WhatsApp e Telegram brigam no Twitter sobre criptografia de ponta a ponta

Perfis oficiais dos serviços trocam tweets (e farpas) relacionados aos recursos de privacidade em conversas do Telegram e do WhatsApp

Ana Marques
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• Atualizado há 2 anos e 10 meses
WhatsApp (Imagem: Adem AY/Unsplash)
WhatsApp e Telegram (Imagem: Adem AY/Unsplash)

O WhatsApp e o Telegram trocaram farpas durante o final de semana por meio de seus perfis oficiais no Twitter. Tudo começou com um tweet do Telegram – nada de novo até aqui, já que o mensageiro está constantemente mandando indiretas para o WhatsApp na rede social. Porém, desta vez, o serviço pertencente ao Facebook  respondeu à provocação, gerando uma batalha entre os aplicativos em torno do assunto que você já deve imaginar: privacidade.

A provocação inicial foi bem sucinta: o Telegram tuitou uma imagem que mostrava a evolução do ícone de lixeira, na qual o WhatsApp aparece como a mais recente, com um ícone do Facebook em meio ao conteúdo.

O WhatsApp por sua vez, resolveu comprar a briga e tuitou um meme com uma menina desconfortável enquanto um homem sussurra ao seu ouvido. Na legenda, o perfil do mensageiro escreveu: “Telegram admin: ‘…e o que as pessoas não sabem é que não somos criptografados de ponta a ponta por padrão’”.

Mas o admin não estava para brincadeira, e contra-argumentou alegando que os usuários do Telegram sabem dessa informação, em um cenário supostamente diferente do que acontece com os usuários do WhatsApp.

A conta do Telegram trouxe então um print de uma conversa no serviço rival acusando o WhatsApp de mentir sobre os seus próprios níveis de segurança. O tweet traz três afirmações:

  1. A Apple pode ter acesso às conversas que são armazenadas em um backup no iCloud.
  2. O Google pode ter acesso às conversas que são armazenadas em um backup no Drive.
  3. O WhatsApp pode ter acesso às conversas porque é possível restaurá-la em um dispositivo zerado usando apenas o número do celular.

Depois disso, não houve mais respostas diretas do WhatsApp ou do Facebook ao Telegram.

O que é verdade e o que não é em meio à discussão

Em primeiro lugar, a afirmação sobre a criptografia de ponta a ponta do Telegram é verdadeira – ela não está habilitada por padrão, você precisa ativar os recursos de segurança do app, nesse caso, os chats secretos, para tê-los à sua disposição. No entanto, como diz a conta do mensageiro criado por Pavel Durov, isso nunca foi um segredo.

Por outro lado, como lembrou o desenvolvedor Alessand Paluzzi (@alex193a) em um retweet, para que a Apple e o Google tenham acesso ao conteúdo das mensagens do WhatsApp, eles precisariam da chave para acessar o banco de dados CRYPT12.

Vale lembrar ainda que o cenário está prestes a mudar: o WhatsApp já está estudando uma forma de incluir a criptografia de ponta a ponta em seus backups, no Android e no iPhone (iOS), o que deve chegar em breve aos usuários, permitindo que sejam criadas senhas para preservar tais arquivos.

Restrições da nova política do WhatsApp são adiadas

A nova política de privacidade do WhatsApp, que também vem gerando polêmica devido ao compartilhamento de dados com o Facebook, entraria em vigor no último sábado, 15 de maio. Entretanto, no Brasil, o mensageiro adiou novamente a chegada das novas regras após um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Ministério Público Federal (MPF), a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) e a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).

Devido a este acordo, o WhatsApp irá adiar as restrições impostas pela  nova política aos usuários por 90 dias – com possibilidade de um novo adiamento ao fim deste período, caso restem contestações a respeito das práticas violarem os direitos de privacidade do usuário.

Com informações: WABetaInfo

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Ana Marques

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Gerente de Conteúdo

Ana Marques é jornalista e cobre o universo de eletrônicos de consumo desde 2016. Já participou de eventos nacionais e internacionais da indústria de tecnologia a convite de empresas como Samsung, Motorola, LG e Xiaomi. Analisou celulares, tablets, fones de ouvido, notebooks e wearables, entre outros dispositivos. Ana entrou no Tecnoblog em 2020, como repórter, foi editora-assistente de Notícias e, em 2022, passou a integrar o time de estratégia do site, como Gerente de Conteúdo. Escreveu a coluna "Vida Digital" no site da revista Seleções (Reader's Digest). Trabalhou no TechTudo e no hub de conteúdo do Zoom/Buscapé.

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