Magazine Luiza recebe aval do Cade para comprar Estante Virtual
A Livraria Cultura, dona da Estante Virtual, deverá usar o negócio para abater parte de suas dívidas
A Livraria Cultura, dona da Estante Virtual, deverá usar o negócio para abater parte de suas dívidas
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) autorizou a Magazine Luiza a comprar a Estante Virtual. A decisão, publicada nesta sexta-feira (20) no Diário Oficial da União, considera que o negócio não causará um domínio das empresas no setor varejista de livros.
A Estante Virtual, marketplace de livros novos e usados, integra desde 2017 o Grupo Cultura, dono da Livraria Cultura, que pediu recuperação judicial em outubro de 2018. O valor pago pela Magazine Luiza deverá ser usado para abater parte de sua dívida, avaliada em R$ 285 milhões.
A maior parte desse valor envolve débitos com bancos e fornecedores. Os valores do acordo não foram revelados pelo Cade, mas, em setembro deste ano, a Assembleia Geral de Credores do Grupo Cultura aprovou a venda da Estante Virtual por R$ 44 milhões.
Na ocasião, o Grupo Cultura afirmou que, por conta da crise econômica no Brasil e de sua necessidade de gerar caixa, precisava vender suas unidades de negócio “que não têm, neste momento, importância estratégia para a operação”.
A Estante Virtual foi criada em 2005 e tem mais de 5 milhões de clientes. Em 2018, a empresa registrou a venda de 20 milhões de livros. Segundo o Cade, a venda do site não oferece riscos de monopólio, já que a Magazine Luiza seguirá com menos de 10% do mercado varejista de livros.
Em junho, a Magazine Luiza oficializou a compra da Netshoes por US$ 115 milhões, após uma disputa com a Centauro. A concorrência entre as duas empresas fez o valor final do negócio quase dobrar em relação ao que já havia acordado e aprovado pelo Cade em abril.
O poder de compra da Magazine Luiza é explicado por seu crescimento constante nos últimos meses. No terceiro trimestre, o faturamento da empresa cresceu 32% em relação ao mesmo período de 2018 e ficou em R$ 4,9 bilhões. O lucro líquido, por sua vez, cresceu 96,7% e ficou em R$ 235,1 milhões.
Com informações: Cade.