Mark Zuckerberg usa jornal para defender anúncios direcionados do Facebook

No Wall Street Journal, Zuckerberg lembrou que a publicidade é necessária para manter o Facebook gratuito

Victor Hugo Silva
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• Atualizado há 2 anos e 10 meses
Mark Zuckerberg

Depois de um 2018 bastante turbulento, Mark Zuckerberg segue na tentativa de melhorar a imagem do Facebook. No início do ano, ele prometeu (de novo) consertar a plataforma. Agora, recorreu a um jornal para defender o modelo de anúncios direcionados.

Em um artigo publicado no Wall Street Journal e traduzido na Folha de S.Paulo, Zuckerberg voltou a argumentar que a publicidade é necessária para o Facebook seguir gratuito. “Acredito que todos devem ter voz e poder se conectar. Se estamos comprometidos em servir todos, precisamos de um serviço acessível a todos”.

A decisão de publicar o texto no WSJ foi apontada como uma tentativa de Zuckerberg de se aproximar de investidores e políticos, dois grupos que costumam ler o jornal. Ao Business Insider, a porta-voz do Facebook, Elisabeth Diana, afirmou que não houve uma estratégia do tipo e destacou o fato do jornal ser lido em muitos países.

O executivo não chegou a citar controvérsias que surgiram em 2018, como o caso Cambridge Analytica, mas admitiu que o modelo de negócios pode parecer pouco transparente e causar desconfiança. Apesar disso, ele voltou a afirmar que o Facebook não transfere dados dos usuários para outras empresas.

“Não vendemos os dados das pessoas, mesmo que isso seja dito com frequência”, afirmou. Segundo ele, a prática contraria os interesses da empresa, que reduziria o valor de seu serviço para os anunciantes. “Temos um grande incentivo para proteger as informações das pessoas de serem acessadas por qualquer outra pessoa”, afirmou.

Ele também afirmou que os usuários têm o controle de como suas informações são usadas. “Você pode descobrir por que está vendo um anúncio e alterar suas preferências para ver anúncios pelos quais você se interessa”.

“Quando pedimos permissão às pessoas para usar suas informações para melhorar anúncios como parte do Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia, a grande maioria concordou porque prefere anúncios mais relevantes”, lembrou Zuckerberg.

Humanos e inteligência artificial não são perfeitos

O fundador do Facebook também tratou do tipo de informação que aparece no feed. Ele afirmou que a plataforma não permite que qualquer conteúdo “nocivo ou divisor” tenha engajamento e que está trabalhando em suas ferramentas de combate a fake news.

Segundo Zuckerberg, a rede social está quer evitar que esse tipo de informação seja exibida. “As pessoas nos dizem constantemente que não querem ver esse conteúdo. Os anunciantes não querem suas marcas próximos a ele”, afirmou.

“A única razão pela qual o conteúdo ruim permanece é porque as pessoas e os sistemas de inteligência artificial que usamos para revisá-lo não são perfeitos – não porque temos um incentivo para ignorá-lo”, continuou.

Regulamentação pode ser boa para todos

“Acredito que os princípios mais importantes em torno dos dados são transperência, escolha e controle”, disse Zuckerberg. Ele chegou a defender regras que dessem um poder maior de decisão aos usuários. “Uma regulamentação que codifica esses princípios na internet seria boa para todos”.

O executivo argumentou ainda que o modelo de publicidade traz uma série de benefícios e que é preciso evitar erros. “Há mais de 90 milhões de pequenas empresas no Facebook e elas compõem uma grande parte do nosso negócio. A maioria não tinha recursos para comprar anúncios de TV ou outdoors, mas agora elas têm acesso a ferramentas que antes somente grandes empresas poderiam usar”.

Com informações: Mashable.

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Victor Hugo Silva

Victor Hugo Silva

Ex-autor

Victor Hugo Silva é formado em jornalismo, mas começou sua carreira em tecnologia como desenvolvedor front-end, fazendo programação de sites institucionais. Neste escopo, adquiriu conhecimento em HTML, CSS, PHP e MySQL. Como repórter, tem passagem pelo iG e pelo G1, o portal de notícias da Globo. No Tecnoblog, foi autor, escrevendo sobre eletrônicos, redes sociais e negócios, entre 2018 e 2021.

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