Microsoft vai investir US$ 1 bilhão na OpenAI para ganhar força em IA

Microsoft aposta na OpenAI para criar uma "Inteligência Artificial Geral"

Emerson Alecrim
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• Atualizado há 1 ano e 1 mês
Sam Altman e Satya Nadella
Sam Altman e Satya Nadella

A Microsoft anunciou nesta segunda-feira (22) um acordo para investir US$ 1 bilhão na OpenAI, centro de pesquisa em inteligência artificial que tem Elon Musk e Reid Hoffman (cocriador do LinkedIn) entre seus fundadores. O objetivo é ajudar a organização a criar uma Inteligência Artificial Geral (AGI, na sigla em inglês).

Tamanho investimento só vai ser possível por conta de uma mudança de rumo. A OpenAI foi fundada em 2015 como uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de desenvolver projetos de inteligência artificial, mas sem abrir mão de princípios éticos e de segurança para evitar que a tecnologia se torne uma ameaça.

Diversos projetos estão em andamento na OpenAI graças ao montante de US$ 1 bilhão que os cofundadores — Elon Musk (que não faz mais parte do grupo), Sam Altman, Ilya Sutskever, Greg Brockman — reservaram para tirar a iniciativa do papel.

Só que a OpenAI trabalha com projetos de longo prazo, por isso, precisa de mais dinheiro. Por esse motivo, o grupo montou uma subsidiária com fins lucrativos no início do ano para atrair investimentos externos. A nova OpenAI, por assim dizer, tem Sam Altman como CEO.

Pelo visto, a estratégia deu certo. Com o acordo de US$ 1 bilhão anunciado hoje, a Microsoft passar a ser o primeiro grande investidor externo. Como os termos não foram divulgados, não ficou claro como esse valor será aplicado.

Por outro lado, a Microsoft sinaliza em seu comunicado que tem grandes expectativas quanto à criação de uma Inteligência Artificial Geral, como já dito. A AGI prevê um sistema que é tão avançado e flexível em possibilidades de uso que poderia ser considerado tão ou mais inteligente que um humano.

Braço robótico da OpenAI
Braço robótico da OpenAI

Softwares de inteligência artificial estão por todos os lados, mas cada um deles executa tarefas específicas, como controlar os movimentos de braços robóticos em fábricas ou analisar exames médicos complexos. No entanto, ainda não é possível transferir as competências de um sistema para o outro.

Isso significa que uma inteligência artificial desenvolvida para robótica não vai analisar exames e vice-versa. Em contrapartida, a AGI foi idealizada para ter capacidade de assimilar assuntos distintos, razão pela qual ela é vista como um dos próximos grandes avanços da computação.

Uma AGI é um conceito tão sofisticado que o seu desenvolvimento, se for mesmo possível, poderá levar décadas. Em um prazo mais curto, a parceria com a OpenAI deverá beneficiar a plataforma Azure: o objetivo é criar ali tecnologias de supercomputação baseadas em inteligência artificial.

A aliança também deverá transformar a Microsoft em uma espécie de sócia da OpenAI na comercialização de tecnologias de inteligência artificial. A OpenAI poderá ainda portar seus serviços para a plataforma Azure — parte desses serviços está desde 2016 na nuvem da Microsoft.

Com informações: The Verge.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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