Review Realme 7: intermediário que quer ser premium
Realme 7 chama a atenção pela tela de 90 Hz, carregador de 30 watts e Helio G95, mas o conjunto fotográfico pode não agradar
Realme 7 chama a atenção pela tela de 90 Hz, carregador de 30 watts e Helio G95, mas o conjunto fotográfico pode não agradar
A Realme chegou ao Brasil em 2021 e anunciou dois smartphones para atrair o público local. Um deles é o Realme 7, uma versão mais básica do 7 Pro. O aparelho intermediário tem tela de 6,5 polegadas com taxa de atualização de 90 Hz, bateria de 5.000 mAh, carregador de 30 watts, NFC e quatro câmeras. Atualmente, em fevereiro de 2021, ele é vendido por R$ 2.499.
Vale a pena desembolsar isso? E a performance dele com o MediaTek Helio G95? Ele roda bem todos os jogos? Eu avaliei o novo Realme 7 e compartilho a seguir a minha primeira experiência com o aparelho da chinesa.
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O Realme 7 foi fornecido pela Realme por doação e não será devolvido à empresa. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
Para crescer no Brasil, a Realme tem trabalhado com alguns pilares importantes que podem chamar a atenção do consumidor — um deles é o design. A marca tem falado bastante sobre isso e, sim, eu tenho que admitir que o visual deste aparelho é bem atraente. Olhando de longe, muitas pessoas devem pensar que o Realme 7 tem vidro na traseira e metal nas laterais, mas a verdade é que tudo ali é plástico.
O Tecnoblog avaliou a versão prateada fosca que tem um aspecto azulado e até alaranjado quando a luz reflete nele (é um festival de cores). Existe ainda uma linha vertical que está atrelada ao módulo das câmeras e, ao mesmo tempo, reforça a marca Realme atrás. Devo dizer que essa linguagem passa uma boa impressão e lembra smartphone premium.
O dispositivo abriga na lateral esquerda o leitor de impressões digitais que é muito mais rápido e preciso que o leitor sob a tela do 7 Pro, que leva alguns segundos para desbloquear o aparelho. O smartphone ainda traz USB tipo C e entrada padrão para fone de ouvido, mas o acessório não vem na caixa, é bom ressaltar. Para quem tem dois números pode se beneficiar da gaveta que aceita dois cartões nano-SIM e um MicroSD simultaneamente.
A tela IPS LCD de 6,5 polegadas tem resolução Full HD+ (2400 x 1080 pixels) e só é interrompida por um furo no canto superior esquerdo para abrigar a câmera. A definição é boa e o brilho também consegue ser forte, mas não chega ao nível de precisão do 7 Pro que tem painel Super AMOLED. Quando você compara os dois dispositivos, é possível notar que o preto é mais forte na versão Pro, como deve ser, enquanto no 7 essa cor puxa mais para o cinza; o azul também fica mais forte na versão mais cara, assim como o branco.
A taxa de atualização de 90 Hz assegura uma navegação fluída, o menu e a gaveta de aplicativos rolam suavemente e com rapidez. Nos ajustes do aparelho, você pode manter a seleção automática como padrão ou deixar 60 Hz ou 90 Hz, mas é importante lembrar que a configuração maior tende a consumir mais energia. Na minha opinião, a tecnologia embarcada acabou compensando a ausência da tecnologia Super AMOLED.
O som estéreo ficou restrito ao 7 Pro e o 7 tem saída de áudio principal que é mono, evidentemente, na parte inferior. Ele é bem alto, mas fica muito estridente quando o volume está elevado. Apesar disso, a experiência em jogos é boa, mas não tem como não dizer que é muito melhor no 7 Pro.
A minha unidade de teste estava rodando Android 10 acompanhado da Realme UI versão 1.0. Android 11 está confirmado, mas quem comprar este modelo agora terá que esperar até o segundo semestre de 2021, que é o período prometido para a atualização.
A interface desenvolvida pela empresa é bonita, com ícones que seguem o conceito flat design, e formato redondo que me fez lembrar do Android da linha Pixel, do Google. No mais, a barra de acesso rápido é minimalista; ele tem modo foco nativo, que bloqueia ligações e notificações para você se concentrar em outras atividades importantes; tem modo escuro; NFC para pagamentos por aproximação; e clonador nativo de app.
Este aparelho é vendido com 128 GB de armazenamento, mas o sistema já consome 13,6 GB. Além dos aplicativos do Google, o Realme 7 testado veio com Game Space, Gerenciador do telefone, WPS Office e o Realme Link (app que controla os outros produtos da marca, como o Realme Buds Q e o Watch S).
O conjunto fotográfico aqui é formado por uma câmera principal de 64 megapixels (com sensor Sony IMX682), uma lente ultrawide de 8 megapixels com campo de visão de 119 graus, um sensor de profundidade de 2 megapixels e uma lente macro também de 2 megapixels, que é uma decepção, compartilho os detalhes a seguir.
