Vendas de celulares de R$ 2 mil a R$ 3 mil quase triplicam no 2º trimestre
Segundo a IDC Brasil, vendas nesta faixa de preço cresceram 194%; apesar disso, mercado de celulares registrou queda no período
Segundo a IDC Brasil, vendas nesta faixa de preço cresceram 194%; apesar disso, mercado de celulares registrou queda no período
Os smartphones da faixa classificada como intermediário premium — de R$ 2 mil a R$ 3 mil — tiveram um aumento expressivo de vendas. No segundo trimestre de 2020, o segmento registrou alta de 194% em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 344 mil para cerca de 1 milhão de unidades vendidas. O levantamento foi realizado pela IDC Brasil e divulgado pelo Mobile Time.
No mesmo intervalo, as vendas de modelos na faixa de R$ 1,1 mil e R$ 2 mil subiram 12%, chegando a 3,3 milhões de unidades. Apesar do resultado, a categoria perdeu participação de mercado. No segundo trimestre de 2019, ela representava 54% dos celulares vendidos e, agora, cerca de 35%. Isso aconteceu por conta da alta acelerada da faixa intermediário premium, que correspondia a 2% do mercado e agora chega a 11%.
Confira a quantidade de celulares vendidos por faixa de preço no segundo trimestre:
Faixa de preço | 2T19 | 2T20 | Variação |
Abaixo de R$ 700 | 1,7 milhão | 768 mil | -57% |
R$ 700 a R$ 1,1 mil | 7 milhões | 3,2 milhões | -53% |
R$ 1,1 mil a R$ 2 mil | 2,9 milhões | 3,3 milhões | 12% |
R$ 2 mil a R$ 3 mil | 344 mil | 1 milhão | 194% |
Acima de R$ 3 mil | 808 mil | 754 mil | -7% |
Esta é a participação de mercado de cada faixa de preço:
Faixa de preço | 2T19 | 2T20 |
Abaixo de R$ 700 | 13,78% | 8,40% |
R$ 700 a R$ 1,1 mil | 54% | 35,52% |
R$ 1,1 mil a R$ 2 mil | 23,33% | 36,78% |
R$ 2 mil a R$ 3 mil | 2,68% | 11,05% |
Acima de R$ 3 mil | 6,29% | 8,25% |
O desempenho das duas faixas (“R$ 1,1 mil a R$ 2 mil” e “R$ 2 mil a R$ 3 mil”), no entanto, não evitou a queda no mercado de smartphones no segundo trimestre. Com redução nas vendas de modelos mais baratos — de até R$ 1,1 mil — e nos topos de linha — acima de R$ 3 mil —, o faturamento do mercado oficial caiu 15%. Entre abril e junho de 2020, ele ficou em R$ 13 bilhões, enquanto no mesmo período de 2019, era de R$ 15 bilhões.
A IDC Brasil afirma que a queda aconteceu por conta da pandemia do novo coronavírus e da crise no abastecimento de componentes. Segundo a consultoria, as vendas não foram menores por conta do comércio eletrônico, que passou a ser mais usado por consumidores. Ainda assim, as vendas pela internet não foram capazes de impedir a queda no mercado oficial. No mercado cinza, por outro lado, o faturamento cresceu 48% e chegou a R$ 1,3 bilhão.
O levantamento da IDC Brasil aponta ainda que os feature phones ficaram mais caros por conta da alta do dólar, da falta de componentes e a chegada de modelos com o KaiOS, que costumam ser mais caros. O preço médio desses celulares aumentou 39% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior, passando de R$ 132 para R$ 185. No mercado cinza, a alta do preço médio foi de 25%, saindo de R$ 86 para R$ 108.
Ao mesmo tempo, o faturamento com feature phones caiu 36% no mercado oficial, onde passou de R$ 112 milhões, no segundo trimestre de 2019, para R$ 72 bilhões. A queda foi ainda mais acentuada no mercado cinza: 40%, saindo de R$ 17 milhões para R$ 10 milhões.
A IDC Brasil projeta que as vendas de celulares (smartphones e feature phones) no Brasil terão um crescimento no segundo semestre de 2020. Ainda assim, a consultoria aponta para uma queda de 14% no ano de 2020. Para 2021, com uma possível normalização do varejo, a expectativa é de retomada, com projeção de alta de 8,5%.