O que é estabilização digital de imagem (EIS)? Saiba por que ela é boa para vídeos

Estabilização eletrônica de imagem (EIS) é mais conhecida como estabilização digital e pode reduzir os chacoalhões nos vídeos; saiba como ela funciona

Emerson Alecrim Paulo Higa
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GoPro Hero 7 Black tem EIS (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
GoPro Hero 7 Black tem EIS (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Estabilização eletrônica de imagem (EIS) é uma tecnologia que previne borrões causados por movimentos durante o registro de fotos e, principalmente, vídeos. Também chamado de estabilização digital, o recurso funciona em conjunto com o processador de imagem de câmeras e celulares.

Como funciona a estabilização digital de imagem

Para uma foto ou vídeo ser registrada, o sensor de imagem recebe a luz capturada pela lente da câmera. Em seguida, essa informação é enviada ao processador de sinal de imagem (ISP). A estabilização digital começa quando o ISP analisa esses dados para identificar alterações na imagem causadas por movimentos.

A análise dos dados é feita em tempo real por meio de algoritmos que detectam pixels que correspondem a trepidações ou movimentos involuntários. Dados de giroscópios e acelerômetros também podem ser usados para esse fim.

Na etapa seguinte, a estabilização eletrônica de imagem é efetivamente aplicada por meio de compensações sobre o movimento indesejado. Há dois métodos principais para isso:

  • Zoom digital: a imagem é ampliada digitalmente, dividida em zonas e comparada quadro a quadro. Se mudanças nas zonas forem percebidas nessa comparação, o EIS aproveita a margem obtida com a ampliação para mover a imagem na direção oposta e, assim, compensar o movimento indesejado;
  • Deslocamento das bordas do sensor: o conteúdo capturado pelas bordas do sensor não compõe a imagem final, mas essa área serve para compensar movimentos. Assim, se uma vibração para cima for detectada, um espaço correspondente na borda inferior é usado como compensação.
Estabilização digital de imagem (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Estabilização digital de imagem (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Quando usar estabilização digital na câmera

A estabilização digital pode ser usada em situações nas quais movimentos indesejados prejudicam a qualidade da imagem, principalmente durante a gravação de um vídeo. É o caso de:

  • Assunto que se move rápido: o EIS pode compensar movimentos de crianças ou animais que se movem durante as filmagens;
  • Usuário em movimento: a tecnologia pode compensar movimentos indesejados causados por quem fotografa ou filma. É por isso que o EIS é muito comum em câmeras de ação;
  • Falta de tripé: a estabilização óptica pode prevenir rastros ou borrões causados pela falta de suporte fixo para a câmera ou celular;
  • Baixa luminosidade: a estabilização digital favorece registros em ambientes com pouca luz. Nessa condição, há mais chances de a imagem ficar tremida ou borrada.
O Samsung Galaxy A52 usa EIS para gravar vídeos (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
O Samsung Galaxy A52 usa EIS para gravar vídeos (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

A estabilização eletrônica é mais barata que a estabilização óptica por não exigir componentes mecânicos, mas é mais suscetível a efeitos indesejados.

Um dos possíveis problemas é a resolução menor causada pela ampliação da imagem ou o aproveitamento das bordas do sensor. Outro é o surgimento de distorções nos cantos causados pela tentativa do ISP de preservar as zonas centrais da imagem.

Algumas imagens geradas com EIS também podem apresentam um “efeito gelatina”, distorção que faz objetos terem visual arredondado ou torcido por causa de mudanças de perspectiva.

Ajustar parâmetros como ISO e velocidade do obturador pode amenizar esses problemas.

Principais tecnologias de EIS

Tecnologias de estabilização eletrônica de imagem podem assumir diferentes nomes comerciais, dependendo da fabricante. Algumas das marcas mais comuns são:

  • GoPro HyperSmooth: corta aproximadamente 5% das bordas da imagem para estabilizar os vídeos por software e está presente nas câmeras de ação de linhas como Hero;
  • Sony SteadyShot: muito frequente em câmeras digitais Cybershot, é a versão eletrônica do Optical SteadyShot (OSS), marca usada em lentes da Sony com estabilização óptica;
  • Huawei AIS: é uma tecnologia que otimiza a estabilização digital com inteligência artificial. É interessante para remover movimentos indesejados em condições de baixa luminosidade. Aparece em linhas como Huawei P30;
  • DJI RockSteady: é um sistema de EIS criado para as câmeras de ação Osmo. Também aparece em câmeras dos drones da marca. Existe uma variação chamada HorizonSteady que favorece a estabilização horizontal da imagem;
  • Apple Modo de Ação: o modo de ação da linha iPhone 14 é auxiliada por EIS para permitir filmagens com muita movimentação;
  • Sensores Samsung Isocell: muitos sensores de câmera da Samsung trazem suporte nativo a EIS, a exemplo dos modelos Isocell GW3 e HM2. A tecnologia também aparece em alguns celulares da série Galaxy A.
Sistema GoPro HyperSmooth (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)
Sistema GoPro HyperSmooth (imagem: Paulo Higa/Tecnoblog)

Qual é melhor, estabilização óptica ou digital?

Em linhas gerais, a estabilização óptica é melhor, pois compensa movimentos indesejados mudando a posição dos elementos da lente. Como esse ajuste é feito mecanicamente, há menos risco de distorções ou surgimento de artefatos na imagem. Saiba mais em nosso comparativo entre estabilização óptica e digital.

Por que o vídeo fica distorcido com a estabilização digital ligada?

A estabilização digital aplica zoom sobre uma imagem ou descarta as bordas do conteúdo capturado pelo sensor. Essa abordagem abre margens para compensação de movimentos indesejáveis durante o processamento de imagem. Contudo, pode ocorrer uma extrapolação de pixels nesse processo que causa distorções.

Qual a diferença entre estabilização digital e a Estabilização Aprimorada do iPhone?

A Estabilização Aprimorada é um recurso que aumenta o zoom para evitar efeitos de tremor durante gravações de vídeo. Trata-se de um sistema de EIS, mas otimizado para permitir filmagens sem movimentos indesejados enquanto o usuário mantém o iPhone em mãos.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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