Review Philco Hit Plus PCS02P: simplicidade, mas no bom sentido
Com design compacto, câmera dupla e Android 10, Philco Hit Plus PCS02P é uma boa opção para quem procura o básico
Com design compacto, câmera dupla e Android 10, Philco Hit Plus PCS02P é uma boa opção para quem procura o básico
Sem muito alarde, a Philco (re)estreou no segmento de smartphones em maio de 2020 com uma proposta inteligente e preço competitivo. O primeiro celular lançado foi o HIT PCS01, meses depois, mais especificamente em junho do mesmo ano, a companhia oficializou o Philco Hit Plus, ou PCS02P, uma segunda versão do primeiro Hit, mas com upgrades.
Com preço sugerido de R$ 999,90, o dispositivo apresenta ficha técnica generosa: tela de 6 polegadas, Android 10, 64 GB de memória interna e bateria de 4.000 mAh. O Tecnoblog recebeu o Hit Plus para teste e eu vou compartilhar todos os detalhes do aparelho neste review.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente de tecnologia que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises de produtos são opinativas e não possuem nenhuma intenção publicitária. Por isso, sempre destacamos de forma transparente os pontos positivos e negativos de cada produto.
Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. O Hit Plus PCS02P foi fornecido pela Philco por empréstimo. O produto foi devolvido à empresa após os testes.
As primeiras impressões já foram positivas. A caixa do PCS02P vem recheada: a empresa envia folhetos com informações do aparelho, chavezinha para remover a gaveta do chip e cartão de memória, uma película de plástico, capinha de proteção transparente, fonte de alimentação, fone de ouvido e o cabo. Pois é, a Philco humilhou as marcas que “estudam” remover acessórios da caixa nos próximos lançamentos.
Mesmo com uma tela grande, o Hit Plus pode ser um celular interessante para quem deseja fugir da invasão de smartphones grandes. Ele consegue ser compacto mesmo sendo pesadinho e, graças ao acabamento simples, o dispositivo não chama tanta atenção.
Claro, o material em plástico, que está na parte traseira e nas laterais, é pobre, mas não chega a ser horrível. Sua construção nada sofisticada e a textura na traseira me lembraram o Moto G8 Power Lite, inclusive.
Atrás, o modelo possui duas lentes com um flash e um sensor de impressões digitais, localizado numa posição que favorece o desbloqueio rápido. Tanto o leitor quanto o recurso de reconhecimento facial (que também está presente no aparelho) funcionam bem e não houve falhas durante o período de avaliação.
Na frente, nada de botões físicos, contribuindo para o aproveitamento frontal da tela. A lateral direita traz o botão de volume e o de liga/desliga, enquanto a gaveta para cartão de memória e chip está na lateral esquerda do smartphone. E já que toquei nesse assunto, usar dois chips é inviável, só há espaço para um nano-SIM e um microSD. Custava nada ter mais um slot, não é?
O conector P2 para o fone de ouvido foi introduzido na área superior do dispositivo. Embaixo, a Philco optou por uma entrada Micro USB em vez de USB-C, é aqui que a empresa decepcionou, afinal muitas marcas já aboliram o Micro USB.
Em relação ao primeiro Hit, tivemos um avanço. O PCS02P tem 6 polegadas, contra 5,45 polegadas da primeira versão. Consequentemente, a área frontal possui menos bordas? Não. Elas estão no aparelho e bem ressaltadas, com um queixo proeminente.
Para acompanhar a tendência, a Philco optou pelo notch em forma de gota para a câmera frontal; o entalhe lembra o Infinity-U da Samsung, mas o recorte da sul-coreana é mais discreto.
A tela IPS LCD tem resolução HD+ 1560 x 720 pixels. Ela não é tão brilhante, mesmo com a luminosidade no nível máximo. Se você é um consumidor um pouco mais exigente, muito provavelmente, as bordas podem te incomodar ao assistir Netflix, mesmo em tela cheia. Quando testei Asphalt 8: Airborne, confesso que o queixo me atrapalhou, prejudicando a imersão.
