Review Samsung Galaxy M51: bom, bonito e com muita bateria
Galaxy M51 é intermediário com muita bateria, desempenho consistente, ótima tela e corpo plástico sem carregamento wireless
Galaxy M51 é intermediário com muita bateria, desempenho consistente, ótima tela e corpo plástico sem carregamento wireless
O mundo de smartphones intermediários chega a ser mais concorrido que o de aparelhos topo de linha. Eles trazem recursos herdados de modelos parrudos anteriores, democratizam tecnologias e tentam chamar atenção de alguma forma para além de apenas “o que era novidade no topo de linha de um ou dois anos atrás”. Alguns celulares focam em câmera, outros em tela e o Galaxy M51 tem seu alvo na bateria.
Ele é quase uma cópia interna do Galaxy A71 e herda detalhes dos Galaxy S20, como o formato das câmeras traseiras em uma espécie de cooktop, entra na onda de corpo em plástico que vem aparecendo recentemente em diversas linhas, e adota bateria de 7.000 mAh. É mais que praticamente qualquer concorrente e a Samsung ainda promete dois dias longe da tomada. Será que ela chega nisso de verdade? Me acompanhe nos próximos parágrafos que eu te conto.
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O Galaxy M51 foi fornecido pela Samsung por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
Pois bem, o tempo do smartphone todo de plástico voltou e se você se incomoda com isso, vai reclamar do Galaxy M51. Ele tem bordas e traseira neste material, mas o aro que envolve as laterais do celular passa a sensação de aparelho mais robusto, enquanto que a parte traseira tem um toque menos “bom”. Ela risca com alguma facilidade até.
Ele está longe demais daquele plástico fino e horroroso dos Galaxy S5 e brilha como vidro conseguiria. Como você certamente vai usar uma capinha por todo momento que estiver com o celular em mãos, o toque de plástico será substituído por sei lá o que você comprou como case. É justamente por este pensamento que eu não estou reclamando muito da escolha por aqui.
Eu prefiro muito o plástico dos Lumias antigos, mas o Galaxy M51 não faz feio quando a beleza é levada em conta. O aparelho é sóbrio, não tenta criar moda e fica bonito na mesa. Me incomoda ter plástico num celular de R$ 6 mil como o Galaxy S21, mas não em um modelo que pode custar um terço disso.
Por conta da bateria generosa, esse modelo é realmente mais grosso e pesado que intermediários da própria marca, como o Galaxy A71. Essa é uma matemática que eu sempre gosto de ver sendo aplicada, já que aumentar a autonomia me parece muito mais importante do que deixar o celular cada vez mais fino e leve.
Se você está preocupado com números, o Galaxy M51 é menos de dois milímetros mais grosso que o A71, além de 34 gramas mais pesado. Não vai fazer diferença no seu cotidiano. Não fez no meu e minha calça não caiu no meio da rua enquanto eu andava com ele no bolso.
A tela encaixa muito bem no que a própria Samsung vem fazendo nos intermediários faz algum tempo. Por aqui o display é um Super AMOLED Plus de 6,7 polegadas e que roda em Full HD esticado para proporção de 20:9. Isso significa que as cores são muito vivas, o contraste beira o infinito e a tela escura faz todo o sistema gastar menos energia.
Seria perfeito se não fosse o único falante para jogos e músicas, logo ao lado do conector USB-C. Dá para tapar fácil esse local e intermediário com som estéreo não é bem uma novidade, não é Samsung?! Faltou isso aqui pra fechar a parte de mídia com chave de ouro. Por isso fica só de prata querendo ser ouro mesmo.
Ah, tem leitor biométrico no botão liga/desliga. Ele é veloz, ágil, mas não conseguiu ler minha digital quando o dedo estava úmido. Foi só secar na camisa e pronto, resolvido e a tela foi desbloqueada.
Se a matemática para economizar na hora de fabricar o Galaxy M51 escolheu o acabamento para colocar suas mãos, no desempenho ela deixou o usuário feliz. Por aqui existe um Snapdragon 730G rodando junto de 6 GB de RAM e 128 GB para espaço interno.
Essa linha de processadores é voltada para o público gamer, mesmo com o M51 sendo um celular com visual tradicional. Isso significa que ele tem um fôlego extra dentro dos Snapdragon 700 e tantos, para rodar tudo bem. E ele faz isso sim.
Seja Asphalt 9 ou mesmo o pesado Breath of th…quer dizer Genshin Impact, o Galaxy M51 não faz feio e não fica muito longe do que é esperado de aparelhos topo de linha da geração passada. O primeiro jogo é mais antigo, mas tá rodando bonito por aqui. Genshin Impact é recente, muito mais pesado e a queda de frames por segundo é ocasional, nada que sacrifique a jogatina.
Só notei que o Snapdragon 730G esquentou bastante nos jogos, mas não ao ponto de incomodar a mão.
O Android 10 por baixo da One UI 2.5, dessa versão que eu estou usando durante o review, não apresentou nenhum engasgo em nenhum aplicativo, mesmo quando eu ficava rolando a timeline do Twitter, Facebook ou Instagram enquanto deveria estar dormindo. A interface da Samsung continua a melhor do mercado por aliar itens de fácil acesso para telas grandes, mas escorrega por trazer muita coisa pré-instalada.
