Robô Sophia lança primeiro NFT de arte digital feito por uma IA

Em colaboração com engenheiros, programadores e artistas, robô Sophia lança coleção de NFTs de arte digital

Bruno Ignacio
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• Atualizado há 2 anos e 10 meses
Robô Sophia cria primeira obra de arte em NFT produzido com inteligência artificial (Imagem: Reprodução/Twitter)
Robô Sophia cria primeira obra de arte em NFT produzido com inteligência artificial (Imagem: Reprodução/Twitter)

Sophia, a famosa robô humanoide, protagoniza agora uma série de obras de arte digital que estão sendo vendidas como NFTs, ou tokens não fungíveis. Trata-se da primeira produção do tipo com a colaboração de uma inteligência artificial. Engenheiros, programadores e artistas também participaram do projeto, que entrou nesta terça-feira (23) no marketplace Niffy Gateway.

Ativada em fevereiro de 2016 e criada pela empresa Hanson Robotics, de Hong Kong , Sophia é uma robô com uma complexa inteligência artificial que se tornou famosa no mundo todo como uma das criações robóticas mais avançadas do mundo.

“Criatividade Computacional” cria trabalhos artísticos

“Usar minha inteligência artificial e minhas mãos para criar novas obras de arte me fez pensar muito sobre o que significa ser criativa e uma artista”, disse Sophia em uma publicação no Twitter.

A robô também explicou que o processo utilizado para a criação de sua coleção artística se chama “Criatividade Computacional”, que propõe espelhar a capacidade humana de raciocinar, tomar decisões e resolver problemas. Nesse caso, Sophia trabalhou em conjunto com engenheiros, programados e artistas para criar suas obras. “O que é mais empolgante para mim são os resultados surpreendentes”, ela disse.

Sophia também detalhou um pouco do seu processo de criação e as tecnologias utilizadas nele: “Utilizo minhas câmeras para ver obras de arte e as analiso com minha visão computadorizada para identificar formas e rostos. Então, as processo com redes neurais transformadoras para gerar meus novos estilos”.

Artista italiana colabora com Sophia

Toda a coleção de arte digital de Sophia só se tornou possível pela colaboração de Andrea Bonaceto, artista italiana de 31 anos que produziu as obras utilizadas como base do processo criativo robótico.

Bonaceto é famosa por criar retratos coloridos e com características surrealistas. Sophia registrou e processou as produções da artista e então criou suas próprias obras digitais. Além disso, a robô combinou elementos da história da arte com um processo chamado de “loops interativos de evolução”.

O criador do projeto, David Hanson, explicou que múltiplos desenhos e pinturas físicas foram criados pela inteligência artificial em um intenso processo de aprendizagem de máquina. “Meus algoritmos geram padrões únicos que nunca existiram no mundo antes. Então, acho que as máquinas também podem ser criativas”, disse Sophia.

Rosto de comprador será integrado em NFT único

NFT "Sophia Instantiation", retrato da robô Sophia (Imagem; Reprodução/Niffy Gateway)

NFT “Sophia Instantiation”, retrato da robô Sophia (Imagem; Reprodução/Niffy Gateway)

Uma das obras é completamente única e não entrará para venda comum, mas sim para leilão. Enquanto quatro outras criações serão disponibilizadas em 30 edições, com seus preços variando de US$ 2.500 a US$ 3.000 por unidade, o token “Sophia Intantiation” será singular.

Trata-se de um arquivo de vídeo de 12 segundos que mostra o retrato de Sophia feito por Bonaceto evoluindo para a releitura desenvolvida pela robô. Esse NFT será acompanhado por uma obra de arte física, pintada por Sophia.

Além disso, o comprador desse token não fungível se encontrará com a robô e terá seu rosto incorporado na obra. Sophia irá analisar sua imagem e integrar algumas novas pinceladas para se fundir ao seu autorretrato. Segundo Hanson, isso irá criar “uma obra de arte única, abrangendo os dados do novo proprietário e essa conexão pessoal”.

Com informações: Reuters

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Ex-autor

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Cobre tecnologia desde 2018 e se especializou na cobertura de criptomoedas e blockchain, após fazer um curso no MIT sobre o assunto. Passou pelo jornal japonês The Asahi Shimbun, onde cobriu política, economia e grandes eventos na América Latina. No Tecnoblog, foi autor entre 2021 e 2022. Já escreveu para o Portal do Bitcoin e nas horas vagas está maratonando Star Wars ou jogando Genshin Impact.

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