Philco Hit P10: bom hardware para o básico e câmeras fracas

Philco Hit P10 é um celular básico com muitos prós e contras, mas deve agradar aquele consumidor menos exigente

Darlan Helder
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• Atualizado há 10 meses
Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Após estrear no segmento mobile em maio de 2020, a Philco agora aposta no consumidor que busca por um aparelho acessível e completo com o Philco Hit P10. Como destaque, o smartphone tem tela de 6,2 polegadas, câmera tripla, 4 GB de RAM e muitos, muitos acessórios na caixa. Mas será que vale a pena pagar R$ 1.499?

Será que o dispositivo atenderá bem o público um pouco mais exigente? Eu testei o Philco Hit P10 nos últimos dias e compartilho todos os detalhes nesta análise.

Análise do Philco Hit P10 em vídeo

Aviso de ética

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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O Hit P10 foi fornecido pela Philco por doação. O produto será usado em conteúdos futuros e não será devolvido à empresa.

Design

Mesmo com alguns upgrades, o Hit P10 ainda é um smartphone simples e, reconhecendo a categoria na qual ele está inserido, a Philco entrega tudo o que o usuário básico precisa. Além do cabo e do adaptador de tomada, o consumidor leva para casa fone de ouvido, capinha de proteção e uma película.

Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

No design, o modelo não se distanciou totalmente dos outros aparelhos da família, o visual em plástico ainda lembra o Hit Plus e revela que a Philco optou por trabalhar nos detalhes. Além do conjunto fotográfico triplo, a traseira ganhou um acabamento meio áspero e que, ao mesmo tempo, gera um efeito reflexivo quando a luz incide nele.

Atrás permanece o leitor de digitais com uma boa resposta, mas a empresa poderia colocar ele integrado ao de liga/desliga ou descer um pouco mais o sensor para facilitar o desbloqueio na traseira. Na lateral esquerda está a gaveta, que é híbrida, isto é, você pode inserir dois SIM cards ou um SIM card acompanhado de microSD.

Gaveta para chip do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Gaveta para chip do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A parte superior abriga uma entrada padrão para fone de ouvido e, embaixo, a marca novamente trouxe o micro USB, o que é bem decepcionante.

Tela e som

Na frente, a empresa não só aumentou a tela como também aprimorou as cores e o brilho. Assim que liguei o dispositivo pela primeira vez, consegui notar uma boa diferença em relação ao Hit Plus. Temos aqui um painel do tipo IPS LCD de 6,2 polegadas com resolução HD+ (1520 x 720 pixels). Trata-se de uma boa tela dentro dos limites: as cores até são fortes e o preto consegue ser bem escuro.

Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A única coisa que estraga são as bordas, mais especificamente o queixo que é muito saliente e prejudica o consumo de jogos e vídeos. A Philco ainda fez uma leve alteração no notch, que agora tem o mesmo formato dos aparelhos da Motorola; antes, era muito semelhante ao Infinity-U, da Samsung.

Quanto ao áudio, não se engane com os dois “buracos” na parte inferior do Hit P10, pois o som é apenas mono (do outro lado está o microfone). Não dá para esperar uma qualidade sonora incrível de um celular básico como esse, mas o modelo da Philco decepciona bastante com o som sem vida e estridente. Aproveite o fone de ouvido enviado na caixa.

Software

O software deste telefone é muito limpo sem aqueles aplicativos inúteis pré-instalados. Você terá acesso aos serviços do Google, como padrão, YouTube, Play Filmes, Maps, Drive, Google Assistente, dentre outros. Gravador de som e rádio FM também estão disponíveis.

Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Ele sai de fábrica com o Android 10 e traz os principais recursos do sistema como navegação por gestos e o dark mode que funciona corretamente com os aplicativos compatíveis. No entanto, a gaveta de apps deveria ser escurecida e senti falta de um menu para editar a interface, tendo em vista que esse formato quadrado dos ícones não agrada todo mundo.

Com relação às atualizações, durante o evento de lançamento, a Philco informou que deve disponibilizar a versão mais atualizada do sistema do Google, o Android 11, ainda em 2021, mas a empresa não divulgou uma data.

Câmeras

Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O Hit P10 tem três lentes, sendo a principal de 13 megapixels, uma ultrawide de 5 megapixels, seguida por um sensor de profundidade de 2 megapixels. A marca fez bem em substituir a macro pela ultrawide que deve ser mais usada por você. Mas como elas se comportam, na prática?

A principal consegue trabalhar corretamente em ambientes com boas condições de iluminação. Entretanto, o pós-processamento abusa na saturação, o que me incomodou, tanto que alguns pontos escuros ficam ligeiramente fortes. A nitidez também não é das melhores, mas o resultado deve agradar boa parte dos usuários. O sensor de profundidade falha em alguns momentos e o desfoque vem acompanhado de ruídos nas laterais da imagem.

Foto tirada com a câmera principal do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com o sensor de profundidade do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com o sensor de profundidade do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A situação não é diferente com a ultrawide, entregando imagens superexpostas, definição baixa e granulação em excesso, em especial, nas bordas.

Foto tirada com a câmera ultrawide do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera ultrawide do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera ultrawide do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera ultrawide do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Não há milagre disponível para fazer as fotografias noturnas ficarem boas e, infelizmente, o Hit P10 não traz um modo para trabalhar nessas circunstâncias. Além dos ruídos, as luzes ficam estouradas e a nitidez completamente prejudicada.