No mais, a experiência em leituras na internet e redes sociais é ok, considerando a configuração de tela do gadget.
Embora pareça que o Philco Hit Plus tenha duas saídas de áudio na parte inferior, não se engane, um é alto-falante e o outro microfone. Durante a avaliação, notei que o som não é alto; também não há grandes alterações quando você deixa o volume no máximo. A Philco até envia um fone de ouvido de avião na caixa, que é muito frágil e a qualidade do áudio é decepcionante. Eu estranhei, ainda, o conector na parte superior. Não curti.
Enquanto o Hit PCS01 foi lançado com Android 9 Pie, o Hit Plus já chega rodando Android 10, mas quase que Android puro para alegria de alguns ou tristeza de outros. De início estranhei a interface com aplicativos quadrados e espaçamento entre eles bem gritante. Pode parecer bizarro nos primeiros dias, mas consegui acostumar depois.
Simplicidade também está na barra de notificações, que permanece com os ícones quadrados e sem excesso de informações. E os jogos, redes sociais e aplicativos pré-instalados? Nada disso vem de fábrica.
Ok, mas o que vem? O básico mesmo: aplicativos do Google, relógio, rádio FM e os apps necessários: ligação, mensagens, gravador de som, contato e calculadora. Por ter Android 10, o tão aclamado modo escuro (dark mode) está no Philco Hit Plus, também.
A minha crítica negativa vai para as informações superiores (de hora, Wi-Fi e bateria), que parecem estar desalinhadas e estão quase conflitando com as bordas da tela. Talvez uma atualização de software possa “corrigir” essa imperfeição.
Além disso, senti falta de opções para personalizar a interface.
O Philco Hit Plus está equipado com duas câmeras na parte traseira, porém você só vai usar uma, que tem 12 megapixels e abertura de f/2,0, enquanto a secundária (12 MP) está ali só para a detecção de profundidade. São outros avanços importantes em comparação com o primeiro Hit, que recebeu câmeras de 13 e 2 megapixels. E agora? Como o Plus se saiu no teste de fotografia?
A câmera principal (traseira) não é perfeita; entrega imagens com saturação elevada, portanto, mais vivas, mas com equilíbrio para não deixar a foto igual a uma pintura. Alguns “fantasmas” podem ser perceptíveis em paisagens de céu azul. Mesmo em dias nublados, você consegue ter boas fotos. Considerando a configuração do sistema fotográfico e reconhecendo as suas limitações, é possível aceitar o que ele entrega.
A segunda lente, de profundidade, não apresenta muitas diferenças da câmera principal, mas o foco é, por incrível que pareça, o problema. Em ambientes bem iluminados, ele não fixava direito, tive que ajustar várias vezes e mesmo assim falhava, em outras palavras, você precisa de paciência para conseguir fotografar com a segunda lente.
É claro que tudo isso é um detalhe irrelevante para alguns consumidores, que não querem um smartphone para produzir fotos impressionantes.
Em ambientes escuros, como esperado, o conjunto fotográfico não entregará belas imagens, tampouco o processador vai conseguir fazer milagre. A definição fica bem ruim e os ruídos prevalecem.
A câmera frontal tem 8 megapixels de resolução e abertura de f/2,0. O resultado com ela pode ser interesse ao ar livre ou perto de janelas. Faltou um toque de equilíbrio na exposição e, infelizmente, as cores não são tão valorizadas.
Em usabilidade, no app de câmera, ao deslizar a tela para a esquerda, é possível abrir as configurações; deslizando para a direita, você encontrará o modo de câmera, com filtros, modo noite e outros recursos.
