Moderadores humanos do YouTube estão banindo canais que não deveriam

Felipe Ventura
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• Atualizado há 5 meses
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O YouTube prometeu ampliar para 10 mil o número de moderadores humanos que procuram por violações das regras da plataforma. Isso veio após o site passar por inúmeras polêmicas ao longo do ano passado.

Agora, o YouTube diz que alguns desses moderadores estão banindo contas que não deveriam, incluindo canais sobre armas de pressão (airsoft).

O problema começou na semana passada, quando uma teoria da conspiração subiu para a seção “Em Alta” do YouTube. O vídeo dizia que David Hogg, um dos sobreviventes do tiroteio que matou 17 pessoas em uma escola na Flórida, era um ator.

O YouTube disse em comunicado que “este vídeo nunca deveria ter aparecido na seção Em Alta”. Ele foi removido por violar as políticas da plataforma sobre assédio e bullying.

Diversos canais começaram a divulgar teorias da conspiração sobre o mesmo assunto e foram banidos pelo YouTube, incluindo Anti-School, Destroying The Illusion e Jerome Corsi.

Enquanto isso, outros canais receberam avisos ou suspensões temporárias, incluindo BakedAlaska, Blackstone Intelligence, InfoWars e Military Arms Channel.

Este último teve problemas com a moderação. Três vídeos do canal Military Arms Channel — com mais de 100 milhões de visualizações mensais — foram removidos do YouTube em 20 de fevereiro após serem analisados pelos moderadores do YouTube. No entanto, dois desses vídeos foram restabelecidos na última quarta (28).

E, segundo o Outline, uma série de canais sobre armas de pressão (airsoft) foram banidos sem aviso prévio, e sem receberem três avisos em um período de três meses — como é a norma. Alguns dos canais retirados incluem UpNorthAirgunner, RackNLoad e Armurerie Auxerre.

Enquanto isso, contas que haviam sido banidas foram reativadas na última quarta (28), como AirgunsofArizona, AmericanAirgunner, AirArmsHuntingSA e HoldOver Vlog. Este último foi retirado sem aviso prévio; contestou a decisão, que foi mantida pelo YouTube; mas foi reativado mesmo assim dez horas depois.

O YouTube diz que a culpa é de moderadores humanos. “À medida que trabalhamos para contratar rapidamente e ampliar nossas equipes ao longo de 2018, os membros mais novos podem aplicar incorretamente algumas de nossas políticas resultando em remoções equivocadas”, disse uma porta-voz à Bloomberg.

Além disso, o YouTube diz que “nossas políticas existentes em relação a conteúdos nocivos e perigosos não mudaram”, e que vai “restabelecer todos os vídeos que foram removidos por erro”.

Com informações: The Outline, Engadget.

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Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.

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