Os shopping centers estudam taxar compras feitas pela internet com retirada em loja física. O sistema é adotado por grandes varejistas, como Ponto Frio, Extra, Saraiva e Magazine Luiza, que permitem ao consumidor buscar pessoalmente o produto adquirido online, o que reduz os custos de transporte das empresas e atrai clientes para os estabelecimentos.

A informação é do Valor. Segundo o jornal, executivos de grandes empresas de shopping, como BRMalls, Iguatemi e Multiplan, se reuniram na Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) para tratar do futuro do modelo de shoppings no Brasil, o que inclui a possibilidade de cobrar um percentual sobre as vendas feitas no modelo de retirada em loja.

O aluguel dos estabelecimentos é definido com base no faturamento de cada ponto. Os shoppings acreditam que deveriam ser remunerados pelo varejista quando um cliente retira o produto na loja física, já que funcionam como “estocadores” e têm suas estruturas utilizadas pelos compradores. No entanto, como o produto foi pago pela internet, o dinheiro não é contabilizado na receita da loja física.

Já os lojistas defendem que mesmo as compras feitas no modelo de retirada foram totalmente realizadas pela internet, e que foi o site da loja que atraiu o consumidor. Além disso, afirmam que o sistema acaba atraindo para o shopping clientes que podem consumir também em outras lojas e, muitas vezes, aumentar o faturamento com estacionamento.

As discussões ainda estão em andamento e não têm prazo para serem concluídas, mas a justiça já decidiu a favor do shopping em casos semelhantes no passado. De acordo com o jornal, a Lojas Americanas foi acusada pela Multiplan de fazer vendas online em quiosques sem que o faturamento fosse contabilizado no aluguel; o STF deu ganho de causa à Multiplan em 2015.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.