Shein promete bancar ICMS de compras de até US$ 50

Varejista chinesa adere ao Remessa Conforme e começa a cobrar impostos na hora de fechar o pedido. Isenção de ICMS é por tempo indeterminado.

Giovanni Santa Rosa
Por
Shein
Shein (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

O programa Remessa Conforme, do governo federal, deu isenção de imposto federal para compras importadas até US$ 50 e promete liberação mais rápida na alfândega. Por outro lado, a cobrança do ICMS, que é estadual, foi fixada em 17%, valendo para todas as compras, independentemente do valor. A Shein promete pagar o ICMS para os clientes em compras de até US$ 50.

O Remessa Conforme começou a funcionar na Shein nesta terça-feira (19). Agora, ao realizar uma compra, o consumidor já vê quais impostos está pagando no momento de fechar o pedido.

A Shein promete que o cliente não vai pagar ICMS nas compras abaixo de US$ 50, que também são isentas de II (imposto de importação). Acima deste valor, tanto ICMS quanto II são cobrados normalmente.

Marcelo Claure, CEO da Shein para a América Latina, disse ao UOL que a empresa está revendo processos logísticos para economizar e, assim, compensar o que será gasto subsidiando o ICMS das compras.

Essa “ajuda” é temporária e, segundo Claure, vai depender do quanto a empresa conseguir economizar cortando custos. Ele diz que a ideia é manter pelo maior tempo possível.

O que é o Remessa Conforme

O Remessa Conforme é um programa da Receita Federal. Ele é voluntário e depende da adesão das plataformas de e-commerce. Ele traz duas principais diferenças sobre o regime anterior de importação.

A primeira delas é a isenção do imposto de importação nas compras até US$ 50. Acima desse valor, a alíquota é de 60%.

A isenção só vale para o imposto de importação, que é federal. O ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que é estadual, será cobrado, com alíquota unificada de 17%.

A segunda é a promessa de liberação mais rápida dos produtos na chegada ao Brasil. As plataformas de varejo ficam responsáveis por coletar os impostos antecipadamente e informar a Receita sobre o conteúdo das encomendas. Isso pode agilizar o processo.

As empresas que não aderirem ao Remessa Conforme continuam com as regras anteriores. Nelas, não há isenção de imposto de importação nas transações de pessoa jurídica para pessoa físico. O imposto de importação é cobrado com 60% de alíquota, independentemente do valor da encomenda.

Existe uma isenção no imposto de importação nas encomendas feitas de pessoa física para pessoa física no valor de até US$ 50. O governo federal e as varejistas brasileiras, porém, acusam as plataformas estrangeiras de abusar dessa regra para que os produtos não sejam taxados.

A Shein conseguiu a aprovação para participar do Remessa Conforme na última quinta-feira (14). Ela se tornou a terceira empresa habilitada para o programa. Antes, AliExpress e Sinerlog receberam a homologação da Receita Federal.

Segundo informações da Receita Federal obtidas pelo UOL, as três correspondem por 83 milhões dos 123 milhões de volumes que chegaram ao Brasil entre janeiro e julho de 2023.

Além delas, Shopee e Amazon pediram autorização para aderir ao programa e esperam aprovação da Receita Federal.

Com informações: UOL

Receba mais sobre ICMS na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

Relacionados