Review iPhone 12: fino, poderoso e eficiente em quase tudo
Com tela OLED, A14 Bionic e câmeras aprimoradas, iPhone 12 é um aparelho incrível que deve agradar a maioria das pessoas
Com tela OLED, A14 Bionic e câmeras aprimoradas, iPhone 12 é um aparelho incrível que deve agradar a maioria das pessoas
Ele perdeu acessórios, não traz câmera teleobjetiva nem ostenta sensor LiDAR, mas ganhou uma cor nova, tela OLED, um processador A14 Bionic poderoso e, claro, suporte ao 5G. Este é o review do iPhone 12, um dos aparelhos “mais acessíveis” da geração atual e que deve ser o próximo celular de muita gente que pensa em trocar de iPhone agora
Mais caro, com preços que variam entre R$ 7.999 e R$ 9.499, o iPhone 12 conseguirá seguir o caminho dos antecessores com números consistentes de vendas? Será que vale migrar do iPhone 11 para o 12? E para quem ele é indicado? Eu testei o smartphone da Apple nas últimas semanas e compartilho todos os detalhes nesta análise completa.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente de tecnologia que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises de produtos são opinativas e não possuem nenhuma intenção publicitária. Por isso, sempre destacamos de forma transparente os pontos positivos e negativos de cada produto. Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo.
Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O iPhone 12 foi fornecido pela Apple por empréstimo por tempo indeterminado. O produto será usado em conteúdos futuros antes de ser devolvido à empresa.
O ser humano é meio receoso com mudanças. No primeiro momento, as laterais achatadas dos novos iPhones me causaram uma certa estranheza, mas depois que tive contato com o aparelho a coisa mudou. O time de design voltou no tempo e resgatou essas laterais planas que geram uma boa nostalgia, fazendo o consumidor lembrar do icônico iPhone 4 e, sobretudo, do iPhone 5.
Depois de alguns dias de uso, posso dizer que gostei bastante do design arrojado com excelente acabamento em alumínio aeroespacial nas laterais e vidro na traseira. O iPhone ficou ligeiramente menor, fino e 16% mais leve e tudo isso fica ainda mais evidente com o aparelho em mãos. O tamanho enxuto contribui para uma boa pegada que, ao mesmo tempo, passa sensação de firmeza e segurança, além de garantir uma boa usabilidade.
Em outros números, estamos falando de um dispositivo que pesa apenas 162 gramas, contra 194 do iPhone 11. A largura também foi reduzida, mas é bom ressaltar que isso não significa que o consumo de mídia foi prejudicado, pelo contrário, porém explico melhor adiante.
Esse vidro brilhante na traseira acumula facilmente marcas de dedo, por isso recomendo o uso de capinha e adianto que o acessório do iPhone 11 não serve no iPhone 12, evidentemente.
Ao contrário dos modelos mais caros, essa gama chega ao mercado com várias opções de cores: as minhas preferidas são azul e preto, respectivamente, mas a Apple enviou ao Tecnoblog o iPhone 12 verde, que também é muito bonito. Versões em branco e vermelho (PRODUCT)RED estão disponíveis.
Outro ponto destacado pela empresa é a resistência. Assim como a geração passada, o iPhone 12 tem certificação IP68, em outras palavras, ele aguenta respingos, água e poeira. O smartphone ainda ganhou um bom reforço na parte frontal, o que nos leva ao próximo tópico de avaliação.
Um dos principais avanços do iPhone 12 está na tela. A Apple, enfim, abandonou o LCD com bordas ressaltadas e trouxe o OLED desde o modelo mais básico, o 12 Mini. Logo, você pode esperar por um brilho mais intenso e resolução alta, o que favorece ainda mais o consumo de vídeos e jogos. Em números, o iPhone 12 mantém a tela grande de 6,1 polegadas, porém agora com 2532 x 1170 pixels — números altos que dizem muito.
Antes de falar dos detalhes do display, entro novamente no ponto da segurança e resistência, pois este iPhone conta com o Ceramic Shield, que deixou a tela mais resistente graças à adição de cristais de nanocerâmica misturados com o vidro, contudo ele não está protegido contra riscos. Eu até dei umas batidinhas ali para fazer um teste, mas não notei nenhuma grande diferença, em comparação com o 11.
Eu esperava um notch menor? Esperava. O mais curioso é que eu não consigo odiar esse formato da Apple, talvez seja porque ali está o verdadeiro sensor de reconhecimento facial (Face iD), bem mais seguro do que aquele método de análise de fotos de alguns Androids. Se for para ter uma segurança eficiente, então sou a favor desse tipo de entalhe, ainda.
