O que os reviews dizem sobre os iPhones 8 e 8 Plus
O iPhone 8 e o iPhone 8 Plus devem surgir no mercado brasileiro em meados de novembro. Eles possuem design semelhante ao dos antecessores, mas estão com processadores mais potentes, suporte a carregamento sem fio e melhorias nas câmeras. Será que vale a pena fazer o upgrade? Os primeiros reviews da mídia estrangeira foram publicados nesta terça-feira (19).
Pela minha experiência, as análises de novos iPhones no exterior costumam ser bastante positivas. Ainda que a Apple não reine sozinha no segmento de aparelhos caros há um bom tempo, é fato que a empresa consegue entregar um bom conjunto a cada ano que passa. No caso do iPhone 8 e do iPhone 8 Plus, no entanto, as opiniões foram um misto de “decepção” com “continua bom”.
Câmera não serve mais só para tirar fotos
Em geral, o destaque ficou por conta da câmera (e não apenas pela qualidade de imagem). Matthew Panzarino, no TechCrunch, começa o texto com “isto é um review de câmera”, adicionando que “com a realidade aumentada e a visão computacional emergindo como concorrentes para a próxima grande onda no desenvolvimento da plataforma, o sistema de câmera é um mecanismo de entrada, um sistema de comunicação e uma declaração de intenção”.
No Engadget, Chris Velazco gostou das experiências com realidade aumentada. “Fiquei curioso sobre quão bem os apps com ARKit funcionariam quando comparados com o software projetado para o Google Tango e todo o seu hardware adicional”, afirma, concluindo que os novos iPhones são tão bons ou melhores “ao renderizar objetos virtuais em planos físicos, e os objetos tendem a ‘grudar’ nas superfícies melhor que os simulacros similares nos apps Tango”.
Tá, mas e a qualidade de imagem? Nilay Patel, do The Verge, comenta: “Assim como na Samsung, as imagens do iPhone agora são mais saturadas por padrão, embora a Apple diga que ainda está visando realismo em vez das cores saturadas e as suavizações do S8. […] Andamos tirando fotos com um iPhone 8, um Pixel XL, um S8 e um iPhone 7 no automático, e o iPhone 8 produziu as imagens mais consistentes e ricas do grupo, embora o Pixel tenha sido o claro vencedor várias vezes, especialmente com pouquíssima luz”.
A novidade no software ficou por conta do recurso Iluminação de Retrato, que permite efeitos de luz com a câmera frontal. Não chamou muito a atenção: “Está em beta, então não vou ser muito rígido, mas não é nada tão impressionante quanto o Modo Retrato quando estreou no iPhone 7 Plus. Basicamente parece o próximo passo lógico depois de ter mascarado o fundo e aplicado um borrão na lente — você aplica um efeito de iluminação no rosto do sujeito”, diz Nilay Patel.
O desempenho continua sendo o de um iPhone novo
Benchmarks já mostraram que o A11 Bionic é um processador extremamente potente, então não há nada realmente novo aqui. O TechCrunch nota que “o chip A11 da Apple tem um desempenho que é compatível com o Core i5 do MacBook Pro — e isso mesmo com a restrição de estar em um dispositivo com bateria”.
É tão potente que “não consegui encontrar tantos apps que exijam tanto poder de fogo hoje”, nas palavras de Geoffrey Fowler, do Wall Street Journal. E “um monte dessa potência extra parece servir apenas como um preparativo para o futuro, não algo que você sente imediatamente quando faz upgrade de um modelo anterior”, diz o The Verge, considerando que um iPhone costuma ser vendido por muitos anos.
E a bateria… também
“Nos meus testes contra o iPhone 7, eu consegui cerca de 15 mintuos a mais no 8 — para um total de 10h45min. O 8 Plus aguentou cerca de 11 horas. Eu vou aceitar todas as melhorias de bateria que puder conseguir, mas nada disso vai mudar sua vida”, diz Geoffrey Fowler.
Para o Engadget, mesmo com baterias menores que as do iPhone 7, foi possível obter “quase a mesma autonomia nesses smartphones que nos iPhones 7 e 7 Plus”. Mas o The Verge faz a ressalva: “Tanto o meu iPhone 6s quanto o 7 apresentaram uma duração de bateria significativamente pior depois de apenas alguns meses, então temos que ver como os 8 vão envelhecer ao longo do tempo”.
Ambos suportam carregadores wireless no padrão Qi e podem encher suas baterias mesmo enquanto estão nas cases, segundo o Engadget. O Wall Street Journal não ficou muito empolgado: “Funciona… apenas ok. Apesar de ser conveniente, não é rápido. […] Uma vez olhei e depois descobri que minha bateria estava quase no fim porque o smartphone estava um pouco descentralizado [em relação ao carregador wireless]”.
“Difícil de justificar”
Embora positivos, os reviews fizeram ressalvas quanto aos novos iPhones, que estão “na sombra” do iPhone X.
“Difícil de justificar” foi a conclusão do Wall Street Journal. “A confusa família de iPhones da Apple agora inclui três pares de smartphones praticamente idênticos: as versões regulares e Plus do iPhone 8, 7 e 6s. Não compre o mais caro”.
O TechCrunch afirma que, “no que diz respeito a um consumidor, o iPhone 8 é a tradicional escolha fácil este ano. Ele tem quase todas as melhorias técnicas do iPhone X, exceto a câmera TrueDepth e a tela OLED”.
David Pierce, na Wired, acredita que “os celulares são muito bons e impressionantes, e ainda assim não são os melhores aparelhos da Apple. O iPhone X representa a visão do futuro da Apple, e também da Samsung, da Essential, da Huawei e de todo mundo”.
E, no The Verge, Nilay Patel diz que “depois de passar uma semana com o 8, não consigo pensar em um único motivo convincente para fazer upgrade a partir de um iPhone 7. O 7 ainda é extremamente rápido, oferece praticamente o mesmo design com peso menor e uma bateria maior, e vai ter quase todos recursos do 8 com o iOS 11”.