Ministério Público vai questionar a Meta sobre fim de fact checking

MPF enviará ofício a Meta com questionamentos sobre nova política de moderação de conteúdo. Órgão quer avaliar impacto da mudança na legislação brasileira.

Felipe Freitas
• Atualizado hoje às 16:37
Resumo
  • O MPF vai questionar a Meta sobre a mudança na política de checagem de fatos, visando avaliar seu impacto na legislação brasileira.
  • O anúncio de Mark Zuckerberg, CEO da Meta, sobre o fim do programa de checagem externa pode preocupar a Justiça Eleitoral, que colabora com a plataforma desde 2019 para combater notícias falsas.
  • A Meta deve continuar parceira do TSE no combate à desinformação no WhatsApp.

O Ministério Público Federal (MPF) comunicou que irá questionar a Meta sobre as mudanças na política de checagem de fatos e moderação. O órgão quer compreender qual será o impacto dessas alterações no Brasil e se elas estarão de acordo com a legislação nacional, disse um representante do MPF ao jornal O Globo. Até a publicação dessa notícia, o órgão não havia publicado os questionamentos enviados à Meta.

Mark Zuckerberg divulgou o fim do programa externo de checagem de fatos nessa terça-feira (07/01), anúncio que pode causar preocupação na Justiça Eleitoral brasileira, segundo destacou O Globo. Desde 2019, a Meta é uma das empresas signatárias do programa de enfrentamento à desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que não se pronunciou sobre o fim da checagem de fatos feita por terceiros anunciada pelo conglomerado.

Qual a função do programa anti fake news do TSE?

O programa visa o alinhamento entre as plataformas e o TSE para compreender o que as redes sociais farão para prevenir e combater o compartilhamento de notícias falsas. No ano passado, em abril e dezembro, o ministro do STF e ex-presidente do TSE Alexandre de Moraes elogiou o papel da Meta no programa, destacando que ela sabe o potencial da desinformação e de sua instrumentalização em campanhas eleitorais.

Na mesma fala, Moraes apontou que nas reuniões com a big tech foi comentado que, além de publicações fofas, o que mais gera audiência nas plataformas são “confrontos e brigas”. A Justiça Eleitoral passou a buscar o apoio das redes sociais após as eleições de 2018, visando diminuir o impacto de fake news nos pleitos. O programa começou a valer nas eleições de 2020.

Agora, a nova preocupação da Justiça Eleitoral será o impacto das mudanças no pleito de 2026. As novas políticas de uso da Meta passarão a valer, primeiramente, nos Estados Unidos.

O Tecnoblog entrou em contato com a big tech para saber se ela seguirá como signatária do programa de enfrentamento à desinformação do TSE. O WhatsApp seguirá com a parceria.

O que é fact checking?

Fact checking, como revela seu nome na tradução, é a checagem de fatos. Com a popularização das redes sociais, a prática ganhou mais espaço ao desmentir os crescentes boatos e notícias falsas nas plataformas.

Além de apurar e verificar causos publicados nas redes, o fact checking passou a investigar a veracidade de vídeos e imagens. A produção de deep fakes e montagens ficaram mais populares conforme as IAs generativas se tornaram mais acessíveis.

Apesar do uso do fact checking estar associado ao combate às fake news políticas, a prática também pode combater o uso desses meios de desinformação em casos difamatórios, falsas acusações de crimes e boatos que visam causar pânico na população.

Com informações de O Globo

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Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.