Mark Zuckerberg promete consertar o Facebook em 2019 (de novo)
Em sua promessa de fim de ano, Mark Zuckerberg também diz estar orgulhoso do progresso que o Facebook fez ao longo de 2018
Em sua promessa de fim de ano, Mark Zuckerberg também diz estar orgulhoso do progresso que o Facebook fez ao longo de 2018
Mark Zuckerberg tem o hábito de postar suas metas de ano novo. Na virada de 2017 para 2018, por exemplo, ele prometeu consertar o Facebook. Nesta virada de 2018 para 2019 também houve uma promessa, nas entrelinhas, mas houve: consertar o Facebook. Sim, de novo. E não poderia ser diferente.
2018 foi, não tenho dúvidas, o pior ano da história do Facebook. Foi nele, mais precisamente em março, que veio à tona o escandaloso caso Cambridge Analytica, que expôs dados de pelo menos 87 milhões de usuários da rede social.
Como se não fosse o bastante, o Facebook lidou com vários outros escândalos de violação de privacidade, sofreu vazamentos de dados, enfrentou campanhas de boicote, foi investigado por autoridades de várias partes do mundo e tentou dramaticamente conter a disseminação de notícias falsas.
Apesar de todas essas complicações, Mark Zuckerberg adotou um tom otimista em seu post de fim de ano. “Tenho orgulho do progresso que fizemos”, disse se referindo aos esforços para evitar interferência eleitoral, disseminação de discursos de ódio e desinformação — os pontos que foram referenciados em sua promessa de ano novo anterior.
Mas o tom otimista não é suficiente para atenuar o clima de subversão que paira sobre o Facebook. Zuckerberg disse que a rede social adotou medidas para evitar problemas como o do caso Cambridge Analytica, mas não deu a devida importância a esse assunto, como se o escândalo não passasse de uma mera questão pontual.
O discurso de Zuckerberg está centrado, sobretudo, em enfatizar os avanços que fizeram a rede social ser mais proativa no combate aos problemas. Ele diz, por exemplo, que cerca de 30 mil pessoas foram contratadas em 2018 para reforçar o time de moderação de conteúdo.
Porém, com relação a esse tópico, o TechCrunch lembra as denúncias de que os moderadores recebem baixos salários e, frequentemente, são expostos a conteúdos altamente perturbadores durantes horas, sem receber acompanhamento psicológico adequado.
É por essas e outras que o discurso de Mark Zuckerberg soa vazio, talvez pouco convincente. Apesar disso, o fundador do Facebook prometeu continuar progredindo com essas questões ao longo de 2019.
No que parece ser o ponto mais lúcido do texto, o próprio Zuckerberg enfatiza que alguns desafios irão requerer mais de um ano para serem enfrentados e que muitos problemas, como interferência eleitoral e discurso nocivo, podem nunca ser resolvidos completamente.