Direto de Barcelona — A Nokia parou de vender smartphones no Brasil há anos, mas seria muito bom se ela voltasse. Pelo menos se depender dos novos produtos da marca, agora sob o comando da finlandesa HMD Global: o Nokia 7 Plus e o Nokia 8 Sirocco têm um conjunto de hardware que agrada, um design que chama a atenção e uma versão pura do Android, para garantir atualizações mais rápidas. Vamos conhecê-los?
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Nokia 7 Plus
O Nokia 7 Plus é o mais barato dos dois, mas para mim é o mais interessante. Ele não é muito caro, com preço sugerido de 399 euros, mas já possui um hardware que é suficiente para quase todo mundo, contando inclusive com uma bateria bem generosa de 3.800 mAh. Ele é exatamente o smartphone que eu construo mentalmente quando eu penso na Nokia.
Por fora, o Nokia 7 Plus possui um corpo de alumínio anodizado revestido por uma tinta com aspecto cerâmico que passa uma sensação de robustez; no estande da empresa, os funcionários faziam questão de bater o aparelho contra a mesa para mostrar o quão resistente era o acabamento. Ele realmente tenta fazer jus ao histórico da marca.
A tela de 6 polegadas tem resolução de 2160×1080 pixels e segue a proporção 18:9. Quase não há bordas em volta do display, mas ainda assim o Nokia 7 Plus é um aparelho bem grandinho, significativamente mais largo que um Galaxy S8, que não vai agradar os que preferem os modelos mais compactos.
E o hardware do Nokia 7 Plus é um conjunto de respeito: ele tem processador Snapdragon 660, 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento (com entrada para cartão de memória). Não é tão potente quanto o Nokia 8 Sirocco, mas ele fica em um ponto em que já é possível rodar qualquer coisa da Play Store.
A câmera frontal é de 16 megapixels, enquanto a câmera traseira é dupla, com sensores de 12 e 13 megapixels, para tirar fotos com zoom óptico de 2x. O software da câmera tem um modo profissional que permite ajustar a sensibilidade, a velocidade do obturador e mais, em uma interface que lembra muito o aplicativo de câmera da Nokia na época do Windows Phone.
Nokia 8 Sirocco
O Nokia 9, ou melhor, Nokia 8 Sirocco, é o novo smartphone topo de linha da Nokia. Ele tem uma carinha de Galaxy Note por causa do formato mais quadradão e tela com laterais curvadas, e traz o melhor conjunto que a HMD Global pode oferecer hoje, por um preço não muito amigável de 749 euros.
Por dentro, o Nokia 8 Sirocco tem processador Snapdragon 835, 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento. Infelizmente, a entrada de cartão de memória ficou de fora; e ele tem uma bateria menor que a do Nokia 7 Plus, com 3.260 mAh, apesar do hardware mais poderoso. A tela é extremamente bonita, com 5,5 polegadas, painel OLED e resolução Quad HD, em uma proporção mais tradicional de 16:9.
Pessoalmente, é um aparelho muito bonito: a traseira, que abriga o leitor de impressões digitais, é de vidro; e ele tem bordas de alumínio. Eu só não gostei muito da sensação na mão, porque as bordas são pontudas e incomodam um pouco, mas talvez seja apenas uma questão de costume. Do lado positivo, o design é resistente à água e poeira; do lado negativo, ele não tem o conector de fone de ouvido.
A câmera frontal do Nokia 8 Sirocco é de 5 megapixels e as traseiras são bem parecidas com as do Nokia 7 Plus: ele tem uma lente grande angular com sensor de 12 megapixels e uma teleobjetiva de 13 megapixels que permite zoom óptico de 2x. A Nokia tenta repetir as coisas que fizeram no sucesso no passado, e uma delas é a grande parceria com a Carl Zeiss, responsável pelas lentes da câmera.
Mas um ponto que muitos vão gostar, tanto no Nokia 7 Plus quanto no Nokia 8 Sirocco é que eles fazem parte do Android One. Os dois estão com a versão mais recente do Android, não há nenhum aplicativo inútil pré-instalado e nenhuma modificação na interface. E a Nokia promete, com todas as letras, dois anos de atualizações do Android e lançamentos regulares de correções de segurança. É uma estratégia parecida com a da Motorola na era Google, que me agrada bastante.
Quando chega?
Quando o Nokia 7 Plus e o Nokia 8 Sirocco chegam ao Brasil? A HMD Global já anunciou que vai expandir suas operações globalmente, mas eu perguntei para um funcionário da empresa sobre lançamentos no mercado brasileiro e ele disse que, por causa das dificuldades com legislação e impostos, ainda não existe nenhuma previsão de quando a fabricante vai entrar (ou melhor, voltar) ao nosso país.
Paulo Higa viajou para Barcelona a convite da Samsung.