A Gemalto é a maior fabricante de SIM cards do mercado, mas pouca gente conhecia esse nome até a semana passada, quando surgiram denúncias de que a proteção dos produtos da empresa teria sido burlada pela Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos para fins de espionagem. Em um comunicado liberado nesta segunda-feira (23), a companhia foi categórica: os chips são seguros.

Tão logo o assunto ganhou o noticiário, a Gemalto reportou a abertura de um processo de investigação. Baseadas nos documentos vazados por Edward Snowden, as denúncias afirmam que a NSA atuou junto com o Quartel-General de Comunicações do Governo (GCHQ) do Reino Unido para capturar milhões de chaves de criptografia de SIM cards produzidos pela companhia.

De posse de tais informações, a NSA pode interceptar chamadas, mensagens e dados de acesso à internet sem que o usuário espionado perceba. O alcance é global: como a Gemalto é a maior fabricante de SIM cards, entre os seus clientes há operadoras de várias partes do mundo (inclusive as quatro maiores do Brasil).

SIM cards

Segundo os documentos vazados, os meios de comunicação com as companhias de telecomunicações é que teriam facilitado as intervenções da NSA e do GCHQ: as chaves criptográficas dos cartões costumam ser enviadas às operadoras por email ou FTP, serviços que não são os mais seguros para esse tipo de informação.

No comunicado, a Gemalto afirma que os resultados preliminares da investigação indicam que os SIM cards, assim como os chips da empresa utilizados em cartões de crédito e passaportes, por exemplo, não têm problemas de segurança.

Entretanto, a nota parece ter sido feita às pressas para acalmar investidores preocupados com a repercussão das denúncias. A Gemalto chegou a afirmar que não espera que o assunto ocasione “prejuízo financeiro significativo”. Por outro lado, a companhia não negou – nem confirmou – que a interceptação de chaves tenha mesmo sido feita ou seja possível.

Esse não é o comunicado definitivo, entretanto. A Gemalto promete liberar detalhes sobre a investigação na manhã da próxima quarta-feira (25) em uma coletiva de imprensa a ser realizada em Paris.

Com informações: ZDNet

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Foi reconhecido nas edições 2023 e 2024 do Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.