Review Huawei Band 6: design ousado e recursos de saúde
Rival da Xiaomi Mi Band 6, Huawei Band 6 tem novo design, tela AMOLED, oxímetro, mas apresenta alguns problemas de software
Rival da Xiaomi Mi Band 6, Huawei Band 6 tem novo design, tela AMOLED, oxímetro, mas apresenta alguns problemas de software
O mercado de smartbands é extremamente movimentado e a Xiaomi, com a sua popular Mi Band, vem ditando as tendências para o setor há muito tempo. Felizmente, a Huawei resolveu entrar mais agressiva nesse mundo —, agora com a Huawei Band 6. Apostando num visual de smartwatch, a pulseira fitness da chinesa tem tela AMOLED de 1,47 polegada, bateria para até 14 dias de uso, oxímetro de pulso e aproximadamente 100 modos de treino.
A estratégia da empresa é oferecer um rastreador fitness popular, porém com uma experiência de relógio inteligente embarcada. E, para isso, a marca pede R$ 549. Será que eles fizeram um bom trabalho? E como fica a Mi Band 6 agora? Eu venho usando a Huawei Band 6 há semanas e compartilho a minha análise a seguir.
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A Huawei Band 6 foi fornecida pela Huawei por empréstimo e será devolvida à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
O novo design da Huawei Band 6 representa um grande amadurecimento da Huawei e eu analiso que essa estratégia pode abrir caminhos para novas possibilidades em todo o setor. Desde o seu lançamento global, o wearable chamou a minha atenção pela semelhança com o Huawei Watch Fit, um smartwatch básico da empresa que se saiu muito bem nos testes do Tecnoblog, em janeiro deste ano.
A Band 6 está disponível em quatro cores: preto grafite, verde, laranja e rosa. Eu testei o modelo escurecido, que, convenhamos, é bem “sem graça”, por ser sóbrio demais. Como já esperamos de um dispositivo como este, o acabamento é simples, com polímero, trazendo um reforço com fibra de vidro e pulseira de silicone. Segundo a Huawei, a correia do gadget passou por tratamento UV, o que, consequentemente, ajuda a evitar irritações na pele.
E, realmente, no dia a dia, a smartband não gera incômodos e, mesmo na hora de dormir, eu não senti desconfortos. Entretanto, nem tudo é perfeito. Você até já encontra outros tipos de pulseiras no mercado para este aparelho, porém remover o acessório original da Band 6 é um desafio e tanto. Para quem pratica exercícios na piscina ou na praia, é bom saber que o produto tem resistência à água em até 50 metros de profundidade.
Os relógios da Huawei sempre entregaram telas excelentes e a empresa manteve esse “padrão de qualidade” na atual pulseira fitness. Agora, ela aposta num painel AMOLED de 1,47 polegada com resolução 368 x 194 pixels. Assim como eu comentei no review da Mi Band 6, esse upgrade no display favorece a exibição de mais recursos e, com apenas um toque, você acessa rapidamente o monitor de batimentos cardíacos e o contador de passos, por exemplo. Além disso, o brilho é forte, a definição dos ícones e textos é boa, assim como a visualização em ambientes abertos.
A Huawei Band 6 continua entregando o essencial para você conseguir rastrear a saúde e o condicionamento físico. Ao todo, são 96 modos de treino disponíveis, 66 a mais que a Mi Band 6. Corrida, caminhada, esteira, ciclismo interno e externo, natação, remo, elíptico, ioga, pilates, crossfit, HIIT, badminton, tênis e pular corda são alguns dos exercícios disponíveis no aparelho. Para quem deseja acompanhar a saúde mais de perto, o gadget é capaz de monitorar os passos, a frequência cardíaca, a saturação de oxigênio no sangue (SpO2), o sono, o nível de estresse e o ciclo menstrual.
Comecemos, então, pela análise do sensor de frequência cardíaca que não me passou muita segurança. Em vários momentos, sempre em repouso, o dispositivo apresentava medições muito elevadas em relação ao Apple Watch Series 6 e à Mi Band 6, que têm sensores confiáveis, na minha opinião. Em outro cenário, após um exercício, eu percebi que a Huawei Band 6 fornecia batimentos médios inferiores do que estou acostumado. Exemplificando, no elíptico eu, geralmente, registro 168 bpm, mas a Band 6 ficava em 134 bpm, uma diferença grande no meu caso.
O oxímetro, que vem ganhando cada vez mais atenção nas smartbands atualmente, se mostrou preciso, sem exibir números tão incompatíveis com a situação atual no teste. O sensor também não é tão lento quanto o da Mi Band e sempre interrompe a medição quando detecta um movimento que possa prejudicar a mensuração.
