Marcos Pontes defende privatização dos Correios “sem precipitação”
Bolsonaro está aberto à privatização de estatais como os Correios; empresa está subordinada ao Ministério das Comunicações
Bolsonaro está aberto à privatização de estatais como os Correios; empresa está subordinada ao Ministério das Comunicações
Diversas fontes apontam que o presidente Jair Bolsonaro está aberto à privatização de diversas estatais, incluindo a Petrobras, a Eletrobrás e os Correios. A empresa de cartas e entregas está subordinada ao Ministério das Comunicações, Ciência, Tecnologia e Inovação; o ministro Marcos Pontes diz que não é contra a venda para a iniciativa privada, mas quer que o processo seja feito “sem precipitação”.
Pontes diz em entrevista ao Estadão que está “alinhado” com o ministro da Economia, Paulo Guedes, no que tange à privatização dos Correios; no entanto, ele quer que isso seja baseado em números e em um plano de negócios bem-elaborado.
A decisão “precisa ser feita de forma responsável e lógica, sem precipitação”, diz o ministro. Isso também deve levar em conta o retorno para o governo e “principalmente” a garantia dos direitos dos servidores.
Em entrevista à GloboNews, Guedes disse que Bolsonaro considera privatizar uma estatal, mas sem revelar qual era porque ainda falta definir como será feita a venda. Fontes afirmam à Reuters e ao G1 que se trata da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos).
Guedes quer que o governo federal venda empresas estatais para diminuir a dívida pública. Ele também lembra que o controle excessivo do Estado abre margem para ineficiências — como os cargos de confiança apontados por políticos — e esquemas de corrupção.
Por exemplo, temos o escândalo dos Correios em 2005, no qual um funcionário da ECT foi flagrado em vídeo negociando propina com um empresário interessado em participar de uma licitação. No meio das investigações, foi revelado outro esquema ainda maior — o mensalão.
Além disso, corre na Justiça um processo que investiga possíveis irregularidades no Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios. Uma organização criminosa seria a responsável por um rombo de mais de R$ 5 bilhões, desviando recursos de forma sistemática para dirigentes do fundo de pensão, instituições financeiras, empresários e outros.
A equipe presidencial acredita que os Correios precisam ser privatizados para concorrerem melhor em seu setor. “A empresa ganhará mais liberdade para se modernizar e responder às mudanças no mercado promovidas pelo comércio eletrônico”, diz uma fonte à Reuters.