Prime Video prepara série sobre escândalo da FTX e Apple TV+ tem interesse em filme
Irmãos Russo devem dirigir, além de produzir, minissérie da Amazon; Apple está de olho nos direitos de um livro sobre Sam Bankman-Fried
Nada escapa a Hollywood e a polêmica da FTX não seria uma exceção. Enquanto a Amazon já fechou uma parceria com a produtora dos irmãos Russo para criar uma minissérie de oito episódios do caso, a Apple segue em negociações para produzir um longa-metragem do escândalo. Filme seria inspirado no livro do jornalista e escritor Michael Lewis, que acompanhou a história do empresário Sam Bankman-Fried.
Já encomendada pela Amazon, a série do Prime Video sobre a FTX deve estrear na plataforma entre fevereiro e março do próximo ano e, além da produção executiva dos irmãos Russo, deve contar também com a direção dos cineastas.
Para quem não conhece, Joe e Anthony Russo são figuras bastante populares e rentáveis na indústria cinematográfica, sendo os nomes por trás de títulos como Agente Oculto, Vingadores: Guerra Infinita e Vingadores: Ultimato.
De acordo com fontes da Variety, que reportou a novidade com exclusividade, alguns atores da Marvel, inclusive, chegaram a ser cogitados para a produção. Apesar de alguns nomes que trabalharam com os irmãos terem sido sugeridos, as conversas até o momento foram apenas preliminares, com nenhum ator já tendo sido escalado para o elenco.
Por trás das câmeras, no entanto, já é certo que o piloto do show será escrito por David Weil, criador da série Hunters. Além disso, de acordo com o site, a minissérie terá seu roteiro baseado em uma série de “reportagens privilegiadas” feitas na imprensa por jornalistas que cobriram a situação de perto.
“Esta é uma das fraudes mais descaradas já cometidas. […] Ele abrange muitos setores – celebridades, política, academia, tecnologia, criminalidade, sexo, drogas e o futuro das finanças modernas. No centro de tudo está uma figura extremamente misteriosa com motivações complexas e potencialmente perigosas. Queremos entender o porquê.”
Joe e Anthony Russo para a Variety
Apple segue em negociações para longa-metragem
Também de olho no escândalo da FTX está a Apple, que, conforme apurou o Deadline, está em processo de negociação com o escritor Michael Lewis para adquirir os direitos de seu livro sobre o caso.
Lewis, que ficou conhecido por escrever obras que se transformaram em grandes adaptações – como A Grande Aposta e O Homem que Mudou o Jogo –, acompanhou Sam Bankman-Fried durante seis meses para entender sua história.
Como figura que esteve ao lado do rei das criptomoedas em meses cruciais antes do colapso da corretora, o relato de Lewis parece que já era de interesse de outras gigantes do streaming, como Netflix e Amazon, quando a Apple tomou a frente das negociações.
O acordo com a empresa da maçã está estimado na casa dos sete dígitos e, de acordo com especulações, há a possibilidade de que o diretor Adam McKay possa encabeçar o projeto.
Escândalos de startups são “tendência” em Hollywood
Uma das maiores corretoras de criptomoedas, a FTX entrou com um pedido de falência no começo deste mês após uma série de escândalos e um efeito cascata levar milhares de clientes a saírem da empresa.
Co-fundada pelo empresário Sam Bankman-Fried, a companhia foi criada em 2019 e ganhou uma projeção vertiginosa, que a tornou um império de criptomoedas em pouco tempo.
Apesar de ter falido tão rápido quando ascendeu, a companhia está longe de ser um caso isolado no mercado de finanças e tecnologia.
Nos últimos anos, outros escândalos semelhantes ganharam projeção na mídia e chamaram atenção da indústria de cinema e TV, que decidiu investir em adaptações de suas histórias.
Assim, surgiram títulos como as minisséries WeCrashed, da Apple TV+, e Dropout, do Hulu (transmitida no Brasil pelo Star+), que se debruçaram sobre o escândalo de startups, mas também sobre a vida de seus criadores.
Com as recentes notícias sobre a FTX, é de se imaginar que essa tendência de Hollywood ainda esteja longe de acabar, especialmente depois que Dropout conseguiu conquistar o público e a crítica, rendendo até um Emmy de Melhor Atriz para sua protagonista Amanda Seyfried.