Estabilização de imagem no corpo (IBIS): entenda a tecnologia com deslocamento de sensor

In-Body Image Stabilization (IBIS) detecta movimentos no corpo da câmera e desloca o sensor de imagem para evitar fotos tremidas; entenda esse tipo de estabilização

Emerson Alecrim Paulo Higa
Por e
A Canon EOS R7 tem stabilização de imagem no corpo (imagem: divulgação/Canon)
A Canon EOS R7 tem estabilização de imagem no corpo (imagem: divulgação/Canon)

A estabilização de imagem no corpo (IBIS) ou sensor-shift é uma tecnologia que ajusta a posição do sensor de imagem para prevenir borrões ou desfoques causados por movimentos. A técnica é diferente da OIS, que estabiliza a lente. O IBIS é mais comum em câmeras mirrorless e DSLR, mas também aparece em celulares avançados.

Como funciona a estabilização com mecanismo sensor-shift

O sensor de imagem é o item que recebe a luz obtida pela lente para gerar uma foto ou vídeo. Nesse processo, uma vibração pode modificar os raios de luz que passam pela lente, gerando imagens borradas ou tremidas. A IBIS move o sensor na direção oposta para compensar os movimentos que causam esses problemas.

A detecção dos movimentos da câmera pode ser feita via acelerômetro ou giroscópio. Muitas tecnologias de sensor-shift usam sistemas de cinco eixos (5-axis) para detectar deslocamentos para cima, para baixo e para as laterais, bem como movimentos de rotação.

As informações obtidas por esses componentes são analisadas em tempo real pelo sistema da câmera, que aciona um motor para mover a plataforma flutuante que abriga o sensor de modo a compensar o movimento indesejado.

Estabilização de imagem no corpo (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Estabilização de imagem no corpo (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A IBIS é diferente da estabilização óptica (OIS), que compensa movimentos ajustando a posição dos elementos da lente. Ambos os sistemas são eficientes, mas a estabilização de imagem no corpo tende a funcionar melhor com distâncias focais curtas.

Quando usar estabilização de imagem no corpo

Sistemas IBIS podem ser usados nas situações que favorecem o surgimento de tremores, borrões ou desfoques causados por movimentos com a câmera. Eis alguns exemplos:

  • Vídeos enquanto se anda: câmeras ou celulares com sensor-shift amenizam o desconfortável efeito de subida e descida na gravação de vídeo causado pelos passos do usuário;
  • Desfoque de fundo: a IBIS pode evitar que movimentos involuntários que deslocam a luz na lente prejudiquem registros de imagens com efeito bokeh;
  • Distância focal curta: a IBIS tende a funcionar melhor que a estabilização óptica em imagens com distância focal próxima, de acordo com a Canon. Contudo, a OIS pode se sair melhor em distâncias focais longas;
  • Vibração discreta: câmeras com sensor-shift são muito eficientes em estabilizar imagens em movimentos suaves, mas perceptíveis, como aqueles causados por respiração do usuário ou vento que balança a câmera;
  • Lentes sem estabilização: a estabilização de imagem no corpo funciona com qualquer lente. Com isso, a foto ou vídeo será estabilizada mesmo se uma objetiva sem OIS for usada;
  • IBIS e OIS juntas: algumas câmeras com sensor-shift, como a Canon EOS R7, trabalham junto com lentes OIS para formar um estabilizador de imagem híbrido. Esse sistema faz a estabilização funcionar nas mais variadas distâncias focais.

Embora ofereça muitas vantagens, a estabilização de imagem no corpo pode não funcionar adequadamente quando os movimentos desejados forem muito intensos, ou quando a bateria da câmera estiver baixa, já que o IBIS pode ser desativado nessa condição.

Ajustar parâmetros como velocidade do obturador e ISO pode minimizar o problema.

Principais tecnologias de estabilização de imagem no corpo

Tecnologias de estabilização de imagem por deslocamento de sensor podem assumir diferentes nomes comerciais, dependendo da fabricante. Algumas das marcas mais comuns são:

  • Canon In-Body Image Stabilizer (IBIS): foi lançado nas câmeras EOS R5, EOS R6 e EOS E3 com cinco eixos de estabilização e integração com as lentes Canon IS para melhor desempenho;
  • Apple Sensor-shift OIS: apresentado em 2020 na linha iPhone 12, inicialmente apenas para a versão Pro Max, que tinha um sensor de imagem flutuante para a lente grande-angular. O iPhone 14 Pro tem dois sensores do tipo;
  • Fujifilm IBIS: funciona com sistema de cinco eixos e está presente em câmeras das séries X e FGX, a exemplo dos modelos Fujifilm GFX100S e X-T5;
  • Panasonic IBIS: aparece principalmente nas câmeras mirrorless da marca. Em muitas delas, a estabilização de imagem no corpo é combinada com estabilização na lente, sistema chamada pela Panasonic de Dual I.S.;
  • Sony SteadyShot: o nome representa tanto o sistema de estabilização óptica quanto o de sensor-shift da Sony. Câmeras como Alpha 99 (DSLR) e Alpha 7 IV (mirrorless) têm IBIS;
  • Nikon IBIS: a marca introduziu a tecnologia nas câmeras Z6 e Z7, lançadas em 2018. Desde então, a companhia implementa estabilização por deslocamento de sensor em modelos mirrorless;
  • Olympus In-Body Image Stabilization: a Olympus é pioneira no uso de IBIS de cinco eixos. A tecnologia aparece nas câmeras OM e OM-D mais sofisticadas da marca.
O iPhone 14 Pro tem sensor-shift nas câmera principal e telefoto (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)
O iPhone 14 Pro tem sensor-shift nas câmera principal e telefoto (imagem: Emerson Alecrim/Tecnoblog)

Qual é melhor, estabilização óptica ou sensor-shift?

O sensor-shift costuma ser mais bem aceito por funcionar com vários tipos de lentes e ter bastante precisão. Mas a estabilização óptica também é eficiente, principalmente com distâncias focais longas. Saiba mais em nosso comparativo entre estabilização óptica, digital e no corpo.

Qual a diferença entre SSS e OIS?

OIS é a sigla em inglês para estabilização óptica de imagem, tecnologia que funciona movimentando os elementos da lente. Já SSS é uma sigla para “Sensor-Shift Stabilization”, ou seja, é uma expressão alternativa para estabilização de imagem no corpo

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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