A câmera frontal de 8 megapixels, também usada para reconhecimento facial, pode decepcionar. Eu fiz vários testes e foi realmente difícil ter um resultado legal. As imagens são inundadas por ruídos, mesmo em locais com ótima iluminação, e ela tenta suavizar o rosto de forma agressiva, isso com o modo de embelezamento desativado.

Foto tirada com a câmera frontal do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera frontal do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera frontal do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera frontal do Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Hardware e bateria

A Philco não descarta trabalhar com chips da Qualcomm e da MediaTek em seus próximos produtos, mas para o Hit P10, seu aparelho mais completo no momento, a marca escolheu o Unisoc SC9863A com oito núcleos de até 1,6 GHz. Não é um processador famoso por aqui e, além da Philco, encontramos esse Unisoc em dispositivos da Multilaser.

Ele está aliado a 4 GB de RAM, o que é bem legal, e 128 GB de armazenamento interno, outro acerto da empresa. São configurações interessantes que smartphones como o LG K41S e o Galaxy A01 não entregam. Você ainda pode introduzir um cartão microSD de até 128 GB.

Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Mas falando de performance, o SC9863A atua confortavelmente bem em tarefas básicas, existe, sim, uma boa fluidez e, durante os testes, o aparelho não apresentou travamentos. Facebook, Instagram, Twitter, YouTube e WhatsApp abrem sem dificuldades, portanto usuários básicos terão uma boa experiência com esses apps.

Para quem joga, testei Asphalt 9 no Hit P10 e o desempenho até foi interessante com os gráficos no mínimo e engasgos surgiram apenas em cenas de batida e de muitos efeitos. Os games mais simples, como Crossy Road, rodam sem sufoco. Realmente, o Unisoc SC9863A me surpreendeu e a memória RAM de 4 GB é outra aliada importante por aqui.

Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O telefone recebeu uma bateria de 4.000 mAh. Com o brilho no máximo e conectado ao Wi-Fi, fiz um teste com duas horas de Netflix, uma hora de YouTube, 15 minutos de redes sociais e mais 15 de Asphalt 9. A porcentagem saiu de 100% e foi em 50% após essas atividades, um bom resultado. Já o carregador de 10 watts enviado na caixa faz o Hit P10 sair do zero e chegar aos 100% em 2h06min.

Philco Hit P10: vale a pena?

O Philco Hit P10 é um Hit Plus e um Hit Max com alguns upgrades. Ele se destaca pela memória interna, RAM e pelo desempenho satisfatório para a categoria. Entretanto, a marca erra por insistir no micro USB, já criticado nos modelos anteriores. E o conjunto fotográfico também está ruim e merecia algumas melhorias.

Em relação ao Plus e ao Max, o grande diferencial, mesmo, está na traseira com as três câmeras, porque, no restante, ele segue a receita dos primeiros aparelhos. Se você não liga para lentes, é melhor apostar na versão Plus que tem o mesmo hardware e está muito mais barato.

Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Philco Hit P10 (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Se levar em consideração os R$ 1.499, fica impossível recomendar o Hit P10 sendo que é possível encontrar os intermediários Moto G9 Play, o Galaxy A21s e o Xiaomi Redmi 9 por menos. No varejo online os preços do Hit P10 ainda não agradam, por isso, caso tenha interesse pelo dispositivo da Philco, recomendo a fazer pesquisas em lojas físicas.

Se o orçamento estiver apertado, vale analisar, ainda, o Moto E7 que, embora tenha apenas duas câmeras, entrega uma lente principal de 48 megapixels, além de tela maior e processador MediaTek Helio G25. De qualquer forma, este aparelho da Philco deve atender muita gente, mas fique de olho no preço e não esqueça dos concorrentes.

Philco Hit P10 — ficha técnica

  • Tela: 6,2 polegadas, HD+, painel IPS LCD e notch em formato de gota;
  • Processador: Unisoc SC9863A octa-core de até 1,6 GHz (GPU: PowerVR GE8322);
  • RAM: 4 GB;
  • Armazenamento: 128 GB + microSD de até 128 GB;
  • Câmeras traseiras:
    • Principal: 13 megapixels;
    • Ultrawide: 5 megapixels;
    • Sensor de profundidade: 2 megapixels;
  • Câmera frontal: 8 megapixels;
  • Bateria: 4.000 mAh + carregador de 10 watts na caixa;
  • Sistema operacional: Android 10;
  • Conectividade: 2G, 3G, 4G, 802.11 a/b/g/n, Bluetooth 4.2, GPS, Micro USB
  • Peso: 200 gramas;
  • Dimensões: 15,91 x 7,52  x 0,86 cm;
  • Cores: Space gray e Dourado;
  • Mais: leitor de impressões digitais e reconhecimento facial.

Philco Hit P10

Prós

  • Tela boa dentro dos limites
  • Bateria potente para um dia inteiro
  • Software limpo é um diferencial

Contras

  • Philco exagera ao cobrar R$ 1.499
  • Todas as câmeras são fracas
  • Micro USB em 2021?
Nota Final 7.6
Bateria
9
Câmera
6
Conectividade
7
Desempenho
8
Design
7
Software
8
Tela
8

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Ex-autor

Darlan Helder é jornalista e escreve sobre tecnologia desde 2019. Já analisou mais de 200 produtos, de smartphones e TVs a fones de ouvido e lâmpadas inteligentes. Também cobriu eventos de gigantes do setor, como Apple, Samsung, Motorola, LG, Xiaomi, Google, MediaTek, dentre outras. No Tecnoblog, foi autor entre 2020 e 2022. Ganhou menção honrosa no 15º Prêmio SAE de Jornalismo 2021 com a reportagem "Onde estão os carros autônomos que nos prometeram?", publicada no Tecnoblog. 

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