TIM lança banda larga por fibra de até 2 Gb/s

Operadora revela TIM Live com fibra óptica até a residência do cliente (FTTH) e comenta expansão para outros estados do Brasil

Paulo Higa
• Atualizado há 1 ano

A TIM anunciou nesta sexta-feira (13) os novos planos da TIM Live Fibra, serviço de banda larga com instalação de fibra óptica até a residência do cliente. As velocidades de download começam em 100 Mb/s e podem chegar a 2 Gb/s (gigabits por segundo), a mais rápida oferecida atualmente no país. Os planos serão vendidos em pacotes com telefone fixo e serviços de streaming de vídeo a partir de 16 de abril.

Até então, a TIM Live funcionava com a tecnologia FTTC (Fiber to the Curb), em que a fibra óptica chegava até um gabinete mais próximo do cliente e depois os dados eram transportados por meio de um cabo de par metálico, com VDSL2+. Ainda será possível contratar o serviço nessa tecnologia, em velocidades de 40 e 60 Mb/s. A TIM adianta ao Tecnoblog que haverá planos de até 150 Mb/s com FTTC.

O novo serviço se baseia no FTTH (Fiber to the Home), em que a fibra óptica vai até a casa do usuário, semelhante ao funcionamento da Vivo Fibra. A tecnologia estava sendo testada com um grupo de consumidores desde setembro de 2017 e agora será lançada em “quase 20 bairros” de São Paulo e Rio de Janeiro. A operadora não informa a lista completa de bairros, mas diz que cobrirá cerca de 200 mil domicílios.

A vantagem é que o FTTH permite velocidades mais altas: é a primeira vez que uma operadora terá banda larga de 2 Gb/s no Brasil, quebrando um recorde da própria TIM, quando a empresa lançou um serviço de internet de 1 Gb/s. O problema, claro, é que o seu salário precisa dar conta da mensalidade. Estas são as velocidades e os preços da TIM Live Fibra:

  • 100 Mb/s de download e 40 Mb/s de upload: R$ 130
  • 150 Mb/s de download e 40 Mb/s de upload: R$ 160
  • 300 Mb/s de download e 150 Mb/s de upload: R$ 240
  • 500 Mb/s de download e 250 Mb/s de upload: R$ 450
  • 1 Gb/s de download e 300 Mb/s de upload: R$ 860
  • 2 Gb/s de download e 500 Mb/s de upload: R$ 1.560

Nos planos com FTTH, a TIM cobra uma taxa de habilitação para instalação de fibra óptica, com doze parcelas de R$ 10 (100 Mb/s) até R$ 50 (2 Gb/s). Os preços são ligeiramente mais competitivos que os da banda larga avulsa da Vivo Fibra, que cobra R$ 169,99 por 100 Mb/s e R$ 244,99 por 300 Mb/s de download.

Como fez nos planos pós-pagos da telefonia móvel, a TIM incluiu serviços de valor adicionado (SVA). Os benefícios variam de acordo com o plano, mas é possível ter acesso aos conteúdos do Esporte Interativo, Cartoon Network, Looke e o recém-lançado Fox+; eles também serão vendidos separadamente. A partir de 300 Mb/s, a TIM oferece sem custo adicional o Power Wi-Fi, que aumenta o alcance da rede sem fio do usuário.

Estes são os pacotes e benefícios de cada plano, sendo que todos incluem serviço de telefonia fixa (VoIP) na mensalidade:

Serviço de TV por assinatura? Não tão cedo

A TIM é a única entre as quatro grandes operadoras a não fornecer um serviço de TV por assinatura no modelo tradicional. Parece que isso não vai mudar tão cedo: em entrevista ao Tecnoblog, o vice-presidente da unidade de negócios residenciais e PME da TIM Brasil, Fabiano Ferreira, comenta que a oferta de serviços de streaming faz mais sentido “quando se olha o que está acontecendo mundo afora”.

“O que estamos vendo é que o foco de investimento das grandes companhias é ter uma boa plataforma de distribuição de over the tops [entrega de conteúdo pela internet], em que o cliente pode acessar qualquer conteúdo em qualquer lugar nos seus dispositivos móveis e na TV. Hoje, 85% dos nossos consumidores têm Smart TVs e 90% deles utilizam a Smart TV com frequência para acessar conteúdos na internet”, diz Ferreira.

Mas essa velocidade de 2 Gb/s é só para inglês ver?

Fibra óptica

Serviços de banda larga com velocidades altíssimas não são novidade no mercado brasileiro, mas sempre tiveram cobertura muito restrita. A própria TIM lançou um plano de 1 Gb/s no passado, mas nem todo mundo podia contratá-lo; a NET também chegou a anunciar uma banda larga de 500 Mb/s, mas o serviço nem sequer é mais destacado no site da empresa.

E o novo plano de 2 Gb/s? Um ponto positivo do FTTH é que há menos problemas com disponibilidade técnica, diferente do DSL, em que há degradação de sinal dependendo da distância do armário até a casa do cliente. “A velocidade vai estar disponível para qualquer um que estiver em uma região com FTTH. Tendo fibra, pode ter 2 Gb/s”, diz Ferreira.

O problema é que a própria disponibilidade de FTTH na TIM Live é bastante limitada, com menos de 20 bairros cobertos em São Paulo (Tucuruvi, Vila Carrão, Interlagos, Socorro, Jardim Santa Cruz, Horto Florestal e mais) e no Rio de Janeiro (Tijuca, São Cristóvão, Rio Comprido, Madureira, Grajaú e mais). No entanto, a operadora planeja “cobrir um quarto das grandes cidades com fibra óptica” em curto prazo.

Expansão da TIM Live para outras regiões do Brasil

Por enquanto, a TIM Live só funciona nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, mas a operadora anunciou que planeja levar o serviço de banda larga fixa para 10 novas cidades até o final de 2018. Ferreira não informa a lista de municípios, mas revela com exclusividade ao Tecnoblog que eles estarão nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte, e será possível assinar inclusive os planos com FTTH.

A empresa também aposta na banda larga fixa por 4G para expandir o serviço em regiões mais afastadas. Até então conhecido como TIM Casa Internet, ele será renomeado para TIM Live Internet, mas os planos em nada se parecem com os lançados hoje: eles têm velocidades de download mais baixas e impõem franquia de dados. O serviço está presente em 67 cidades e possui mais de 2 mil assinantes.

Atualizado às 12h33 com velocidades de upload e bairros com FTTH.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.