A lista inclui o pacote Office que vem de uma parceria entre Samsung e Microsoft, jogos com Candy Crush Saga e Reino Disney, Samsung Pay por NFC, Netflix, Spotify, a Galaxy Store, o aplicativo de corridas 99 e redes sociais com Facebook e TikTok, além da loja Wish.
O Galaxy M51 já entra na promessa de atualização de segurança da Samsung por quatro anos desde o lançamento, então se você comprar o aparelho em 2021, tem patches com correções importantes chegando pra ele até 2024, junto de atualizações do Android por alguns anos, mas não tanto assim. Isso é ótimo para quem sabe que celular é caro e não pode trocar de modelo a cada ano.
Já em câmera você tem quatro lentes para usar como quiser por aqui, sendo o sensor principal com 64 megapixels, outro de 12 megapixels para fotos ultrawide e dois de 5 megapixels sendo um para fotos macro e outro para calcular o fundo no modo foco dinâmico.
Em ambientes bem iluminados o resultado da lente principal é ótimo, o que não fica muito distante na ultrawide não. Ainda me pega a sensação de ter uma foto mais quente no sensor principal e outra mais fria no ultrawide, mesmo que a foto seja registrada no mesmo local e com o menor tempo possível entre as duas, coisa de um ou dois segundos.
De noite o trabalho da lente clara no sensor principal, junto do modo noturno, rende ótimas imagens e sem muito ruído visível, indo para o esperado para um aparelho intermediário premium. Melhor que isso você tem no Galaxy S21, que custa o triplo. Então está ótimo.
A lente macro tem resolução baixíssima, mas acaba tirando boas fotos para publicar no Instagram. O foco fica ajustado para perto dos três centímetros e resulta em alguns resultados interessantes de objetos com detalhes que você nunca pensou em ver.
Para selfies o Galaxy M51 tem uma única câmera dentro de um furo na tela, com sensor de 32 megapixels. O alcance dinâmico é generoso, o contraste faz bem seu trabalho e os detalhes ficam bem marcados, desde que você desligue o modo embelezamento. O desfoque de fundo lida bem até mesmo com fios de cabelo mais para fora, dentro do esperado para um intermediário que tem só uma lente pra isso.
Se você buscou o Galaxy M51 por conta da bateria, pode chegar mais que eu preciso ser sincero: eu nunca usei um smartphone com autonomia tão longa quanto esse aqui. São 7.000 mAh com promessa para dois dias longe da tomada, mas eu consegui chegar no terceiro antes de colocar o celular no carregador.
Claro que em época de pandemia é complicado sair por aí pra usar pela rua (só saia se for necessário!), mas eu fiz o que pude pra sempre checar redes sociais, escutar duas horas de podcasts, assistir duas horas de filme no Netflix e curtir algum jogo nesse meio tempo, para passar dois dias inteiros sem lembrar do carregador, chegando ainda vivo no terceiro.
Em números, um vídeo em Full HD, preenchendo a tela toda do M51 com brilho em 75%, sendo acessado do YouTube por Wi-Fi, consumiu 6% em duas horas de reprodução. Testei Jurassic World: Reino Ameaçado, que tem duas horas e o Netflix bebeu 9,8% nas mesmas configurações. É energia suficiente para assistir 10 filmes de duas horas com uma só carga, ou então 33 horas de vídeo no YouTube.
E ele, o carregador, ainda vem na caixa! Melhor: ele é potente. O adaptador entrega 25 watts de energia, que enchem o tanque da bateria em duas horas, ou 30% da carga em meia hora de tomada e 65% em uma hora.
Parabéns, Samsung, já que recarregar 7.000 mAh de carga levaria uma eternidade com carregadores simples dos smartphones intermediários.
Sim, muito. Se você pensa em um smartphone intermediário para durar dois ou três anos na sua mão, o Galaxy M51 é uma escolha muito acertada. Por fora e por dentro ele é basicamente um Galaxy A71 com quase o dobro de bateria e olha que o A71 já era bom no ano passado.
O desempenho do Galaxy M51 é consistente, a tela é espetacular para um intermediário premium, a autonomia de bateria é de dar inveja para qualquer concorrente no Brasil, mas o acabamento pode deixar algum sentimento menos positivo. Eu, sinceramente, não me incomodo justamente por saber que qualquer pessoa colocaria uma capa protetora, que já vai tirar o toque no vidro e metal.
Mesmo assim, o plástico traseiro brilha como vidro e as bordas são firmes. Ele continua com carregador na caixa e o adaptador de tomada é poderoso. O Galaxy M51 tem até entrada para fone de ouvido e slot para cartão microSD, mas senti falta de carregamento wireless.
Ele foi lançado por R$ 2,6 mil em novembro de 2020 e no momento da publicação deste review, quatro meses depois, já pode ser encontrado por preços girando em R$ 2 mil. Eu não encontro concorrentes com pontos positivos próximos do Galaxy M51 neste preço. Então ele é um celular com grandes chances de ser o melhor intermediário que você vai encontrar, até mesmo em 2021.