Review Motorola Razr: dobrando o smartphone com cara de V3
Smartphone dobrável da Motorola é compacto e lembra celular clássico da marca. Preço é de US$ 1.499 e lançamento fica para 2020.
Smartphone dobrável da Motorola é compacto e lembra celular clássico da marca. Preço é de US$ 1.499 e lançamento fica para 2020.
Celulares dobráveis são uma moda de 2019, mas a Motorola conseguiu aproveitar bem a tendência: o Razr traz o fator novidade por ser o primeiro smartphone da marca com tela que dobra, mas ele é ao mesmo tempo muito familiar, já que adota um design que lembra o icônico V3. O aparelho só chega ao Brasil em janeiro de 2020, mas eu tive a oportunidade de dobrar e desdobrar a novidade da Motorola por alguns minutos.
O primeiro detalhe que chama a atenção é que a Motorola decidiu seguir um caminho diferente das outras marcas. Tanto o Samsung Galaxy Fold quanto o Huawei Mate X são aparelhos do tamanho de um smartphone que, quando desdobrados, parecem tablets. Já o Motorola Razr é um celular extremamente compacto que, quando aberto, fica do tamanho de um smartphone comum.
Mesmo dobrado, o Razr não é tão espesso, talvez devido à dobradiça engenhosa da Motorola, que não deixa espaço entre as duas metades da tela. O fato de ser compacto deve agradar principalmente as mulheres, que muitas vezes têm calças com bolsos minúsculos na frente. Além de não fazer volume, ele me pareceu logo de cara significativamente mais leve que o Huawei Mate X. E, de fato, os 205 gramas da ficha técnica do Razr não fogem do padrão dos smartphones atuais.
Na tampa, a Motorola colocou uma tela OLED de 2,7 polegadas logo acima da câmera de 16 megapixels com o modo noturno do Motorola One Vision. Como estamos falando de um Motorola, você pode fazer os tradicionais gestos com a mão para ligar a lanterna ou abrir o aplicativo de câmera, inclusive se o aparelho estiver fechado. Pode ser útil para tirar selfies com uma definição melhor que a da câmera interna de 5 megapixels.
O pequeno visor também serve para ver as horas e interagir com as notificações — é como um Moto Tela turbinado. Por ser sensível ao toque, também dá para responder rapidamente a uma mensagem, fazer uma chamada ou controlar a música que está tocando. As cores da tela externa são vivas e a resolução é de 800×600 pixels, bem melhor que o display de 96×80 pixels do V3 de 2004.
Um fato curioso é que boa parte do projeto do Motorola Razr foi feita no Brasil — os trabalhos começaram há cerca de três anos. Mais de 30 protótipos foram criados em parceria com os escritórios da Motorola em outros países, além de engenheiros da Lenovo, que tinham bastante experiência com dobradiças graças aos notebooks da linha Yoga.
Por dentro, o Razr tem uma tela OLED de 6,2 polegadas com proporção 21:9, a mesma do Motorola One Vision e um pouco mais alta que a dos outros smartphones. O revestimento do display é obviamente de plástico, mas eu não percebi nenhum vinco na região da dobra como em outros aparelhos do gênero. Isso porque a dobradiça é um pouco diferente: ela tem um espaço vazio escondido no mecanismo, o que permite que a tela se curve de forma mais suave. Apesar disso, a Motorola ainda promete que o Razr é resistente a poeira e respingos de água.
O software do Razr é como o de qualquer outro smartphone da marca com Android 9.0 Pie, mas é claro que a Motorola não poderia perder a oportunidade de dar um banho de nostalgia no usuário: existe um easter egg na central de notificações para ativar o modo Retro Razr, que emula a interface antiga do Motorola V3, com teclado alfanumérico T9 e tudo mais. A navegação é feita como no celular de 2004: você usa os botões direcionais para entrar nos menus e, quando quiser fazer uma ligação, é só teclar o número e tocar no ícone de telefone. Eu nem lembra mais como isso funcionava.
Entre os três principais nomes em celulares dobráveis, o Motorola Razr é provavelmente o menos útil deles, por não trazer nem a vantagem da tela gigante de um tablet para consumo de conteúdo. E o hardware também é inferior, com processador Snapdragon 710, bateria nada impressionante de 2.510 mAh e 128 GB de armazenamento. Mas, ao mesmo tempo, ele talvez seja o mais desejado — por ser bonito, compacto, diferente e, principalmente, por nos fazer relembrar de épocas passadas. Até o barulho de fechar o Razr é parecido com o do V3.
O Brasil será um dos primeiros países a receber o Motorola Razr, que inclusive terá fabricação nacional, mas ainda assim só o veremos nas lojas em janeiro de 2020. O preço no mercado brasileiro não foi divulgado, mas não espere nenhuma pechincha. A tecnologia de telas dobráveis ainda é cara e o aparelho será vendido nos Estados Unidos por US$ 1.499.
{{ excerpt | truncatewords: 55 }}
{% endif %}