O robô Pepper começou a ser vendido no Japão no último sábado (20) e precisou de apenas um minuto para ser considerado um sucesso: esse foi o tempo necessário para que mil unidades fossem comercializadas – praticamente, todo o estoque. O principal apelo do robô? A capacidade de reconhecer emoções.

A primeira aparição do Pepper aconteceu há cerca de um ano, também no Japão. O robô, de aspecto humanoide, mede 1,2 m e pesa quase 30 kg. O seu desenvolvimento foi fruto de uma parceria da Aldebaran Robotics com o grupo japonês de telecomunicações SoftBank, que responde pelas vendas.

Para identificar emoções e interagir de modo correspondente, o Pepper recebeu tecnologia de reconhecimento de voz, câmeras e sensores que o ajudam a fazer leitura corporal. Os dados obtidos são analisados por um sistema baseado em redes neurais artificiais.

Como resultado da análise, o Pepper pode conversar, dançar, sugerir exercícios de relaxamento, ficar feliz quando elogiado, entre várias outras ações. Além da voz e movimentos dos braços, o robô se expressa por uma tela posicionada no que podemos considerar o seu tórax.

Também é possível usar o Pepper como assistente para determinadas tarefas. Por exemplo, o robô pode informar a previsão do tempo (ele fica permanentemente conectado à internet), gravar vídeos e usar a sua tela para brincadeiras (como desenhar o seu rosto).

Uma loja de aplicativos – hoje, com mais de 200 itens – deve garantir que o Pepper receba mais funções com o passar do tempo. É de se esperar também que o robô ganhe suporte a mais idiomas. Atualmente, o Pepper fala inglês, espanhol, francês e, claro, japonês.

No Japão, o Pepper custa o equivalente a US$ 1.600 mais US$ 200 por mês que são cobrados pelo acesso à internet e o seguro contra danos. Para um robô relativamente grande e que realiza tantas tarefas, o preço não está ruim.

Com a venda do lote de mil unidades (outras 300 unidades já haviam sido comercializadas em fevereiro), a SoftBank pretende disponibilizar um novo estoque em julho – com a promessa de manter o preço em um patamar acessível (o lucro deve vir da assinatura mensal).

Comercializar o Pepper em outros países é uma ideia que a companhia também cogita, mas com cuidado. No Japão, robôs são bem aceitos como “máquinas de estimação” ou mesmo companheiros, mas é preciso avaliar se outros mercados são tão abertos à ideia. De qualquer modo, dá para esperar novidades em breve: na semana passada, a Foxconn e a Alibaba injetaram US$ 236 milhões na SoftBank para estimular a divisão de robótica da companhia.

Com informações: Quartz, TechCrunch

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.