Netflix vai expandir combate a compartilhamento de senha até março
Recursos para evitar o empréstimo de contas da Netflix será expandido para mais pessoas ao longo do primeiro trimestre de 2023
Recursos para evitar o empréstimo de contas da Netflix será expandido para mais pessoas ao longo do primeiro trimestre de 2023
A Netflix está dando novos passos na saga para impedir o compartilhamento de senhas. A plataforma de streaming informou que pretende levar as medidas para conter o uso de contas em endereços diferentes para mais pessoas. O anúncio parte do relatório financeiro do quarto trimestre de 2022 revelado nesta quinta-feira (19).
No documento, a empresa ressaltou que a prática “prejudica nossa capacidade de longo prazo de investir e melhorar a Netflix, bem como de desenvolver nossos negócios”. Por isso, a companhia está tomando medidas para evitar que os usuários emprestem contas para amigos e afins.
As medidas de contenção já estão em ação em alguns países de América Latina desde junho de 2022. Agora, a companhia quer implementar o compartilhamento pago de forma mais ampla até o fim do primeiro trimestre de 2023 – ou seja, 31 de março.
“Embora nossos termos de uso limitem o uso da Netflix a uma família, reconhecemos que essa é uma mudança para membros que compartilham suas contas de forma mais ampla”, explicaram.
O comunicado não traz lá muitos detalhes técnicos sobre a aplicação do recurso. Mas a empresa indica que o padrão poderá ser semelhante ao que já foi aplicado na América Latina, que oferece uma opção para adicionar endereços extras para assistir aos conteúdos da plataforma.
Tudo isso mediante a uma taxa por endereço cadastrado, que chega varia entre R$ 9 e R$ 16 nos países que estão lidando com o experimento.
Conforme listado pelo flatpanelshd, empresa ainda implementou outros recursos, como os avisos para alertar o usuário sobre a mudança.
Os assinantes também poderão ver quais dispositivos estão conectados à conta para revogar o acesso remotamente.
Se alguém da sua família ou círculo de amigos tem um perfil na sua conta e deseja criar outra sem perder a lista de reprodução, também é possível transferir as informações para uma assinatura nova.
Confesso que, desde o anúncio do valor extra para incluir endereços na Netflix, fiquei me perguntando: e se eu viajar? O que acontece?
Especialmente porque a Netflix vai utilizar informações do dispositivo, endereço IP e atividade da conta para determinar onde a reprodução está em ação.
Bem, a Netflix nos garantiu que, “como acontece hoje, todos os associados poderão assistir enquanto viajam, seja na TV ou no dispositivo móvel”. Ou seja, o streaming está garantido fora de casa.
Além disso, durante o experimento na América Latina, a empresa ressaltou que existe uma janela de duas semanas para o usuário assistir aos filmes e séries em outro endereço. Só depois disso que a empresa vai ofertar a contratação de um endereço extra.
Mesmo assim, tudo isso é muito confuso e até desestimula o uso da plataforma. Primeiro, por ser injusto com quem paga para compartilhar a conta entre pessoas da família, pois nem todos moram sob o mesmo teto – e não é por isso que deixam de ser família.
Em segundo lugar, os valores da Netflix são altos demais. O HBO Max, por exemplo, custa R$ 27,90 por mês e você ainda pode economizar ao optar pelos planos trimestral e anual. O Prime Video, por sua vez, custa R$ 14,90 e você ainda ganha frete grátis na Amazon.
Enquanto isso, o plano básico com anúncios da Netflix custa R$ 18,90 e sequer te oferece imagens em 1080p. Se você quer definição 1080p e a possibilidade de assistir em duas telas simultaneamente, o valor sobe para R$ 39,90 ao mês com o plano Básico.
Para se ter uma ideia, ao colocar mais R$ 2,90 no cálculo, você consegue assinar ao HBO Max e ao Prime Video por quase o mesmo preço.
Se continuar desse jeito, até a TV a cabo será mais vantajosa (contém ironia, pero no mucho).
A Netflix aproveitou a ocasião para anunciar uma mudança de cargos dentro da companhia.
No balanço, a companhia informou que Reed Hasting se tornou o novo presidente executivo da Netflix. Antes, o cofundador da plataforma ocupava o cargo de co-CEO.
“Greg Peters passou de COO [diretor de operações] para se tornar co-CEO de Ted Sarandos e membro do conselho”, afirmaram. “Reed, Greg e Ted trabalham juntos há 15 anos, e isso torna formal externamente como temos operado internamente.”
Com informações: The Verge (1 e 2)
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