Google terá de pagar para exibir notícias na Alemanha
Legisladores da Alemanha passaram nessa semana uma nova lei que praticamente obriga o Google, o Bing, o Yahoo e outros buscadores a pagar pelo uso de notícias publicadas em sites jornalísticos. Foi uma votação apertada no Bundestag, equivalente à nossa Câmara dos Deputados, com 293 votos a favor e 243 votos contra a resolução.
Pelo texto aprovado, os veículos jornalísticos poderão cobrar do Google por “palavras soltas ou resumos mínimos” de material publicado por terceiros. Se o buscador vai lá e indexa uma notícia sobre a chanceler Angela Merkel, por exemplo, são altas as chances de pedirem dinheiro para a matéria aparecer na versão do Google para Alemanha.
As associações de jornalistas estão comemorando a medida, uma tentativa de remunerar um serviço que a meu ver, como jornalista, é importante para a sociedade, mas de uma maneira torta. Afinal, nenhum veículo está obrigado de participar do índice do Google. O buscador revelou recentemente como faz o cálculo para exibir os resultados de pesquisa com direito a um infográfico fantástico, para dizer o mínimo.
A legislação aprovada pelo Bundestag é vaga com relação às formas de cobrar pelo conteúdo disponível nos buscadores. Uma das ideias reproduz o Ecad brasileiro: alguns responsáveis ficariam contabilizando os acessos vindos do Google para repartir o valor entre as empresas de mídia.
Um representante do Google disse ao jornal El País que os internautas ficarão prejudicados por “resultados piores em suas pesquisas”.
Jornalistas alemães comemoram principalmente o reconhecimento de que as prévias de texto que o Google e demais buscadores exibem, ainda que tenham poucas palavras, são de direito autoral de alguém que pode reclamá-lo.
Ainda falando deste tópico, todos os veículos membros da associação brasileira ANJ decidiram sair da ferramenta Google News no ano passado. Dizem que o retorno em acessos vindos do site é bem pouco para valer a pena prosseguir ali. Enquanto isso, na França, o mesmo buscador topa pagar 60 milhões de euros (aprox.. R$ 161 milhões) anuais para continuar indexando conteúdo jornalístico.