BlackBerry, enfim, admite a possibilidade de ser vendida
A semana começou em clima de “nos rendemos” na BlackBerry. Em comunicado emitido na manhã desta segunda-feira, a companhia anunciou a formação de um comitê que se encarregará de avaliar “alternativas estratégicas” para o seu futuro. Entre elas, está a (por muitos esperada) possibilidade de a BlackBerry ser vendida.
Não é novidade para ninguém que a companhia canadense enfrenta uma crise das bravas. Entre os seus esforços mais notáveis para tentar se reerguer está a mudança do seu nome de Research In Motion (RIM) para BlackBerry como forma de reforçar a marca e, principalmente, a aposta na plataforma BlackBerry 10 (BB10), até o momento representada pelos aparelhos Z10 e Q10.
Além da possibilidade de venda, o anúncio da companhia menciona abertura de espaço para parcerias, formação de joint-ventures (tal como fora um dia a Sony Ericsson) ou qualquer acordo semelhante. Faz sentido, uma vez que a raiz dos problemas da BlackBerry parece mesmo ser estratégico e não técnico: a plataforma BB10 em si agrada em inúmeros aspectos.
Em vários países (como no Brasil), por exemplo, a empresa falhou em sua política de preços: o Z10 ou Q10 podem ser excelentes smartphones, mas para muita gente não vale a pena pagar o seu valor se o ecossistema da plataforma é tímido quando comparado às plataformas rivais. Outros exemplos incluem o fiasco da companhia no segmento de tablets e a demora no lançamento do BB10.
Esta avaliação de “alternativas estratégicas” não quer dizer, no entanto, que as coisas mudarão prontamente na BlackBerry, o próprio comunicado frisa este aspecto. A mensagem que a empresa quis transmitir é que ela está ciente do problema e, portanto, disposta a tomar novos rumos.
Parece, na verdade, uma maneira de acalmar os ânimos do mercado por algum tempo. Se é isso, a empresa tem que ser rápida em suas decisões, por mais radicais que elas sejam. Se o lema “em time que está ganhando não se mexe” não funcionou quando a BlackBerry estava em seu auge, imagine agora.