Popcorn Time, app de streaming de torrents, é desativado
O Popcorn Time teve pouco tempo de vida, nem chegou a sair da fase beta. Comprometido em fazer gratuitamente o streaming de torrents, pulando, assim, uma etapa para o usuário ele anunciou nesta tarde que está encerrando suas atividades – antes mesmo de iniciá-las oficialmente.
No comunicado que anuncia o fim, o Popcorn Time é mostrado como, antes de mais nada, um desafio para seus criadores e algo que eles se orgulham de ter conquistado.
O app de streaming era similar ao Netflix, mas gratuito e com uma biblioteca mais completa: filmes que concorreram ao Oscar deste ano estavam no catálogo, como 12 Anos de Escravidão, Gravidade e Trapaça. E era o mesmo catálogo para o mundo todo, já que ele não hospedava os filmes, somente intermediava o torrent e a reprodução.
Por isso, o Popcorn Time não era ilegal, e seus criadores afirmam ter checado quatro vezes – logo, não foi esse o motivo do fim. E eles também não dizem qual foi, mas, para bom entendedor, a crítica feita à indústria de filmes basta. Em um trecho do comunicado, é dito que “como vocês devem saber, isso [o app ser legal] raramente é o bastante. (…) Aprendemos muito, especialmente que se impor contra uma indústria velha tem seus custos. Custos que ninguém deveria ter de pagar, de qualquer maneira”. Pesado, né?
Ele segue criticando o formato velho da indústria do entretenimento, que prefere barrar novas formas de distribuição a abraçá-las. Isso é demonstrado pelo alcance do Popcorn Time em seu pouco tempo no ar: o aplicativo foi traduzido para 32 idiomas por meio de crowdsourcing e chegou a ser instalado em todos os países do globo, inclusive dois que nem têm acesso à internet – muito mais do que qualquer filme distribuído tradicionalmente.
Oficialmente, o motivo para o fim do Popcorn Time é “não porque ficamos sem energia, comprometimento, foco ou aliados. Mas porque precisamos seguir com nossas vidas”.
É uma pena que métodos mais inovadores de distribuição de produtos de entretenimento (não apenas filmes, mas músicas, livros, etc.) sejam freados por uma indústria tão tradicional que se recusa a abraçar novos modos de consumo de seus clientes, o público. Mas o sucesso do Popcorn Time deixa claro que a demanda existe – caso alguém duvidasse – e é até apoiada pela lei. Só falta a indústria do entretenimento aceitar isso.
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