Projeto de lei quer acabar com o dinheiro em papel

Paulo Higa
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• Atualizado há 10 meses
DInheiro / conta mei

Boa parte das transações que fazemos no dia a dia já não envolve mais dinheiro em espécie, mas um projeto de lei quer ir além: ele “extingue a produção, circulação e uso do dinheiro em espécie, e determina que as transações financeiras se realizem apenas através do sistema digital”.

O projeto de lei 48/2015, de autoria do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), determina que a utilização de dinheiro em espécie para transações financeiras seja proibida, permitindo a posse de cédulas apenas “para fins de registro histórico”. Além disso, o texto proíbe que os bancos cobrem uma taxa para transações por meio de débito.

Na justificativa, o deputado defende que “a tecnologia proporciona todas as condições para que pagamentos, inclusive de pequenos valores, possam ser feitas sem a necessidade de se portar dinheiro em espécie” e que alguns países já caminham para extinguir as cédulas, como Noruega e Suécia, onde apenas 4% das transações seriam feitas com dinheiro em papel.

Segundo o deputado, uma vez que “toda transação financeira poderá ser rastreada”, a sonegação fiscal e os gastos com emissão ou transporte de moeda deixariam de existir. Além disso, sem cédulas em circulação, “eliminaríamos práticas de crimes como assaltos a bancos, arrombamentos de caixas eletrônicos, assaltos a postos de gasolina, sequestros, saidinhas de banco e violência em geral”.

O texto foi apresentado em fevereiro de 2015, mas voltou ao noticiário porque a Comissão de Defesa do Consumidor promove nesta terça-feira (11) uma audiência pública para discutir a proposta. O ministro da Fazenda, Henrique Meireles; o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn; o ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim; e outras pessoas ligadas ao sistema financeiro foram convidadas.

Será que isso está muito longe de virar realidade?

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Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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