Primeiro, vamos falar da principal que gera registros com boa definição, ruído controlado, mas o pós-processamento tende a elevar a saturação, o que acaba deixando a foto pronta para ser postada nas redes sociais sem edição pesada. Dependendo do ambiente, as cores ficam muito vibrantes: o marrom vira preto e o verde passa a ser verde-escuro. O modo retrato é preciso, puxa para o natural, e eu até notei um pouco de granulação, mas nada grave.
A ultrawide não tem esse efeito mais lavado da principal, embora mantenha a saturação ainda forte. O que mais me chamou a atenção, porém, é a falta de qualidade. Ao testar essa lente, eu pude perceber que as extremidades, incluindo as laterais, da imagem perdem a nitidez e os tons escuros ficam mais intensos sem necessidade. Eu realmente esperava mais aqui.
A macro de apenas 2 megapixels de resolução é triste. Ela é limitada por ter foco fixo, não tem nitidez e pior: o pós-processamento mexe nos tons, ou seja, as cores passam a ficar mais fortes o que deixa a imagem ainda mais esquisita.
Para registros noturnos, o Realme 7 pode não ser tão eficiente como o 7 Pro. E o resultado só é satisfatório quando o local está bem iluminado. Em cenários mais complexos, a imagem perde a nitidez completamente e fica muito escurecida.
Na frente, a câmera frontal de 16 megapixels produz selfies com boa definição, cores vivas e o desfoque, do modo retrato, funciona acertadamente na maioria das vezes e apresenta poucas falhas no recorte do sujeito em primeiro plano.
No interior, a Realme equipou este aparelho com um Helio G95, chip octa-core da MediaTek, que promete um melhor desempenho em jogos. Completam as especificações 8 GB de RAM, que é um número excelente, 128 GB de memória interna, como eu já adiantei e, para armazenar mais dados, o intermediário suporta cartão MicroSD de até 256 GB.
O G95 deve agradar aquela pessoa que só usa o básico no dia a dia, mas que não abre mão de um hardware um pouco mais potente. Ele roda muito bem Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp e YouTube. Esses aplicativos abrem rapidamente, a alternância é fluida e não houve engasgos durante o uso.
Mas se o seu negócio é jogo, o Realme 7 pode ser para você. O smartphone promete rodar qualquer game do Google Play Store sem complexidade. Asphalt 9, com os gráficos no máximo, foi executado com fluidez, eu testei a performance por vários dias e não notei travamentos. Além disso, o dispositivo não esquenta muito.
O Realme 7 tem uma bateria de 5.000 mAh, um bom número que acompanha a tendência e, na prática, promete durar o dia inteiro. Para testar, eu deixei o brilho da tela no máximo e consumi três horas de Netflix, uma hora de YouTube, 10 minutos de Asphalt 9 e mais 10 minutos navegando pelas redes sociais. A porcentagem saiu de 100% e foi para 48% após essas atividades, ótimo resultado. Como sempre, o aparelho estava conectado ao Wi-Fi e com a taxa de atualização da tela no automático.
Os destaques não param por aqui. O Realme 7 está acompanhado de um carregador dart charge de 30 watts que faz o celular sair do zero e bater 100% em 1h04min, um tempo excelente. A marca diz que ele leva 26 minutos para chegar aos 50%; nos meus testes ele marcou essa porcentagem depois de 25 minutos. É tão rápido que eu até tomei um susto depois de analisar vários celulares, nos últimos meses, que precisam de 2 horas para chegar em sua carga total.
A Realme tem planos agressivos para crescer no Brasil, prometendo lançar 12 smartphones no país só neste ano. A empresa começou bem por dois intermediários que atendem tanto o consumidor comum quanto aquele que está disposto a adquirir um dispositivo para jogar com frequência. Falando especificamente do Realme 7, o modelo ainda tem um preço elevado, mas a sua ficha técnica é, de fato, muito atraente.
O painel LCD do dispositivo é de qualidade, ele tem taxa de atualização de 90 Hz, a interface é minimalista e relativamente fácil de navegar, e o desempenho com o Helio G95 é interessante. O Realme 7 se saiu bem em quase todos os quesitos deste review e, na minha opinião, ele só escorrega nas câmeras. A principal, claro, é a melhor e a lente macro nem precisava estar aqui.
O Galaxy M51 pode ser uma boa opção para você que quer um modelo semelhante por menos de R$ 2.500. Ele não vai oferecer tela de 90 Hz nem carregador de 30 watts, mas tem super AMOLED, bateria impressionante de 7.000 mAh e câmeras melhores. Eu também não ignoraria o Redmi Note 9 Pro, que está mais barato no varejo, e tem o mesmo processador do 7 Pro, o Snapdragon 720G, além de carregador rápido de 33 watts e tela maior. O Realme 7 é um celular muito interessante e completo, mas antes eu analisaria os rivais intermediários, principalmente se você quer economizar.
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