Reed Hastings
Reed Hastings, fundador e CEO da Netflix

Recém-divulgados, os resultados financeiros (PDF) referentes ao segundo trimestre do ano mostram que a Netflix continua no prejuízo. Mesmo assim, a companhia tem razões de sobra para comemorar: no mesmo período, o serviço ganhou 5,2 milhões de assinantes. Com isso, a base global da Netflix superou a marca de 100 milhões de usuários.

Historicamente, o segundo semestre de cada ano não costuma trazer resultados tão bons. Por esse motivo, os números do período surpreenderam a própria Netflix: a empresa reconhece que não esperava crescer tanto. Até as expectativas da bolsa foram superadas. Wall Street calculava que a base de assinantes da Netflix aumentaria em 3,2 milhões de contas no segundo semestre.

A marca de 100 milhões de assinantes foi alcançada já em abril. No final de junho, o total chegou a 104 milhões de usuários. A maior parte dos novos assinantes — 4,1 milhões — veio de fora dos Estados Unidos. Embora não divulgue números locais, sabe-se que a Netflix tem ganhado cada vez mais força global, com destaque para Reino Unido e Brasil, dois dos principais mercados da empresa depois dos Estados Unidos.

Stranger Things

Já dissemos várias vezes aqui no Tecnoblog que a Netflix tem apostado alto em produções próprias ou exclusivas feitas em várias partes do mundo. É uma estratégia inteligente, pois conteúdo próprio atrai assinantes que sabem que não podem encontrar essas produções em outro lugar e evita que o serviço fique com o acervo vazio quando não é possível renovar filmes e séries de terceiros.

Embora os gastos com produções próprias sejam elevadíssimos, o resultado está aparecendo: a Netflix atribui ao seu extenso catálogo de produções o aumento da popularidade do serviço. Produções como Stranger Things, 13 Reasons Why e Master of None, só para citar os exemplos mais recentes, estão mesmo fazendo diferença.

Nem tudo é alegria, porém. A Netflix adverte que, no segundo trimestre, a empresa registrou prejuízo de US$ 608 milhões. A previsão é a de que a companhia termine o ano com caixa negativo entre US$ 2 bilhões e US$ 2,5 bilhões.

Não chega a ser surpresa. A Netflix vem investindo pesado para colher os resultados no longo prazo. Para você ter noção, só o orçamento de 2017 para produções originais é de US$ 6 bilhões.

13 Reasons Why

Mas esse montante todo não dá aval para que a Netflix gaste de forma desmedida. É por isso que a empresa cancelou séries — com destaque para Sense8 — e deve cancelar mais: se a produção é cara ou dá menos retorno do que o esperado, os investidores pressionam.

Contas compartilhadas

Outra possível preocupação da Netflix é o compartilhamento de contas. De acordo com uma pesquisa da Reuters, nos Estados Unidos, 12% dos usuários acessam serviços como Netflix e Amazon Prime Video com senhas de outras pessoas.

Essa prática vem sendo tolerada porque, apesar dela, as bases de assinantes continuam crescendo. David Wells, diretor financeiro da Netflix, explica que a empresa até tem tecnologia para bloquear acessos de terceiros, mas que a maioria dos usuários barrados não se tornará assinante.

No entanto, uma análise da Parks Associates indica que, em 2019, os serviços de streaming devem deixar de arrecadar US$ 550 milhões com o compartilhamento de contas. Isso só nos Estados Unidos. Pode apostar que vai ter investidor exigindo providências.

Com informações: Engadget

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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