Review Fone Bluetooth JBL Tune 125BT: som neutro e muita bateria
JBL Tune 125BT é o sucessor do Tune 115BT e tem melhorias na autonomia e em conetividade, mas faltou upgrade no som
JBL Tune 125BT é o sucessor do Tune 115BT e tem melhorias na autonomia e em conetividade, mas faltou upgrade no som
Este é o JBL Tune 125BT, considerado uma evolução do Tune 115BT. Segundo a JBL, a nova geração de 2021 chega com avanços em conectividade e na autonomia: o Bluetooth 4.2 sai de cena para entrar a versão 5.0 e a bateria, que antes oferecia 8 horas de reprodução, agora proporciona 16 horas de músicas e podcats. No som, porém, parece que não houve upgrades significativos.
No ano de seu lançamento, a JBL pede R$ 199 pelo Tune 125BT, ou seja, R$ 80 a mais do que o antecessor, que ainda aparecia à venda enquanto eu produzia este review. Para saber se vale a pena o investimento, eu testei o novo produto da JBL e conto as minhas impressões a seguir.
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O JBL Tune 125BT foi fornecido pela JBL por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
Feito para ficar sobre a nuca, o JBL Tune 125BT é um fone de ouvido sem fio, mas não totalmente. Esse tipo de design, estilo “cordinha de óculos”, também encontrado no Beats Flex e no Sony WI-C200, facilita bastante a vida de quem está sempre em movimento e precisa que o vestível fique bem firme para não se espatifar no chão. Assim como os concorrentes, o 125BT tem imãs que ajudam a evitar emaranhamento. O sistema aqui não parece ser tão firme quanto o do Beats Flex, mesmo assim, a JBL ganha pontos por garantir a proteção.
Este é um produto de entrada e o acabamento acompanha essa proposta. O cabo emborrachado passa uma ótima sensação de durabilidade, mas os controles ali presentes são de plástico simples, o que não é um problema, já que estamos falando de um dispositivo básico. Embora tenha um projeto esportista, o gadget não recebeu nenhuma certificação IP e eu analiso que a JBL perdeu a oportunidade de oferecer proteção mínima contra à água e ao suor para se destacar entre os rivais.
Já no conforto, a empresa fez um ótimo trabalho. As ponteiras auriculares são bem-acabadas e confortáveis, gerando uma experiência de uso muito positiva, tanto durante o trabalho no escritório quanto ao longo dos exercícios físicos. Ao todo, três pares são enviados na caixa para diferentes tipos de ouvidos.
Os controles dos fones também foram muito bem desenvolvidos, tendo em vista que permitem ao usuário comandar facilmente o que é reproduzido. O controle direito traz o botão de liga/desliga, que também pode ser usado para pausar e reproduzir, e para acionar o assistente virtual ao apertar duas vezes. Ali também estão os botões de volume, que são híbridos, e ainda servem para pular e retroceder faixas. Eu gostei muito desse sistema adotado pela JBL e, ao longo dos testes, tive a sensação de ter todo o comando da música pelo próprio gadget, sem a necessidade de pegar o celular a todo instante.
O Tune 115BT, lançado no ano passado, chegou às lojas com Bluetooth 4.2, mas o seu sucessor chega com a versão 5.0. Eu sempre gosto de testar o alcance e a estabilidade dos fones e, por aqui, o resultado do 125BT é ok. Foi possível caminhar pela casa com o celular distante, passando por algumas paredes, porém, em alguns momentos, o áudio ficava cortado. Não é o fim do mundo e a experiência não é totalmente comprometida, mas bem que a JBL poderia investir num Bluetooth 5.2 para evitar esse problema. A conexão multiponto, que é sempre um destaque nos fones da marca, funciona muito bem e eu pude, por exemplo, alternar a conexão do 125BT entre o celular e o tablet sem nenhuma dificuldade.
Vamos ao que interessa. Ainda que prometa “graves poderosos e precisos” com a assinatura JBL PureBass, eu notei que o Tune 125BT é um fone com som neutro, com um perfil que deve agradar quem gosta de algo menos potente e mais aberto. Tudo isso não representa ponto negativo, mas devo ressaltar que a intensidade me deixou um pouco intrigado. O volume deste fone não é tão alto e, em alguns momentos, eu tive de deixar o som no máximo para escutar melhor.
Há muito espaço para os agudos, médios e médios-altos. Esse é um fone que permite ouvir com clareza o vocal, os efeitos e os instrumentos que produzem sons agudos, também é “natural” notar um pouco de estridência em algumas faixas. Já um hip-hop com excesso de batidas, como Family Affair, da Mary J. Blige, soa mais brilhante, ressaltando as frequências altas, enquanto os graves repercutem sem intensidade e acanhados. Em outro extremo, com On My Sleeve, do Creed, em reprodução, a música começa com um certo equilíbrio, mas logo embola na parte mais forte, quando vocal, bateria e guitarra ganham força, o que é normal para um fone dessa categoria.
Já o microfone me surpreendeu positivamente. Em sua comunicação, a JBL não destaca nenhuma tecnologia de redução de ruído, mas eu fiquei impressionado como o Tune 125BT conseguiu reduzir o barulho alto de uma moto durante os meus testes. A pessoa do outro lado consegue ouvir você com clareza, o áudio não fica tão metalizado e a compressão do Bluetooth parece ser mínima.
Na bateria, a empresa promete até 16 horas ininterruptas de som e uma carga rápida de 15 minutos garante mais uma hora de reprodução. Nos meus testes, com o volume em 50%, eu consegui deixar o dispositivo da JBL ligado por até dois dias, um resultado muito superior em relação ao Beats Flex, que oferece cerca de 12 horas. Para efeito de comparação, o Sony WI-C200 entrega 15 horas e o Edifier W280BT, apenas 6 horas.
A alimentação é feita via conexão USB-C que está no controle direito do dispositivo. E eu gostei que a JBL colocou uma capinha para proteger a entrada, algo que senti falta no Beats Flex.
A meu ver, não faz muito sentido migrar do JBL Tune 115BT para o 125BT, pois não há tantos upgrades que justifiquem a troca. Ainda assim, para quem busca um primeiro fone de ouvido nesse estilo e acessível, apostar no 125BT pode ser uma decisão acertada. Como de praxe, a JBL focou em pontos estratégicos para entregar um dispositivo com uma proposta agressiva: o avanço na autonomia marca esta geração, a conexão multiponto permanece como um diferencial e tem custo-benefício, que é interessante.
Com relação ao som, na minha opinião, é apenas ok. A JBL sempre destaca o som lendário com “graves profundos e poderosos”, mas faltou justamente os graves marcantes e energéticos. Não é um problema, pois a assinatura desse modelo vai agradar muitas pessoas que não querem potência, mas ressaltar o que não entrega parece não ser uma boa ideia, não é? Além disso, eu senti falta de uma certificação contra água e suor, e um Bluetooth 5.2 seria muito bem-vindo.
Atualmente, o JBL Tune 125BT é um produto que faz sentido durante as promoções do varejo e ele já aparece por bem menos de R$ 200, o que torna o investimento ainda mais interessante. Mas eu ficaria de olho no 115BT, que ainda parece fazer um bom trabalho e tem bom custo-benefício.
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