Uber volta à Colômbia com viagens através de “aluguel de carro”
Uber permite usar app para alugar carro de motoristas e realizar corridas na Colômbia; empresa de táxi fez oposição
Uber permite usar app para alugar carro de motoristas e realizar corridas na Colômbia; empresa de táxi fez oposição
A Uber deu um jeito de voltar a atuar na Colômbia: desde esta quinta-feira (20), o aplicativo permite alugar o carro de motoristas para realizar viagens. A empresa ficou 20 dias fora do país; o governo alegou que ela praticava concorrência desleal, após pressão de uma companhia local de táxi.
“Nosso novo modelo permitirá que os usuários aluguem um veículo com um motorista, sob um acordo entre as duas partes”, explica a Uber em comunicado à Reuters. “O aplicativo será o ponto de contato que une as duas partes para formar um contrato.”
O Uber oferece cinco opções de serviço, incluindo aluguel por hora, carro econômico ou veículo extragrande. A empresa diz que está procurando maneiras de adicionar taxistas à plataforma. Cerca de 88 mil motoristas estão cadastrados na Uber; o app é usado por mais de 2 milhões de pessoas na Colômbia.
Segundo a Associated Press, sindicatos de taxistas e legisladores duvidam que o aluguel de carro realmente obedeça à legislação local. “É uma zombaria da lei, você não pode fornecer transporte público e dizer que é um serviço de aluguel”, diz Ernesto Sandoval, gerente de uma empresa de táxi de Bogotá.
Em dezembro de 2019, a Superintendência de Indústria e Comércio (SIC) — equivalente colombiano ao Cade — decidiu que a Uber violava regras de mercado porque prestava, de forma irregular, um serviço de transporte público individual. Por isso, em 1º de fevereiro, a empresa teve que encerrar as atividades no país.
Alguns dias depois, a Uber disse que a decisão da Colômbia causou um prejuízo de US$ 250 milhões e violou compromissos firmados em acordo de livre comércio com os EUA. Por isso, ela cogitava recorrer a um tribunal internacional de arbitragem. O país ainda não possui regras claras para apps de transporte individual.
De acordo com a AP, a Colômbia é o segundo país que mais recebe investimentos externos na América Latina, atrás somente no Brasil. Empresas de tecnologia acreditam que as leis locais são desatualizadas e podem ameaçar o interesse de empresas estrangeiras.