Netflix cogita pagar bônus a atores por filmes que fizerem sucesso

Com a concorrência aumentando, essa seria uma forma de atrair e reter talentos na plataforma

Emerson Alecrim
• Atualizado há 2 anos e 11 meses
Sede da Netflix (imagem: divulgação/Netflix)

A essa altura, não é novidade para ninguém: o Disney+ chega em novembro prometendo um acervo invejável e o Apple TV+ estreia no mesmo mês com preço bem acessível. Como a Netflix vai reagir a isso? Uma das ideias é pagar bônus a atores e produtores pelas produções originais que fizerem bastante sucesso na plataforma.

É claro que, se confirmada, essa não será a única tática da Netflix para se manter em evidência em um mercado cada vez mais competitivo. Mas faz sentido que a companhia aposte em recompensas por desempenho: essa seria uma forma de atrair e manter talentos para a plataforma.

Via de regra, os acordos que a Netflix mantém com produtores, atores e estúdios baseiam-se em valores combinados previamente. Bonificações até são pagas, mas têm como base renovações. Por exemplo, é comum que o elenco de uma série que fez sucesso receba valores maiores para as temporadas seguintes.

Por um lado, esse modelo garante uma boa remuneração mesmo para produções que não fazem muito sucesso. Por outro, filmes que foram bem recebidos pela crítica e público acabam não sendo recompensados na mesma proporção.

De acordo com fontes ouvidas pela Bloomberg, Scott Stuber, chefe da divisão de filmes da Netflix, vem conversando com produtores sobre explorar modelos diferentes de parcerias. Nenhuma decisão foi tomada ainda, mas há boas chances de que a companhia apele para um modelo de negociação que lembre o de Hollywood.

A Fast Company dá um exemplo interessante. Robert Downey Jr. recebeu US$ 20 milhões para interpretar o Homem de Ferro em Vingadores: Ultimato. Fora esse valor, o ator obteve US$ 55 milhões adicionais porque o seu contrato previa um bônus de 8% sobre o lucro obtido com a bilheteria do filme.

Não dá para a Netflix seguir esse modelo de acordo porque as produções da companhia não têm bilheteria. Algumas até são exibidas em determinadas salas, mas, de modo geral, a empresa tem tido dificuldades para levar produções de destaque para grandes redes de cinema.

O Irlandês, com Robert De Niro e Al Pacino, é uma das grandes produções da Netflix

O Irlandês, com Robert De Niro e Al Pacino, é uma das próximas grandes produções da Netflix

Por outro lado, a Netflix pode adaptar esse modelo para oferecer bônus pela audiência obtida dentro da sua plataforma. Assim, se um filme atingir determinado número de usuários dentro de um período específico após o lançamento, atores, produtores, roteiristas e afins poderiam receber generosas remunerações adicionais.

Se o filme chegar a receber premiações importantes, também poderia haver recompensas por isso.

A Netflix não comenta o assunto, mas vai ser interessante se ela seguir por esse caminho. Além de aumentar a quantidade de produções que diferenciam o serviço, esse modelo poderia atacar um dos problemas que a empresa enfrenta atualmente: a crescente sensação de que a maior parte das produções originais da plataforma só serve para preencher espaço.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.