Twitter recua e libera API gratuitamente para serviços públicos

Páginas de alertas meteorológicos, atualizações de transporte e notificações de emergência pararam de funcionar com limitações da API gratuita

Giovanni Santa Rosa

Uma das muitas mudanças feitas por Elon Musk no Twitter foi cobrar pelo uso de APIs da rede social. A ideia era fazer com que empresas e heavy users pagassem pela ferramenta, mas teve uma consequência negativa: diversas contas de comunicados de utilidade pública pararam de funcionar. A empresa decidiu liberar o acesso.

O anúncio foi feito na tarde de terça-feira (2), usando a conta do Twitter dedicada a desenvolvedores.

“Um dos casos de uso mais importantes da API do Twitter sempre foi o dos serviços públicos. Serviços verificados governamentais ou de propriedade pública que tweetam alertas meteorológicos, atualizações de transporte e notificações de emergência podem usar a API gratuitamente para esses fins críticos.”

Serviços públicos desistem do Twitter

Em abril, o Twitter anunciou mudanças nos preços de acesso à API. Usuários do plano gratuito agora podem fazer apenas 1.500 publicações por mês. O pacote pago mais barato custa US$ 100 (cerca de R$ 505) por mês, e dá direito a até 3.000 tweets.

O plano empresarial é ainda mais caro, podendo custar até US$ 42 mil (mais de R$ 210 mil) por mês.

A princípio, um plano gratuito nem estava previsto. Ele foi liberado após muitas reclamações que bots “do bem”, como o que posta no Twitter toda vez que um gato entra ou sai de casa, deixariam de funcionar.

Mesmo assim, o plano básico é insuficiente para muitas páginas importantes.

Como consequência, contas como o Serviço Nacional do Clima dos EUA (NWS, na sigla em inglês) teve seus posts automáticos limitados. O Serviço de Transporte Público de Nova York (MTA) encerrou seu sistema de alertas públicos no Twitter, que funcionava com várias contas.

Empresas se recusam a pagar pelo acesso à API

Grandes empresas também deixaram o Twitter de lado após o anúncio da cobrança. A Microsoft, por exemplo, parou de vender anúncios no Twitter e removeu a integração com a rede social de sua plataforma de propaganda. Elon Musk não gostou e ameaçou processar.

O app Flipboard, que cria “revistas eletrônicas” de acordo com os sites que o usuário acompanha, anunciou que sua integração com o Twitter parou de funcionar.

Outro serviço que simplesmente desistiu do Twitter é o WordPress. Na segunda-feira (1º), a empresa anunciou o fim do compartilhamento automático das publicações usando a plataforma.

A Automattic, dona do WordPress, diz que tentou negociar um preço com o Twitter, mas não teve sucesso.

Com informações: TechCrunch

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.