Vivo e TIM oficializam interesse em compra conjunta da Oi Móvel
TIM e Vivo divulgam documentos oficializando intenção de compra conjunta da Oi Móvel
TIM e Vivo divulgam documentos oficializando intenção de compra conjunta da Oi Móvel
As operadoras TIM e Vivo emitiram um Fato Relevante na noite desta terça-feira (10), para divulgar o início das tratativas para potencial aquisição do negócio móvel do Grupo Oi. É a primeira vez que um documento oficial foi enviado ao mercado sobre o assunto.
Os documentos mencionam interesse em toda ou parte do negócio da Oi Móvel, e que TIM e Vivo receberiam uma parcela do referido negócio. Ambas as interessadas apontam que a aquisição geraria valor, benefícios aos clientes e acionistas, além de benefícios para o mercado de telecomunicações em geral.
A Oi diz, no seu Fato Relevante, que até o momento “não há qualquer compromisso da Oi ou de quaisquer destes terceiros para efetivação de tal alienação”, e que segue “analisando todas as alternativas existentes que possam dar mais eficiência à realização do seu plano estratégico”.
Não foi divulgada nenhuma informação a respeito de como seria o negócio. A divisão da Oi Móvel entre duas grandes operadoras certamente gera expectativas a respeito de quais ativos serão assumidos por cada empresa, ou ainda uma possível divisão geográfica da base de clientes.
Dados de janeiro de 2020 da Anatel apontam que a Oi Móvel possuía 36,7 milhões de linhas, sendo 66% da modalidade pré-paga e 33,9% no pós-pago. A operadora figura como a 4ª colocada em participação de mercado com 16,2%, atrás de TIM (23,8%), Claro (24,2%) e Vivo (33%).
No documento, a Oi reafirma a execução do seu Plano Estratégico, que prevê a transformação da companhia em uma operadora de fibra óptica e provedora de infraestrutura de telecomunicações.
A operadora tem a ousada meta de cobrir 16 milhões de domicílios com fibra óptica até 2021, com objetivo de vender banda larga e TV por assinatura com tecnologia FTTH.
Note que apenas Vivo e TIM emitiram Fato Relevante anunciando tratativas de aquisição. Embora a Claro já houvesse mencionado anteriormente um possível interesse na Oi Móvel, o grupo mexicano adquiriu a Nextel há pouco tempo por US$ 905 milhões.
Por conta disso, a Claro herdará uma enorme base de clientes de modalidade pós-paga e capacidade de operação (espectro) em todo o território brasileiro. Seria difícil que a Anatel ou Cade autorizassem a participação da operadora no negócio da Oi, a não ser em caso de ativos que não interfiram na competitividade entre as concorrentes do mercado.
No processo de aquisição da Nextel pela Claro, o Cade informou que a redução no número de grandes players, de quatro para três, “resultaria em uma clara preocupação quanto ao aumento da possibilidade de atuação coordenada entre eles”, como a formação de um “cartel” entre as empresas atuantes, independente de um arranjo.
Dessa forma, é certo dizer que quem quiser comprar a Oi Móvel terá de enfrentar dificuldades com órgãos reguladores.
Com informações: Vivo, TIM, Oi