Como esperado, a experiência ao assistir filmes, séries e vídeos do YouTube é fantástica, lembrando que ele tem suporte ao Dolby Vision, ao HDR10 e ao HLG. O painel OLED garante cores vivas, preto profundo, contrastes excelentes e a visualização sob ângulos variados é muito boa. Com relação à qualidade eu realmente não tenho nenhuma crítica, isso porque o iPhone 12 entrega uma imersão completa em qualquer atividade mobile.
Porém, a Apple ignorou a tendência do ano e deixou de escanteio a taxa de atualização de 90 Hz e 120 Hz, em especial, para navegações mais fluídas. Tudo bem que muitos rumores já indicavam a ausência, mas isso pode ser um pouco frustrante para alguns consumidores, uma vez que aparelhos na mesma faixa de preço do iPhone 12 já receberam a tecnologia. A Samsung, por exemplo, vem apostando cada vez mais.
Polêmicas à parte, no áudio, eu adoro o sistema de som do iPhone 12 — presente em outros iPhones também —, que utiliza os dois alto-falantes, tanto o de ligações como a saída principal, para entregar um som mais envolvente.
Quanto ao Software, penso que nem preciso dizer muito sobre a ótima experiência de uso do sistema iOS. E provavelmente a pessoa que vai adquirir um iPhone 12 já está familiarizada com o ecossistema Apple.
Assim que eu liguei o aparelho pela primeira vez, ele pediu para atualizar o iOS para o 14.2. A versão dispõe de tantos recursos de segurança e privacidade essenciais que eu adoro e uso bastante. A tela inicial é muito bonita, os widgets são ótimos, mas eu queria mais liberdade para editar as pastas de aplicativos, como no Android.
No mais, eu também gosto do Face ID, do AssistiveTouch para acessos rápidos (que uso desde o iPhone 4) e o modo escuro funciona bem. As atualizações estão garantidas por um bom tempo, sendo esse um ponto essencial que faz a Apple se sobressair no mercado.
Bom, vamos falar de outra importante evolução. Embora não tenha lente teleobjetiva nem LiDAR do iPhone 12 Pro e 12 Pro Max, este modelo consegue atuar com precisão em qualquer situação. Eu não fiquei surpreso e suponho que nem você, não é? Para ser sincero, eu fiquei surpreso, sim, mas com as melhorias. Eu fiz alguns registros com o iPhone 11 para ajudar na comparação.
O iPhone 12 tem duas câmeras traseiras, sendo a principal de 12 megapixels com abertura de f/1,6, que agora captura mais luz, e a secundária é a ultrawide de 12 MP com abertura de f/2,4. O grande avanço aqui está no processamento, que foi aprimorado, e é capaz de entregar boas imagens mesmo em cenários mais complexos.
A câmera principal do iPhone 12 produz fotos com ótima definição, brilho forte e cores vibrantes, já que a saturação ficou um pouco mais elevada em relação ao iPhone 11, ainda assim eu não a considero exagerada. A textura e a forma como o dispositivo trabalha na composição, valorizando todas as informações da cena, também me conquistaram. A exposição é boa, mas pode acontecer de a luz estourar em alguns pontos da imagem.
A ultrawide passou por um aperfeiçoamento e a Apple promete bordas mais nítidas com redução de ruído. Na prática, ela segue a receita da câmera principal com cores fortes e definição satisfatória, porém a distorção ainda é evidente, embora que sutil.
Agora todas as câmeras têm o modo Noite, incluindo a frontal. E a tecnologia Deep Fusion entra como aliada para “melhorar drasticamente a textura e detalhes em fotos de meia e pouca luz”, diz a Apple. O recurso segue fazendo um bom trabalho e, no iPhone 12, percebi que os registros ficam mais brilhantes e com poucos ruídos.
Já a frontal, de 12 megapixels, permanece ótima: entrega selfies com excelente nitidez e se aproxima do natural, exibindo todas as imperfeições do rosto (rs). Dependendo do ambiente, o modo retrato é preciso.
O iPhone 12 grava em 4K em até 60 frames por segundo e o mesmo vale para a frontal, o que é interessante para os criadores de conteúdo. A possibilidade de gravar com HDR Dolby Vision é a cereja do bolo deste e dos demais iPhones lançados em 2020. A atuação em vídeo foi formidável e o dispositivo produz filmes com cores fortes, brilho ativo e ótima estabilização.
