Santander deve indenizar clientes por falha no internet banking
O TJ-SP determinou que o Santander devolva cerca de R$ 55 mil para os clientes e pague indenização de R$ 10 mil por danos morais
O TJ-SP determinou que o Santander devolva cerca de R$ 55 mil para os clientes e pague indenização de R$ 10 mil por danos morais
A 19ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo negou um recurso do Santander e manteve a ordem de indenização para um grupo de clientes, incluindo uma empresa, prejudicados por uma falha de segurança no internet banking. A determinação é de que o banco devolva cerca de R$ 55 mil retirados das contas por um cibercriminoso e indenize os correntistas em R$ 10 mil.
Os clientes apontaram que foram vítimas de um golpe que envolveu quatro transferências que totalizaram R$ 55.598,64 e um empréstimo de R$ 36.072,34. No recurso, o Santander concordou em cancelar o empréstimo fraudulento, mas afirmou que as transferências foram realizadas com uso de celular reconhecido, senha, token e QR Code dos correntistas, o que indicaria uma “falta de zelo”, e não falha em seu serviço.
O Santander também questionou o pedido de indenização por danos morais à empresa que possui uma conta no banco por entender que a transferência indevida dos valores não abalou sua imagem. Se a ordem permanecesse, a demanda era de, ao menos, uma redução do valor estabelecido pela Justiça. Os pedidos foram rejeitados de forma unânime pelo colegiado do TJ-SP.
Em seu voto, o relator do recurso, desembargador João Camillo de Almeida Prado Costa, afirmou que o banco não conseguiu apresentar provas de que houve o uso de senha, token ou QR Code pelos clientes ou por uma pessoa autorizada por eles. Ele considerou que houve negligência na tarefa de “assegurar a eficiência e a segurança do serviço prestado aos consumidores”.
O magistrado indicou que não é possível retirar “a responsabilidade da casa bancária pela restituição dos valores indevidamente lançados a débito na conta corrente dos autores, em razão do defeito na prestação do serviço bancário”. No voto, ele apontou ainda o caso trouxe “sério abalo psicológico” aos correntistas e “abalo à honra” da empresa por conta de sua inclusão em cadastros de inadimplentes.
Procurado pelo Tecnoblog, o Santander informou que não comenta casos em andamento.
Com informações: Migalhas.