Achei muito estranho a Philco esconder essas informações, tanto que, durante as primeiras impressões, eu cheguei a pensar que o aparelho nem tinha o modo de fotografia noturna. Faltou um atalho para ajudar o usuário.
O Philco Hit Plus tem uma performance bem interessante, com desempenho melhor que o intermediário LG K41S, por exemplo, que perde fôlego em tarefas básicas. Para o processador, a empresa optou por outro caminho.
Enquanto muitas marcas trabalham com chipsets da MediaTek para smartphones mais acessíveis, para o Hit Plus, a Philco escolheu o SC9863A, da chinesa Unisoc. Trata-se de um processador octa-core de até 1,6 GHz. Vale lembrar que a Multilaser também trabalha com o SC9863A.
Ok, agora falando de desempenho em si, como já adiantei, o aparelho da Philco atuou bem durante o período de testes sem apresentar gargalos e travamentos inesperados. Claro que o comportamento não é brilhante, mas consegue atender as necessidades para quem busca o simples. E é claro que os 4 GB de RAM também ajudam para esse bom desempenho.
Com GPU PowerVR Rogue GE8322, consegui jogar Asphalt 8: Airborne sem engasgos com os gráficos no médio.
Com relação ao armazenamento interno, este modelo entrega 64 GB, mas você pode expandir para até 128 GB com um cartão microSD.
Felizmente, a Philco percebeu que o consumidor está cada vez mais exigente quando o assunto é bateria, por isso, a capacidade aqui é de 4.000 mAh. Para ter uma noção da autonomia, usei o YouTube por 1 hora e a porcentagem foi de 100% para 89%; depois, esse número caiu consideravelmente para 51% após 3 horas na Netflix; 15 minutos de Asphalt 8 e sobraram 46%. Encerrei com 40 minutos de Spotify e 41% restantes.
Importante frisar que durante a avaliação deixei o brilho no máximo e o aparelho estava o tempo todo conectado ao Wi-Fi. Não é lá o melhor resultado, mas, ao menos, será possível ter bateria para o dia inteiro.
Para a alimentação, o Philco Hit Plus precisou de 2 horas e 28 minutos para marcar 100%, um resultado que considero mediano. Para sair de 0% e chegar aos 50%, o aparelho levou 55 minutos, e mais 36 minutos para 80%. Ele vem com uma fonte de 10 watts, mas o que mais me chamou a atenção foi o formato do acessório, que parece de celulares antigos. Achei curioso a Philco trabalhar com esse tipo de carregador.
O Philco Hit Plus é um verdadeiro celular de entrada. Não é à toa que simplicidade é a palavra que resume bem o aparelho, mas, ao mesmo tempo, também não significa que ele seja ruim. Afinal, o modelo vai agradar aquele consumidor que procura o básico tanto em design quanto em usabilidade.
Além disso, o smartphone é uma boa opção para quem não abre mão de jogos (já que roda até que bem), mas não quer pagar mais de R$ 1.000 ou mais num celular.
No entanto, existem algumas ressalvas. Entrada Micro USB no lugar de UBS-C é bem frustrante, tirar foto com o sensor de profundidade pode ser irritante e, por fim, bem que poderia ter mais opções de personalização da interface. São melhorias que serão bem-vindas em próximos lançamentos da marca.
O Hit Plus foi lançado com preço sugerido de R$ 999,90. Ao lado dele, a marca também oficializou o Hit Max, que, como diferencial, entrega mais memória interna (128 GB) e outras opções de cores. Apenas esses upgrades e você vai ter que desembolsar R$ 1.499,90.
Bom, de volta ao Hit Plus, eu classifico os R$ 999,90 como um valor justo, mas antes de adquiri-lo, recomendo a averiguar o que a concorrência tem a oferecer. Um dos concorrentes diretos do PCS02P é o Nokia 2.3, mas talvez seja melhor fugir dessa opção. Outros aparelhos interessantes são: Moto G8 Play, LG K50S e o Multilaser G Pro.