Oi perde clientes e sofre prejuízo de R$ 9 bilhões em 2019

Mesmo com esforços para melhorar caixa, Oi registrou prejuízo de R$ 2,2 bilhões no quarto trimestre e crescimento da dívida

Lucas Braga
• Atualizado há 3 anos
Oi no Rock in Rio (Imagem: Tecnoblog)

A Oi finalmente divulgou o balanço financeiro de 2019: a operadora fechou o ano com prejuízo líquido de R$ 9 bilhões, sendo R$ 2,26 bilhões referentes exclusivamente ao quarto trimestre. A empresa também teve aumento na dívida e queda no número de clientes em todos os setores: telefonia móvel, telefonia fixa, TV paga e banda larga.

Veja os destaques financeiros do ano de 2019 e a comparação com 2018:

Indicador 2018 2019 Diferença
Receita líquida total R$ 22,060 bilhões R$ 20,136 bilhões – 8,7%
EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) R$ 5,85 bilhões R$ 4,46 bilhões – 23,7%
Margem EBITDA 26,5% 22,2% – 4,4 p.p
Dívida líquida R$ 11,8 bilhões R$ 15,92 bilhões + 34,7%
Capex (investimentos) R$ 6,11 bilhões R$ 7,84 bilhões + 28,3%
Unidades Geradoras de Receita (acessos) 57,14 milhões 53,4 milhões – 6,5%

Serviços fixos da Oi têm alta na fibra óptica

A Oi encerrou o ano de 2019 com 12,6 milhões de unidades geradoras de receitas (acessos), dos quais 7 milhões são linhas de telefone fixo (-15,4%), 1,45 milhão de assinaturas de TV paga (-8,5%) e 4,2 milhões de acessos de banda larga fixa (-13,9%).

O braço de serviços residenciais da Oi responde pela maior parte da receita da empresa em 2019, com R$ 7,26 bilhões (-13,5%), mas ao mesmo tempo, é o setor que registrou a maior queda.

Quem sustenta esse número ainda são os acessos de voz fixa por cobre, que gerou R$ 732 milhões para a operadora. Por conta da redução da demanda característica do serviço, a telefonia fixa encolheu 25,9% na receita. A banda larga por cobre trouxe R$ 449 milhões à companhia (-20,6%), e a TV via satélite responde por R$ 419 milhões do faturamento (-3,3%).

O único saldo positivo é relacionado aos serviços de fibra: a receita foi de R$ 124 milhões, representando 7,2% da receita total de serviços residenciais. Ainda que o valor não cubra as perdas causadas nos acessos de cobre, houve um salto de 704% na participação de receita fixa, que representava apenas 0,8% em 2018.

A operadora vem colocando em prática o plano estratégico para cobrir 16 milhões de domicílios com fibra óptica até o ano que vem. Em 2019, a Oi terminou o ano com 4,6 milhões de domicílios home passed em 86 municípios; em fevereiro de 2020, o serviço atingiu 5,3 milhões de domicílios e 849 mil acessos.

Oi teve alta no pós-pago

Embora a Oi tenha iniciado o processo de venda do seu braço móvel, o setor apresentou alguns números interessantes: a operadora cresceu no pós-pago em 23,1% no ano, por conta das ofertas agressivas com muitos gigabytes de internet e planos convergentes com telefonia fixa, banda larga e TV paga.

Houve recuo de 2,9% no número de acessos, fechando o ano com 34 milhões de linhas móveis, das quais 24,4 milhões são do segmento pré-pago e 9,5 milhões do pós-pago. Enquanto a receita do pré-pago caiu 11,7%, o pós-pago cresceu 14,6%.

O serviço móvel da Oi tem 3.597 municípios com cobertura 2G, 1.645 com tecnologia 3G, 1.018 com tecnologia 4G e 44 municípios com 4.5G.

Oi não divulga projeções para 2020

Após a divulgação do balanço financeiro, a Oi publicou um fato relevante informando ao mercado que decidiu não informar projeções sobre desempenho futuro para o ano de 2020.

Dentre os motivos listados, a diretora de finanças Camille Loyo Faria menciona os impactos econômicos e sociais causados pela pandemia de coronavírus (Covid-19), a volatilidade recente no ambiente macroeconômico local e internacional, além da Assembleia Geral de Credores que deve ser convocada ainda este ano.

Com informações: Oi.

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Lucas Braga

Lucas Braga

Repórter especializado em telecom

Lucas Braga é analista de sistemas que flerta seriamente com o jornalismo de tecnologia. Com mais de 10 anos de experiência na cobertura de telecomunicações, lida com assuntos que envolvem as principais operadoras do Brasil e entidades regulatórias. Seu gosto por viagens o tornou especialista em acumular milhas aéreas.