No passado eu elogiei o monitor de sono da chinesa em análises de relógios e reafirmo aqui a excelência neste review da Huawei Band 6. A tecnologia, chamada de TruSleep, impressiona por ser detalhada, apresentando os estágios do sono (REM, leve, profundo), e pela exatidão: o wearable mostra a hora exata que eu acordei e acerta. O aplicativo Huawei Health ainda compartilha uma nota para a sua noite de sono, explica o que é avaliado e dá dicas para você dormir melhor. A empresa está de parabéns pelo excelente recurso e eu espero que ele continue assim.
Em rastreamento fitness, ela fica devendo GPS integrado para quem corre, faz caminhada ou ciclismo, porém não é um problema, porque a maioria dos gadgets dessa categoria também não entrega a tecnologia. Ainda assim, eu consigo aproveitar o GPS do celular para conseguir ter todos os detalhes do percurso. A Band 6 ainda pode detectar quatro exercícios: caminhada, corrida, elíptico e remo, isto é, um menos que a pulseira da Xiaomi que, além desses, pode detectar ciclismo.
Os dados do seu treino ficam salvos automaticamente no Huawei Health, que me agrada por ter uma navegação simples, layout limpo, mas sem deixar o detalhamento de lado. Na caminhada, por exemplo, o app fornece a vigência do treino, calorias queimadas, ritmo médio, velocidade, passos, frequência cardíaca, dentre outras informações. Todas as métricas podem ser enviadas automaticamente para o Apple Health ou para o Google Fit. No entanto, eu gosto tanto do aplicativo da Huawei que opto sempre por fazer as análises por ele.
Em recursos de smartwatch, a Huawei Band 6 não tem nada de muito diferente em relação aos rivais, entretanto há muitas inconsistências no software. Ela pode espelhar as notificações do celular, mas não é possível respondê-las e, em algumas ocasiões, eu percebi um delay nessa comunicação; caracteres especiais até são exibidos, porém o device não suporta emojis. Outro recurso tão simples e popular — o player de música — me deixou intrigado, porque eu simplesmente não o encontrava no sistema da Band 6; navegando pelo site da empresa, eu descobri que o controle de reprodução de faixas não é compatível com o sistema iOS, apenas Android.
O obturador, usado para tirar fotos com o celular via smartband, só é compatível com telefones Huawei executando a EMUI e, claro, também não funciona no sistema da Apple. Definitivamente, nesse quesito, o dispositivo da chinesa deixa muito a desejar e vale ressaltar que a Xiaomi Mi Band 6 tem todos esses recursos aqui citados e eles funcionam muito bem tanto no Android quanto no iOS. A lista de mostradores é bem extensa e a tela maior permite ter alguns “widgets”, que levam à tela de BPM, passos e previsão do tempo. Eu só senti falta de watchfaces animadas, que já encontramos na concorrência.
Ao menos na bateria eu consegui ter uma experiência positiva. A empresa garante até 14 dias com uso normal e até 10 dias se a pessoa exigir mais da pulseira fitness. Na prática, a autonomia é excelente e há um intervalo bem extenso para colocar o equipamento no carregador, jogando luz à eficiência energética do aparelho. Com o uso intenso, monitorando o treino, batimentos cardíacos, sono e a saturação de oxigênio no sangue, foi possível manter a Band 6 ligada por exatamente 10 dias, muito bom.
Vale, mas ela com certeza não é para todo mundo. A Huawei Band 6 é um rastreador fitness básico muito competente quando se trata em monitorar a saúde e o condicionamento físico do usuário, isso para quem não é muito exigente, é claro. Basicamente, a fabricante aproveitou todos os bons recursos do Huawei Watch Fit e da série Watch GT, e trabalhou num visual mais simples, mas ainda ousado para a categoria. A fabricante acerta fortemente pela atualização no design, conforto e na tela AMOLED, que continua se sobressaindo pela qualidade.
O sensor de batimentos cardíacos não é 100% confiável, mas deve atender quem não procura exatidão, a tecnologia que acompanha a saturação de oxigênio no sangue, comumente encontrada em relógios inteligentes caros, a exemplo do Apple Watch Series 6, funcionou adequadamente durante os meus testes. E o monitor de acompanhamento do sono é outro sistema que a Huawei domina, por ser muito preciso e detalhado. Eu também não posso deixar de elogiar o aplicativo Huawei Health, que vem ganhando melhorias significativas e integração consistente a cada nova versão.
Mas eu disse que a Huawei Band 6 não é para todo mundo. Pois bem, por ora, este dispositivo só faz sentido para quem usa Android, sobretudo para donos de smartphones Huawei. A ausência de player de música e outros recursos no iOS fazem a Mi Band 6 ser a melhor opção para quem está no mundo da Maçã — e mais uma vez reforço: a pulseira da Xiaomi funciona muito bem nos aparelhos da Apple. A Huawei Band 6 é uma ótima smartband para Android e só alimenta a minha ansiedade de saber o que pode vir depois desta geração.