A compra da Motorola pela Lenovo não deu tão certo
Antes na terceira posição, Lenovo não está mais entre as cinco que mais vendem smartphones
Antes na terceira posição, Lenovo não está mais entre as cinco que mais vendem smartphones
A divisão de celulares da Motorola foi adquirida pela Lenovo em 2014 por US$ 2,91 bilhões, preço baixo se comparado aos US$ 12,5 bilhões pagos pelo Google três anos antes. Mas a compra não deu tão certo para os chineses. No relatório financeiro anual da Lenovo, publicado nesta quinta-feira (26), a empresa diz que os esforços de integração “não atenderam às expectativas”.
O Mobile Business Group (MBG), negócio da Lenovo que cuida de smartphones, tablets com Android e smart TVs, teve receita de US$ 1,7 bilhão no primeiro trimestre de 2016. É a divisão que rende menos dinheiro para a empresa, abaixo dos US$ 6,2 bilhões da área de computadores e tablets com Windows e dos US$ 4,6 bilhões do grupo de servidores, software e serviços para empresas.
Com relação aos dispositivos móveis, o grande problema da Lenovo está em sua própria casa: as vendas de smartphones e tablets na China despencaram 85%. Além disso, a transição de produtos na América do Norte “não foi bem sucedida”, nas palavras da empresa. Por isso, a companhia reestruturou suas estratégias para o mercado chinês e para o resto do mundo, com dois novos copresidentes.
Os resultados não foram piores porque a Lenovo diz que continua mantendo boas taxas de crescimento em mercados emergentes e suas margens de lucro cresceram na América, com boa influência do Brasil. Isso é particularmente interessante num momento em que empresas como a Xiaomi cortam seus investimentos no país devido às mudanças tributárias, que encareceram os smartphones.
Pelo visto, a estratégia de aumentar as faixas de preço dos smartphones têm dado resultado para a Lenovo no mercado brasileiro — Moto E, G e X vêm subindo de categoria a cada geração, mesmo antes da guinada do dólar e do corte dos benefícios fiscais. No Brasil, os números de mercado indicam que a Motorola é a vice-líder em vendas de smartphones, atrás da Samsung.
Ainda assim, não dá para negar que os resultados mundiais são decepcionantes: com a compra da Motorola, a Lenovo queria manter sua posição de terceira colocada no mercado de smartphones e se tornar uma forte concorrente no top 2, atualmente ocupado por Samsung e Apple. O resultado? Saíram do top 5.