/Intel)
Chip Core de 12ª geração para desktops (imagem: divulgação/Intel)

O momento parece perfeito. A Intel almeja retomar a liderança da indústria de semicondutores e, ao mesmo tempo, o mercado sofre com uma escassez global de chips. Para fazer o plano avançar, a companhia irá investir em um novo complexo para produção de chips. Vai ser “o maior local de fabricação de silício”, promete Pat Gelsinger, CEO da Intel.

A revelação do plano condiz com um anúncio recente da companhia: nesta semana, a Intel revelou um acordo com a ASML para adquirir máquinas de última geração para fabricação de chips. O número de unidades incluídas no negócios não foi informado, mas estima-se que cada máquina custe por volta de US$ 340 milhões.

Será que essas máquinas serão empregadas no novo local de produção? É provável que sim. Como a declaração de Gelsinger deixa claro, a Intel tem planos audaciosos para o novo projeto.

O tal local é uma região de Ohio, nos Estados Unidos, que tem 1.000 acres e abrigará duas fábricas. A iniciativa gerará pelo menos 3.000 empregos diretos, além de 7.000 postos de trabalho indiretos.

As duas novas fábricas começarão a ser construídas neste ano e devem entrar em operação a partir de 2025. Mas o CEO da Intel dá a entender que esse é só o começo. O local poderá ser expandido para 2.000 acres de modo a abrigar oito fábricas e, com isso, se transformar em um gigantesco complexo.

“Nossa expectativa é a de que este se torne o maior local de fabricação de silício do planeta”, disse Gelsinger à Time.

US$ 20 bilhões, só para começar

Renderização das futuras fábricas de chips da Intel (imagem: divulgação/Intel)
Renderização das futuras fábricas de chips da Intel (imagem: divulgação/Intel)

Para a construção das primeiras fábricas, a Intel pretende investir US$ 20 bilhões. No decorrer dos próximos anos, se os planos de expansão forem executados, os investimentos poderão ultrapassar US$ 100 bilhões.

Como contar com pessoal qualificado é primordial, a companhia também planeja investir US$ 100 milhões nos próximos dez anos para construir o Intel Ohio Semiconductor Center for Innovation, uma unidade de pesquisa que, junto a universidades, oferecerá formações específicas para o segmento de semicondutores.

Além da própria Intel, o novo complexo será importante para os Estados Unidos do ponto de vista político, pois as novas fábricas ajudarão o país a depender menos de chips produzidos na Ásia.

É verdade que as gigantes asiáticas TSMC e Samsung também irão investir em novas fábricas no território americano (no Arizona e no Texas, respectivamente). Mas o fato de a Intel ser uma empresa com sede nos Estados Unidos pode, em tese, dar a ela mais vantagens na obtenção de financiamentos, contratos com governos e benefícios fiscais, por exemplo.

Vale relembrar: além de abastecer as suas próprias linhas de produtos, o plano da Intel para retomar a liderança global na produção de semicondutores inclui a fabricação de chips para terceiros — um contrato de fornecimento para a Qualcomm já foi fechado.

Com informações: Time, The Verge.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.