Twitter proíbe apps de terceiros; Tweetbot e Twitterrific encerram atividades

Mudança começou a ocorrer no dia 13 de janeiro e rapidamente afetou diversos aplicativos na rede social; Talon e TweenApp são alguns que caíram

Ricardo Syozi
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Logotipo do Twitter
Twitter (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O Twitter continua a sua movimentação para controlar o máximo possível de sua rede. A mais recente empreitada coloca aplicativos como o Tweetbot e o Twitterrific em uma situação complicada, o que já está resultando no encerramento de suas atividades. Isso porque a rede social do passarinho começou a bloquear apps de terceiros na sexta-feira (13), possivelmente para forçar o uso de seus próprios clientes.

Segundo as palavras de uma postagem no blog oficial do Twitterrific, o serviço foi descontinuado:

Lamentamos dizer que o fim repentino e indigno do aplicativo se deve a uma mudança de política não anunciada e não documentada por um Twitter cada vez mais caprichoso – um Twitter que não reconhecemos mais como confiável e nem queremos mais trabalhar.

A mensagem segue algo que era possível deduzir desde que a rede social de Elon Musk começou a bloquear apps de terceiros: o fim de muitos serviços fora da bolha do CEO. Vale apontar que o Twitterrific é um dos precursores na plataforma, surgindo ainda em 2007.

No entanto, há outros que também estão caindo.

O cocriador do Tweetbot, Paul Haddad, disse ao TechCrunch que a empresa já removeu o cliente do Mac da App Store. Em seguida será a vez da versão de iOS.

Já o TweenApp, que prometia tornar o uso da página mais casual e confortável, foi sucinto em dizer que “estava fechando as cortinas” e agradeceu às pessoas por usarem o produto.

Outro que comentou as dificuldades foi o Talon, que é usado para personalizar a timeline e remover anúncios. Em seu perfil no passarinho, a equipe afirmou que “deixará de funcionar porque o Twitter não permite o acesso aos serviços de aplicativos que tentem recriar a experiência da plataforma”.

Talon Twitter
Tuíte do Talon (Imagem: Reprodução / Internet)

Mudança nas regras surgiu dias depois

A principal surpresa para desenvolvedores e usuários é que a alteração nas regras veio “do nada”. Não houve um anúncio ou qualquer pedido prévio para que os apps se adaptassem às mudanças (mesmo que isso seria basicamente impossível).

O perfil do Twitter Dev, por exemplo, apontou que a suspensão dos aplicativos de terceiros ocorreu porque a companhia está aplicando regras de API, mas nenhuma delas foi apresentada. Obviamente, isso causou mais confusão.

Contudo, na quinta-feira (19), a rede social do passarinho alterou os termos para desenvolvedores. Assim, a frase que preciso destacar se encontra na segunda parte:

Você não vai ou tentará (e não permitirá que outros o façam)… usar ou acessar os Materiais Licenciados para criar ou tentar criar um serviço ou produto substituto ou similar aos Aplicativos do Twitter

Ou seja, não há como um app de terceiros como o Tweetbot ou o Talon sobreviver a isso.

Apps de terceiros fazem parte do ecossistema

Quer Elon Musk goste ou não, aplicativos como o Twitterrific e o Echofon são muito populares na plataforma. Muitos usuários os tinham como peças de grande importância para o dia a dia, os permitindo personalizar sua timeline ou impedindo de ver informações que não queriam.

O encerramento desse ecossistema pode afastar ainda mais tuiteiros, que vêm sentindo que a rede social não é mais a mesma na qual passaram tantas horas de suas vidas. Como consequência, uma nova debandada por acabar ocorrendo.

Ter uma quantidade menor de usuários não é algo que o CEO do Twitter gostaria, ainda mais em um momento tão crítico. Vale lembrar que a companhia está com dificuldades financeiras e que há sinais claros de uma possível falência.

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Ricardo Syozi

Ricardo Syozi

Ex-autor

Ricardo Syozi é jornalista apaixonado por tecnologia e especializado em games atuais e retrôs. Já escreveu para veículos como Nintendo World, WarpZone, MSN Jogos, Editora Europa e VGDB. No Tecnoblog, autor entre 2021 e 2023. Possui ampla experiência na cobertura de eventos, entrevistas, análises e produção de conteúdos no geral.

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