Quanto ao hardware, temos agora o A14 Bionic e todo mundo já sabe que os processadores da Apple são poderosos. Melhor ainda é ver o iPhone 12 com a mesma performance dos aparelhos mais caros da família. E, sem surpresas, os aplicativos abrem com agilidade, trabalham sem engasgos, os games rodam sem perder fôlego e, durante os meus testes, não notei nenhuma outra dificuldade.
Esse bom comportamento será sentido, especialmente, por donos de iPhones antigos, isso porque se você já tem um iPhone 11, nem vai notar tanta diferença assim. O A13 Bionic ainda é um ótimo processador.
Esta geração também resgatou o MagSafe para carregamento e outros acessórios. A Apple não disponibilizou o produto de alimentação sem fio junto do iPhone 12 que eu testei e, como todos já sabem, não há mais fonte e fone de ouvido na caixa, que, consequentemente, reduziu de tamanho.
O cabo ainda é enviado, porém uma ponta é a tradicional Lightning e a outra é USB tipo C. Pois é, a Maçã segue com o seu conector exclusivo e antigo. Se quiser o MagSafe para carregamento, você terá que desembolsar R$ 499 a mais.
Como muitos donos de produtos Apple têm adaptadores de 5 e de 10 watts em casa, eu resolvi fazer um teste de alimentação com ambos. Comecei pelo primeiro, de míseros 5 watts que a empresa enviava, e ele fez o iPhone 12 registrar 100% depois de 3h09min; esse tempo caiu para 2h10min com a fonte de 10 watts. O teste foi feito com acessórios que eu já tinha em casa e não com o cabo da Apple com USB-C.
Ainda na bateria, tivemos um retrocesso: o iPhone 12 tem 2.815 mAh de capacidade, enquanto seu antecessor tem 3.110 mAh. Fiz um teste intenso com duas horas de Netflix, uma hora de YouTube, 10 minutos de Sonic Racing e finalizei com 15 minutos de ligação por vídeo no WhatsApp. Comecei com 100% e a porcentagem caiu para 54% depois dessas atividades. Um bom número, ainda mais levando em conta que o dispositivo estava conectado ao Wi-Fi o tempo todo e o brilho da tela estava no máximo.
O 5G é outra marca forte do iPhone 12, mas isso não deve ser levado em conta agora, em dezembro de 2020, tendo em mente que a pessoa que adquirir este celular irá aproveitar, primeiro, os outros recursos de ponta que a Apple oferece.
Além disso, você irá se beneficiar do 5G de internet super-rápida em outros smartphones daqui a alguns anos, se não quiser trocar o iPhone 12 tão cedo, é claro. Mas se quiser entender melhor sobre isso, o nosso autor Lucas Braga publicou um artigo completo sobre 5G no Brasil e o iPhone 12.
Na verdade, a pergunta aqui é: quem deve comprar o iPhone 12? Este modelo, especificamente, visa atender aquele consumidor que já tem smartphone Apple, porém antigo. Eu indico ele para quem é dono um iPhone X, 8, 7, e 6, porque você desfrutará dos melhores recursos que a empresa tem a oferecer atualmente: a melhor interface (e atualizada), um conjunto fotográfico aprimorado e um dos melhores processadores existentes.
Faz sentido migrar do iPhone 11 para o 12? Depende. O modelo anterior continua no mercado com uma ficha técnica ótima, mas ele perde alguns pontos, já que a tela é LCD e também fica devendo o MagSafe, melhorias em câmera e o suporte à gravação em Dolby Vision. Apesar disso, eu acredito que essas atualizações não justificam a troca agora, mas essa é a minha opinião. Caso você não tenha limitação financeira e se deseja aproveitar as novidades deste modelo, vá em frente!
É claro que a ausência de carregador e fone gera uma enorme discussão que não vai acabar tão cedo. Mas se isso é errado? Eu classifico que sim e esse objetivo ambiental da Apple é tanto controverso. Eu também acredito que a empresa deveria ao menos descontinuar o Lightning, que é tão antigo, e abraçar de vez o USB-C. E, por fim, a taxa de atualização de 120 Hz seria muito bem-vinda.
Se optar pelo iPhone 12, é bom começar a rever o orçamento para incluir os acessórios ausentes. No Brasil, a versão testada pelo Tecnoblog, de 256 GB, sai por R$ 9.499; o de 128 GB sai por R$ 8.499 e a opção mais em conta, de 64 GB, ficou em R$ 7.999. Caro, porém um dos melhores smartphones do mercado, um iPhone poderoso que eu investiria.
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