Parceria entre Microsoft e OpenAI será investigada na UE
União Europeia segue passos da autoridade de comércio do Reino Unido e quer saber a verdadeira relação entre Microsoft e OpenAI
A Comissão Europeia, órgão regulador de mercado da União Europeia, divulgou nesta terça-feira (9) que investigará a relação de investimento entre a Microsfot e a OpenAI. A big tech possui 49% das ações da criadora do ChatGPT e um grande poder de decisão na companhia. A CE avaliará se a relação entre as duas empresas se encaixa na regulação sobre fusões da UE.
No fim de 2023, a CMA, órgão do Reino Unido responsável pela regulação de mercado, também abriu uma investigação para entender qual é o verdadeiro papel da Microsoft na OpenAI. Essas investigações não surgem por acaso. Após Sam Altman ser demitido e depois reposto no cargo de CEO, a Microsoft ganhou uma cadeira no conselho da OpenAI e ficará mais próxima das decisões desse órgão.
Microsoft e OpenAI: é aquisição ou amizade?
Como dito anteriormente, a Microsoft é dona de 49% da OpenAI. O resto é da OpenAI, ou melhor, da organização sem fins lucrativos OpenAI, Inc. A parte criada para obter lucros e investimentos é a OpenAI Global, LLC. Esta empresa é a que é alvo das investigações.
Na teoria, a Microsoft não pode votar nas reuniões do conselho. A CMA e a CE querem descobrir se na prática a teoria é outra. A entrada da big tech no conselho também fará com que ela tenha acesso a informações confidenciais.
Por mais que a CMA e a CE sejam órgãos distintos, no fim, o seu objetivo é praticamente o mesmo: entender se a atuação da Microsoft no conselho e gestão da OpenAI se enquadra como fusão ou aquisição.
A relação entre as duas companhias é muito próxima. Desde 2019, a Microsoft investiu pelo menos US$ 13 bilhões de dólares na OpenAI. Essa parceria gerou até o desenvolvimento de ferramentas de inteligência artificial para o Bing e Windows (Copilot) que utilizam a tecnologia GPT, criada pela OpenAI.
2024 mal começou e parece que já temos uma nova novela envolvendo a Microsoft e órgãos reguladores. Refrescando a memória, a CMA chegou a bloquear a aquisição da Activision Blizzard pela big tech — mas aprovou a compra depois do recurso.
Com informações: The Verge
